sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Líderes indígenas descontentes com governo deixam PT e PC do B

Três líderes indígenas anunciaram hoje seu desligamento dos dois principais partidos da Frente Popular do Acre. Sabá Manchineri (ex-PT), José Correia Jaminawa e Edna Shanenawa (ex-PC do B) alegaram desrespeito aos índios acreanos como a principal causa do distanciamento do governo da floresta. Eles alegam uso indevido da imagem das etnias sem as devidas compensações para os povos politicamente explorados.

“O governo do Acre não está preparado para atender as demandas sociais e menos ainda para lidar com as questões indígenas”, afirmou Sabá Manchineri, que é administrador da Organização dos Povos Indígenas do Acre e Sul do Amazonas. Para ele, o governo faz uso político da imagem dos povos indígenas como ocorre também com o ambientalista Chico Mendes.

“Nossa imagem em Brasília é a melhor possível, lá eles pensam que vivemos no céu, mas basta uma visita à nossa gente para ver que isso é mentira”, concorda o líder indígena José Correia.

Ele cita como descaso do atual governo com as causas indígenas o não reconhecimento da demarcação das terras Jaminawa.

A condução da política indígena no Acre também serviu de motivo ao desligamento desses líderes dos partidos da Frente Popular. Autor da proposta de criação da Secretaria Executiva para Assuntos Indígenas, que funcionou nos últimos quatro anos do governo Jorge Viana, Sabá se diz contrariado com os rumos da política indígena no Estado. Ele alega que os índios viraram reféns de “especialistas” contratados pelo governo.

“Isso não pode continuar assim, é preciso que as etnias tenham autonomia para fazer escolhas”, afirmou.

Segundo Sabá, a prática visa manter os povos indígenas dependente do grupo que está no poder. “Quem não foi cooptado e se rebela, como eu, vira alvo de difamação”, disse. Ele se referia a matéria veiculada por um jornalista então ligado ao governo na qual foi acusado de nepotismo e de insuflar a desunião entre os índios.

Os três devem se filiar a partidos de oposição, ainda não definidos.

Deu no jornal

Da coluna Poronga, do jornalista Leonildo Rosas, no Página 20:

Novo pepessista

No período em que ficará no Acre, Marcio Bittar filiará um prefeito ao seu partido. Trata-se de Wanderley Viana. A festa em Xapuri será no dia 21 de setembro.

Deu no jornal II

Da coluna de hoje do jornalista Luis Carlos Moreira Jorge, de A Gazeta:

Xapuri em foco

Conversei ontem pela manhã com um político antigo que tem base em Xapuri. Perguntei: por que depois de tantos escândalos, o prefeito ainda é forte? Disse o seguinte: “o Wanderley Viana, a cada trapalhada, ao invés de cair, cresce sua popularidade”. E completou: “suas brigas são sempre com gente do PT, que já são seus adversários, então, não perde nada”. E vaticinou: “ninguém é imbatível, mas a Frente Popular ou entra unida ou não tem chance de derrotá-lo. Perde de novo”. Depois desta, nada tenho a acrescentar.

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Droga é o maior problema dentro do presídio

O principal problema dentro da penitenciária Francisco de Oliveira Conde é o uso de drogas. A afirmação é da presidente do conselho estadual de apoio às famílias dos detentos, Maria Silva. Partiu dela o convite para que o deputado estadual Donald Fernandes, do PSDB, fizesse palestra na manhã desta quarta-feira na penitenciária.

Maria afirma que levantamento do conselho no local aponta envolvimento de quase 100% dos 2,8 mil detentos com o tráfico e o uso de entorpecentes. “Ali, quem não vende usa”, lastima.

Há casos de usuários que precisam receber “mesada” da família semanalmente para quitar dívidas com fornecedores. “Quem não paga morre”, conta Maria. Ela diz conhecer mães carentes e desempregadas que se obrigam a levar ao presídio 100 reais a cada sete dias para que o filho não seja assassinado por dívida de entorpecentes.

Todas as quartas-feiras o conselho promove palestras com famílias de presidiários. Oferecer apoio aos parentes dos presos é a meta da entidade, que recentemente recebeu do Ibama uma doação de madeira para construção de pátio para visitas e playground destinado às crianças que acompanham as mães.

O governo do estado prometeu colocar à disposição do conselho profissionais das áreas de educação, psicologia e assistência social.

Segundo Maria, o preconceito contra a família do detento é a maior barreira que ela pode enfrentar do lado de fora da prisão. “Nosso trabalho tem o objetivo de diminuir a discriminação sobre os parentes dos presos”, disse.

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Frase

Fiquei muito feliz com a descoberta de que o CRM (Conselho Regional de Medicina) cuida dos interesses do povo. Vou almoçar em paz depois dessa descoberta científica, e talvez até tome um guaraná".
Deputado Moisés Diniz, do PCdoB, fazendo ironia sobre a própria ignorância ao ser corrigido pelo colega e médico Donald Fernandes, e logo após exigir que a oposição debata os temas do governo com maior seriedade.

Um dia de muita polêmica

O aumento da passagem de ônibus concedido pela prefeitura de Rio Branco, que passou a vigorar ontem, originou um duro debate hoje na Assembléia Legislativa. Coube à deputada petista Naluh Gouveia defender o prefeito Raimundo Angelim do coro das críticas puxado pelo tucano Donald Fernandes. Este lembrou que em 2004 o dono da Real Norte, Éder Pinheiro, declarou à Justiça Eleitoral do Acre doação de mais de 100 mil reais em camisetas ao então candidato Raimundo Angelim. Na época a oposição acusou o governo de ter trazido o material de campanha a bordo de um Boing.

Existem documentos da Justiça sobre a doação. Mas a deputada Naluh disse desconhecer a benevolência do empresário, que colocou na conta de campanha do PT milhares de camisetas.

“Eu não estava na reunião em que houve o acordo (do empresário) com o meu partido”, disse a deputada insinuando que o colega tucano inventara a doação. Ela lembrou, também de forma equivocada, que muito se falou do mensalão, e que nenhuma denúncia recaiu sobre os petistas acreanos.

Naluh Gouveia tem memória curta. Pois não foi isso o que se viu quando o ex-deputado Roberto Jefferson, em entrevista ao apresentador Jô Soares, contou que houvera acordo, na Casa Civil, para que Angelim fosse eleito em Rio Branco, em troca da eleição de Zila Bezerra em Cruzeiro do Sul. Estavam ali, segundo o deputado, o ex-ministro José Dirceu e o então governador Jorge Viana, além, claro, do próprio autor das denúncias do mensalão. Um detalhe importante, segundo ainda o ex-deputado petebista, é que Viana não cumpriu sua parte no plano.

O deputado Luiz Calixto (PDT) lamentou que os outrora tão aguerridos defensores da população contra a majoração das tarifas estejam agora calados sobre a elevação da passagem de R$ 1,75 para R$ 1,90. E explicou que os insumos usados na manutenção dos coletivos, cotados em dólar, tiveram os preços reduzidos pela desvalorização da moeda americana, o que deveria incidir sobre o preço da passagem de ônibus puxando-a para baixo, e não para cima, como ocorreu.

Saúde no interior
Outro assunto polêmico foi a saúde no interior, principalmente no Vale do Juruá. A deputada Idalina Onofre (PPS) visitou os hospitais de Tarauacá e Feijó para constatar o que todos já sabem: o Acre está longe de oferecer à população serviços de Primeiro Mundo. Em Feijó, por exemplo, ela se deparou com uma incubadora que dá choque nas crianças, e por isso não é usada.

Em resposta, o deputado comunista Moisés Diniz berrou na tribuna que é preciso tratar o tema com seriedade, atribuindo à colega pepessista uma alegria que só ele viu. Afirmou ter ligado ao secretário de Saúde, que telefonou ao gestor do hospital, para confirmar que a tal incubadora não existe. É curioso como em meio a tantos telefonemas o problema tenha desaparecido.

O líder do governo na Aleac, com seu humor pendular, oscilou entre a rigidez e a ironia despudorada, como sempre faz. Ironia sem inteligência vira escárnio, e o escárnio não pega bem quando é necessário debater temas caros à população acreana. Moisés Diniz, como Naluh Gouveia, preferiu desqualificar as denúncias como caminho mais curto para o convencimento. Não atentou para o fato de que incubadora nenhuma é tão ruim quanto uma que dá choque. Não entendeu que pedir seriedade num momento para voltar em seguida com gracejos despropositados é sinal de quem está perdendo o debate.

A base aliada do governo, aliás, tem perdido os embates travados na Assembléia. Não é só pelo despreparo de alguns deputados da situação, como Moisés Diniz, que isso acontece. É sobretudo porque se avolumam os problemas em torno da administração pública, a ponto de esvaziar-lhes as defesas.

Alguém precisa avisar com urgência aos petralhas que o Acre tem tantos descalabros que ninguém precisa inventar denúncias para atingir o governo.

Donald Fernandes condena aumento de passagem de ônibus

O líder do PSDB na Assembléia Legislativa, deputado Donald Fernandes, criticou hoje o aumento da tarifa de ônibus para a capital do Estado. Desde ontem os usuários desembolsam R$ 1,90 para usar os coletivos. O parlamentar disse ainda que o reajuste atende a interesses dos donos de empresas do transporte coletivo, um dos quais declarou à Justiça Eleitoral do Acre ter doado mais de R$ 100 mil em camisetas à campanha do prefeito Raimundo Angelim (PT), em 2004.

Segundo o tucano, “o aumento da passagem é uma violência contra o orçamento dos mais pobres”. Ele condenou o “jogo de cena” do prefeito petista, que reduziu de R$ 2,06 o aumento proposto pelo Sindicol (Sindicado das Empresas de Transporte Coletivos do Acre) para os atuais R$ 1,90.

“É um teatro infantil que o prefeito Angelim tenta fazer para enganar a população, como se ao conceder o aumento estivesse sendo bonzinho com quem precisa usar ônibus em péssimas condições”, afirmou.

Donald informou ainda que no Rio de Janeiro, onde esteve recentemente, o preço da tarifa, para coletivos que rodam até 60 quilômetros num só percurso, é de R$ 1,60. O deputado denunciou ainda a oferta de serviços precários, que obrigam usuários a se pendurarem nas portas em horário de pico.

“Não se podem pagar favores de campanha penalizando a população pobre da capital”, concluiu o deputado.

sábado, 4 de agosto de 2007

Geraldo Mesquita faz apelo por livros e medicamentos

Da Agência Senado

O senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC) ocupou a tribuna do Senado nesta sexta-feira (3), para fazer um apelo a dois ministros de Estado.

A José Gomes Temporão, da Saúde, o parlamentar pediu que resolva o problema dos doentes que precisam recorrer ao governo para adquirir medicamentos de alta complexidade e de alto custo. Já a Fernando Haddad, da Educação, Mesquita solicitou, mais uma vez, que crie um programa do tipo "biblioteca popular", para que a população possa ter acesso a livros - e consequentemente à cultura - a preços acessíveis.

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Irônicos petralhas

Os petralhas são mesmo muito hilários. Essa semana o deputado Moisés Diniz ironizou – bem ao estilo deles, que a tudo tratam com ironia, inclusive os impostos que pagamos – as críticas que a oposição fez sobre a falta de informações sobre as obras da BR-364, que aumentam a fortuna dos Cameli, agora unha e carne com os irmãos Viana. O deputado disse que a oposição precisa se informar antes de tecer comentários, e que bastaria olhar as edições anteriores do Diário Oficial para ver ali o detalhamento dos custos.

A mim impressiona o descaramento do Sr. Moisés Diniz que, outrora desavisado, apresentou anteprojeto de lei para tornar públicas informações da Secretaria de Segurança do Estado. Ora, dar publicidade ao que já deveria ser de domínio público só mesmo na concepção de quem não enxerga os lapsos que comete e vive de tropeçar na própria língua.

Ao alertar, portanto, os colegas parlamentares da oposição para que se informem sobre as ações de governo antes de apresentar suas críticas, esquece o comunista que no Estado vianista a transparência não foi tratada com a devida importância que deve ter nas democracias.

No Acre, informação virou segredo de Estado, o que gera suspeita sobre ações de quem deveria prestar contas dos gastos públicos.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

De volta

Para minha surpresa, ao acessar hoje este blog, outras dez pessoas já o tinham feito antes. Aos que se mantiveram plugados nesta página e continuam a procurar aqui notícias e comentários, meus sinceros agradecimentos. Após o período fora do ar, prossigo neste árduo ofício de escrever. Para o bem ou para o mal.