sexta-feira, 1 de junho de 2007

O futuro é agora

No encontro organizado ontem em Sena Madureira pela Aleac (Assembléia Legislativa do Estado do Acre) com vereadores e outros representantes das comunidades do Alto Purus, o deputado Luiz Calixto (PDT) disse que está na hora de darmos um basta aos planejamentos estatais que acabam miseravelmente em coisa nenhuma. A iniciativa do presidente da Assembléia, Edvaldo Magalhães, do PC do B, em envolver os parlamentares estaduais e as comunidades nos debates sobre desenvolvimento e inclusão social é louvável sob todos os aspectos, mas sobretudo por tirar da clausura uma instituição marcada pela inoperância que caracterizou o longo período em que esteve à frente daquela Casa o antecessor de Magalhães, Sérgio Petecão.

O perigo das boas intenções, porém, é que elas permaneçam exatamente boas intenções. Nos últimos anos, muitos projetos e investimentos foram anunciados pelo governo como capazes de trazer bem estar à população, dinamizar a economia e gerar empregos. Passado o tempo, ficou-nos a constatação de que era puro ilusionismo de quem lança mão de truques políticos para manter-se no comando.

O discurso do deputado Calixto é correto por chamar a atenção sobre o aspecto mais visível de um governo até agora feito para os olhos. O Acre precisa de menos consultores e mais autoridades comprometidas em buscar soluções para o conjunto dos graves problemas que presenciamos. Desatracar da fase do planejamento, como disse o pedetista, e afinal navegar nas ondas da execução deve ser o objetivo maior de toda autoridade imbuída do dever de levar adiante um estado cujo maior avanço foi conquistado na área da publicidade governamental.

Envolver a Assembléia Legislativa nos debates sobre progresso é uma atitude elogiável. Mais ainda será se não passar de um factóide para desviar a atenção do eleitor enquanto o governo consome tempo e impostos em planejar o futuro – que deveria ser agora.

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