domingo, 17 de junho de 2007

Sobre defesas canhestras e piratas

Os deputados de oposição têm se sobressaído aos da situação nos debates na Assembléia Legislativa. Faltam oradores competentes na bancada de sustentação do governo. Faltam ações do governo que justifiquem defesas mais consistentes na tribuna. Sobram reclamações de que Binho Marques mudou a lógica das relações com os parlamentares da Frente Popular, outrora tratados com brioche e agora insatisfeitos com o desprezo que emana da casa verde.

Faço dois rápidos comentários sobre a atuação na Aleac dos principais defensores do espólio da malfadada florestania. Moisés Diniz (PC do B), líder do governo, conseguiu até agora imprimir aos seus discursos a marca do sarcasmo, que soa mais a desrespeito que a fino humor. Este carece de inteligência para ter efeito, do contrário exibe-se como impertinente zombaria. As defesas de Moisés Diniz às críticas da oposição parecem respostas mal-criadas de quem não precisa dar satisfações à patuléia. Quando depositário da coerência, seu discurso peca pela aleivosia da forma. E perde força ante a seriedade que determinados temas exigem, seja da parte de quem critica quanto do lado dos que defendem.

Já o líder do PT, Taumaturgo Lima, peca pelo excesso do “genérico”. Incapaz de esmiuçar os temas, de apresentar números e expor dados, limita-se a uma cantilena monocórdia sobre as boas intenções dos companheiros, sobre o muito que já se fez, sobre o “nunca antes na história deste país e do Acre” e etc. Um etc. longo e enfadonho, que o deputado malbarata com a inconsistência do palavrório dos que não têm o que dizer. Falta-lhe maior intimidade com as questões técnicas da administração pública, com o funcionamento de suas engrenagens e das atividades que lhe cabem.

Mas se o governo não age, a culpa não pode recair inteira sobre os parlamentares da base de sustentação. Sem nem ao menos os rescaldos da execução, inibida pelo longo e aparentemente infindável planejamento governamental, não há muito que dizer contra os que lhe apontam a inoperância. Do jeito que está, restam apenas as evasivas que põem em desvantagem os “advogados” do novo regime petista.

Por último, a insatisfação dos deputados que não emplacam uns afilhados no serviço público, e por isso fazem corpo mole na Assembléia. Ah, nisso devo confessar que tenho admirado o governador Binho Marques.

Pois governo, afinal, não pode servir de butim aos piratas da política.

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