O aumento da passagem de ônibus concedido pela prefeitura de Rio Branco, que passou a vigorar ontem, originou um duro debate hoje na Assembléia Legislativa. Coube à deputada petista Naluh Gouveia defender o prefeito Raimundo Angelim do coro das críticas puxado pelo tucano Donald Fernandes. Este lembrou que em 2004 o dono da Real Norte, Éder Pinheiro, declarou à Justiça Eleitoral do Acre doação de mais de 100 mil reais em camisetas ao então candidato Raimundo Angelim. Na época a oposição acusou o governo de ter trazido o material de campanha a bordo de um Boing.
Existem documentos da Justiça sobre a doação. Mas a deputada Naluh disse desconhecer a benevolência do empresário, que colocou na conta de campanha do PT milhares de camisetas.
“Eu não estava na reunião em que houve o acordo (do empresário) com o meu partido”, disse a deputada insinuando que o colega tucano inventara a doação. Ela lembrou, também de forma equivocada, que muito se falou do mensalão, e que nenhuma denúncia recaiu sobre os petistas acreanos.
Naluh Gouveia tem memória curta. Pois não foi isso o que se viu quando o ex-deputado Roberto Jefferson, em entrevista ao apresentador Jô Soares, contou que houvera acordo, na Casa Civil, para que Angelim fosse eleito em Rio Branco, em troca da eleição de Zila Bezerra em Cruzeiro do Sul. Estavam ali, segundo o deputado, o ex-ministro José Dirceu e o então governador Jorge Viana, além, claro, do próprio autor das denúncias do mensalão. Um detalhe importante, segundo ainda o ex-deputado petebista, é que Viana não cumpriu sua parte no plano.
O deputado Luiz Calixto (PDT) lamentou que os outrora tão aguerridos defensores da população contra a majoração das tarifas estejam agora calados sobre a elevação da passagem de R$ 1,75 para R$ 1,90. E explicou que os insumos usados na manutenção dos coletivos, cotados em dólar, tiveram os preços reduzidos pela desvalorização da moeda americana, o que deveria incidir sobre o preço da passagem de ônibus puxando-a para baixo, e não para cima, como ocorreu.
Saúde no interior
Outro assunto polêmico foi a saúde no interior, principalmente no Vale do Juruá. A deputada Idalina Onofre (PPS) visitou os hospitais de Tarauacá e Feijó para constatar o que todos já sabem: o Acre está longe de oferecer à população serviços de Primeiro Mundo. Em Feijó, por exemplo, ela se deparou com uma incubadora que dá choque nas crianças, e por isso não é usada.
Em resposta, o deputado comunista Moisés Diniz berrou na tribuna que é preciso tratar o tema com seriedade, atribuindo à colega pepessista uma alegria que só ele viu. Afirmou ter ligado ao secretário de Saúde, que telefonou ao gestor do hospital, para confirmar que a tal incubadora não existe. É curioso como em meio a tantos telefonemas o problema tenha desaparecido.
O líder do governo na Aleac, com seu humor pendular, oscilou entre a rigidez e a ironia despudorada, como sempre faz. Ironia sem inteligência vira escárnio, e o escárnio não pega bem quando é necessário debater temas caros à população acreana. Moisés Diniz, como Naluh Gouveia, preferiu desqualificar as denúncias como caminho mais curto para o convencimento. Não atentou para o fato de que incubadora nenhuma é tão ruim quanto uma que dá choque. Não entendeu que pedir seriedade num momento para voltar em seguida com gracejos despropositados é sinal de quem está perdendo o debate.
A base aliada do governo, aliás, tem perdido os embates travados na Assembléia. Não é só pelo despreparo de alguns deputados da situação, como Moisés Diniz, que isso acontece. É sobretudo porque se avolumam os problemas em torno da administração pública, a ponto de esvaziar-lhes as defesas.
Alguém precisa avisar com urgência aos petralhas que o Acre tem tantos descalabros que ninguém precisa inventar denúncias para atingir o governo.
terça-feira, 7 de agosto de 2007
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Um comentário:
Pra tu vê, né Archibaldo! E a mãe do menino, já pra enlouquecer com as travessuras do moleque.
- Te aquieta, peste! Ô, saci-pererê, vai se deitar, criatura! Eu num agüento mais esse menino! Oí, ó! Não, meu Deus! Não sei mais o que é que eu faça!
E a madrinha ainda diz assim:
- É não, mulher! É porque o bichim nasceu de sete meses, por isso que ele é assim, com esses ói de fogo!
Ninguém disse pra mãe, nem pra comadre que a criança levou foi choque durante sessenta dias dentro da incubadora!
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