Diogo Mainardi, colunista de Veja
"Eu analiso os usos e costumes do petismo
como Lévi-Strauss, Roquette-Pinto e Roosevelt
analisaram os usos e costumes dos nambiquaras.
Os petistas me parecem uma raça gigante de formigas.
Eles me parecem homens da Idade da Pedra, ingênuos
e ignorantes como animais domésticos"
Os petistas só se referem a mim como "O colunista" ou "O colunista da VEJA".
Trata-se de um tabu bastante comum entre os povos primitivos. Os índios nambiquaras nunca pronunciam os nomes dos outros membros da tribo. Eles acreditam que os nomes próprios possuem propriedades mágicas, sendo escolhidos diretamente por Dauãsununsu, o ente supremo. Revelá-los é um sacrilégio.
Os oromos, da Etiópia, nutrem o mesmo temor pelos nomes próprios. As mulheres oromos costumam denominar seus maridos a partir de alguma característica marcante. Podem chamá-los de "O Honesto", ou "O Prudente", ou "O Desdentado", ou "O Dono do Cavalo Marrom".
Eu sou o "Dono do Cavalo Marrom" dos petistas. Se eu sou o "Dono do Cavalo Marrom" dos petistas, eles só podem ser os meus oromos, os meus nambiquaras. Sinto em relação aos petistas o mesmo espanto e o mesmo encantamento que Claude Lévi-Strauss sentiu em relação aos selvagens de Mato Grosso. Claude Lévi-Strauss, num de seus principais tratados sobre o assunto, comparou os nambiquaras a "uma raça gigante de formigas". Edgar Roquette-Pinto, que percorreu o território nambiquara duas décadas antes do antropólogo francês, definiu-os como "homens da Idade da Pedra". O presidente americano Theodore Roosevelt, que também passou pelas terras dos nambiquaras, afirmou que eles "nem chegaram à Idade da Pedra, sendo ingênuos e ignorantes como animais domésticos".
Eu analiso os usos e costumes do petismo como Claude Lévi-Strauss, Edgar Roquette-Pinto e Theodore Roosevelt analisaram os usos e costumes dos nambiquaras. Os petistas me parecem uma raça gigante de formigas. Eles me parecem homens da Idade da Pedra, ingênuos e ignorantes como animais domésticos.
Claude Lévi-Strauss estudou o código de leis dos nambiquaras. Seu aparato legal tem o mesmo grau de incerteza e de arbitrariedade que o aparato legal do petismo. Em todos os processos dos petistas contra mim – uns 200 –, eles sempre acabam citando um trecho de um artigo que publiquei em 2005:
"Hoje em dia, só dou opinião sobre algo mediante pagamento antecipado. Quando me mandam um e-mail, não respondo, porque me recuso a escrever de graça. Quando minha mulher pede uma opinião sobre uma roupa, fico quieto, à espera de uma moedinha".
Para os petistas, essa é a prova cabal da minha venalidade, do meu mercenarismo. Afinal, se eu confesso candidamente que minha mulher compra minha opinião, é porque ela de fato compra. E, se ela compra, qualquer um pode comprar. Esse foi o melhor argumento que eles conseguiram encontrar contra mim.
Muita gente teme que o petismo descambe para alguma forma de totalitarismo. "O colunista da VEJA" é menos otimista. Ele acha que o país tem tudo para se transformar numa imensa aldeia nambiquara, cheia de formigas gigantes.
segunda-feira, 30 de abril de 2007
domingo, 29 de abril de 2007
Chega de idiotas
"É falta de educação calar um idiota, e crueldade deixá-lo prosseguir" (Benjamin Franklin)
Já me acostumei a imbecis que se julgam sumidades, quando não passam de panacas sem conteúdo a arrotar na cara alheia a ética que não têm e a moral de que são desprovidos. Ocupo-me deles nem sempre por prazer, mas pela necessidade de estabelecer critérios de distinção entre sua natureza primitiva e as idéias que herdam alhures para se fazer passar por “civilizados”. Sim, estou falando do apedeuta Raimari Cardoso.
O esforço de juntar palavras e a habilidade de fazê-lo sob determinadas condições – como por exemplo o de não pensar enquanto fala ou escreve, já que a primeira atividade inviabilizaria a segunda – não lhe fornece necessariamente um discurso, uma vez que a mixórdia que profere não faz sentido senão para ele próprio.
As características mais marcantes de seres como Raimari, cuja evolução difere do ciclo descrito nas teorias darwinistas, são: 1) a aparente beatitude sempre mal disfarçada sob seus diabólicos propósitos; 2) a incapacidade de apreender o sentido correto de tudo aquilo que lhe contraria as convicções; 3) a habilidade de se fazer de vítima sempre que está em desvantagem num embate de idéias; 4) as infindáveis referências a qualidades de um grupo (como boa-fé e hospitalidade) do qual não faz parte justamente por não possuir as qualidades enunciadas; 5) uso competente do preceito stalinista “xingue-os do que você é, acuse-os do que você faz”; e 6) o ódio espumante aos que atingiram um nível de instrução mais elevado e assim estão aptos a lhe apontar as muitas incorreções.
O Sr. Raimari faz parte de um tipo comum, geralmente preso a funções medíocres e idéias prontas, de cujos postos não se pode removê-los sob pena de lhes prejudicar a sobrevivência. Suas convicções, pois, se localizam no abdômen, a parte mais melindrosa e suscetível do seu ser. Quando grita, ameaçador, é preciso considerar que o faz em defesa dos seus poucos bocados.
Para descrever os tipos de sua laia não seria necessário o uso de termos rebuscados não fosse o sadismo de que sou possuído sempre que me deparo com a oportunidade de mandá-los, trôpegos e atabalhoados, ao dicionário.
Não é de hoje que esbarro com imbecis como o Sr. Raimari, sempre prontos a dar a vida por ideais que lhes foram impostos geralmente na adolescência, quando o cérebro em formação não permitia julgar a falsidade de dados que acabam por se cristalizar como verdadeiros. A negativa carga ideológica que recebeu nesse período da vida lhe prejudicou a inteligência para a vida inteira.
Seu flagrante despreparo para argumentar simplifica a análise de seu esquema conjetural. O radialista apedeuta começa por citar exemplos de golpes e crimes ocorridos em Xapuri, compara-os ao que chama de “oportunismo” de terceiros para, afinal, estabelecer entre uns e outros uma ligação que não existiu na realidade circundante ou existe no Código Penal.
E é covarde o bastante para fazer tudo isso sem citar um único nome.
Já me acostumei a imbecis que se julgam sumidades, quando não passam de panacas sem conteúdo a arrotar na cara alheia a ética que não têm e a moral de que são desprovidos. Ocupo-me deles nem sempre por prazer, mas pela necessidade de estabelecer critérios de distinção entre sua natureza primitiva e as idéias que herdam alhures para se fazer passar por “civilizados”. Sim, estou falando do apedeuta Raimari Cardoso.
O esforço de juntar palavras e a habilidade de fazê-lo sob determinadas condições – como por exemplo o de não pensar enquanto fala ou escreve, já que a primeira atividade inviabilizaria a segunda – não lhe fornece necessariamente um discurso, uma vez que a mixórdia que profere não faz sentido senão para ele próprio.
As características mais marcantes de seres como Raimari, cuja evolução difere do ciclo descrito nas teorias darwinistas, são: 1) a aparente beatitude sempre mal disfarçada sob seus diabólicos propósitos; 2) a incapacidade de apreender o sentido correto de tudo aquilo que lhe contraria as convicções; 3) a habilidade de se fazer de vítima sempre que está em desvantagem num embate de idéias; 4) as infindáveis referências a qualidades de um grupo (como boa-fé e hospitalidade) do qual não faz parte justamente por não possuir as qualidades enunciadas; 5) uso competente do preceito stalinista “xingue-os do que você é, acuse-os do que você faz”; e 6) o ódio espumante aos que atingiram um nível de instrução mais elevado e assim estão aptos a lhe apontar as muitas incorreções.
O Sr. Raimari faz parte de um tipo comum, geralmente preso a funções medíocres e idéias prontas, de cujos postos não se pode removê-los sob pena de lhes prejudicar a sobrevivência. Suas convicções, pois, se localizam no abdômen, a parte mais melindrosa e suscetível do seu ser. Quando grita, ameaçador, é preciso considerar que o faz em defesa dos seus poucos bocados.
Para descrever os tipos de sua laia não seria necessário o uso de termos rebuscados não fosse o sadismo de que sou possuído sempre que me deparo com a oportunidade de mandá-los, trôpegos e atabalhoados, ao dicionário.
Não é de hoje que esbarro com imbecis como o Sr. Raimari, sempre prontos a dar a vida por ideais que lhes foram impostos geralmente na adolescência, quando o cérebro em formação não permitia julgar a falsidade de dados que acabam por se cristalizar como verdadeiros. A negativa carga ideológica que recebeu nesse período da vida lhe prejudicou a inteligência para a vida inteira.
Seu flagrante despreparo para argumentar simplifica a análise de seu esquema conjetural. O radialista apedeuta começa por citar exemplos de golpes e crimes ocorridos em Xapuri, compara-os ao que chama de “oportunismo” de terceiros para, afinal, estabelecer entre uns e outros uma ligação que não existiu na realidade circundante ou existe no Código Penal.
E é covarde o bastante para fazer tudo isso sem citar um único nome.
sábado, 28 de abril de 2007
Visita de prefeito peruano a Xapuri pode render parceria econômica
Estreitar relações políticas e econômicas. Esse foi o objetivo da visita que o prefeito de Kcosñipata, Peru, Juan Rodrigues, fez na sexta-feira ao prefeito xapuriense Vanderley Viana de Lima (PMDB). Rodrigues estava acompanhado do diretor da Dris, Hugo Cabieses. A Dris é uma organização não-governamental responsável por projetos sócio-ambientais do Parque Nacional del Manú, em uma região entre Cusco e Madre de Diós.
O encontro entre as autoridades peruanas e o prefeito Vanderley de Lima aconteceu na Casa Branca, antiga Intendência Boliviana em Xapuri. Depois eles se dirigiram à cerâmica mantida pela prefeitura, onde 34 famílias obtêm renda a partir da confecção de telhas e tijolos.
Durante a visita ao local, Rodrigues acenou com a possibilidade de importar os produtos do município, uma vez que Kcosñipata não fabrica tijolos ou telhas nos moldes brasileiros. O prefeito peruano fez questão de levar amostras dos produtos.
Boa vizinhança
Vanderley de Lima afirmou que a ida de Juan Rodrigues e Hugo Cabieses ao município é apenas o início de uma boa relação entre xapurienses e peruanos. “Relação que pode aquecer nossa economia”, comemorou.
O prefeito peruano se interessou pela fábrica de vassouras confeccionadas a partir de garrafas do tipo peti. Vanderley garantiu que a produção das vassouras ecologicamente corretas vai começar na primeira quinzena de maio.
“Foi uma maneira que encontramos de gerar renda para famílias carentes e dar destinação correta ao plástico das garrafas de refrigerante”, explicou o prefeito.
Rodrigues e Cabieses também visitaram a casa onde viveu Chico Mendes. Os dois prometeram regressar a Xapuri assim que a fábrica de vassouras estiver funcionando.
Vanderley participa de inauguração em Epitaciolândia
O prefeito Vanderley Viana de Lima participou ontem da inauguração, em Epitaciolândia, do prédio do Grupamento de Proteção, Educação e Combate a Incêndio Florestal do Alto Acre. Durante a solenidade, os bombeiros fizeram uma simulação de combate a incêndio e resgate de vítimas.
A prefeitura de Xapuri concedeu ao comandante do Corpo de Bombeiros, José Henrique de Albuquerque, e aos demais membros da corporação, a láurea de honra Plácido de Castro.
Representantes da prefeitura de Pando, na Bolívia, participaram da solenidade.
A prefeitura de Xapuri concedeu ao comandante do Corpo de Bombeiros, José Henrique de Albuquerque, e aos demais membros da corporação, a láurea de honra Plácido de Castro.
Representantes da prefeitura de Pando, na Bolívia, participaram da solenidade.
quinta-feira, 26 de abril de 2007
Donald apresenta proposta contra aposentadoria de ex-governadores
Documento encaminhado hoje à mesa diretora da Aleac contém 12 assinaturas
O líder do PSDB na Assembléia Legislativa, Donald Fernandes, apresentou à mesa diretora na sessão desta quinta-feira proposta de emenda ao artigo 77 da Constituição Estadual, que instituiu pensão vitalícia para os ex-governadores. Com a iniciativa, o parlamentar quer acabar com o privilégio. O documento contém 12 assinaturas de deputados, contando com a do proponente.
“Não é justo que num dos estados mais pobres do país os ex-governadores recebam aposentadoria depois de quatro anos d e serviço, quando a trabalhadora comum precisa de no mínimo 30 anos de contribuição e o trabalhador, 35 anos”, argumentou Donald.
A assessoria do deputado passou a manhã no centro de Rio Branco distribuindo panfletos e colhendo assinaturas dos acreanos que não concordam com o pagamento de pensão a ex-governadores. A meta é reunir o mínimo de 10 mil assinaturas em todo o Acre.
Se aprovada, a proposta de emenda à Constituição Estadual revogaria o artigo 77, que trata do subsídio mensal e vitalício correspondente ao vencimento e representação do principal cargo do Executivo.
Donald Fernandes argumentou após a sessão que aposentar governador é um acinte à Constituição Federal e às regras da Previdência Social. Segundo ele, nem mesmo o presidente da República recebe aposentadoria após deixar o cargo. “São Paulo tem a maior economia do Brasil e os ex-governadores sequer cogitam receber pensão”, declarou.
Justiça pode ser acionada
O deputado tucano falou ainda na possibilidade de se recorrer à Justiça para revogação do artigo 77 da Constituição Estadual. Ele se baseia na informação de que o Supremo Tribunal Federal analisa uma Ação Direita de Inconstitucionalidade (ADI) proposta pelo Conselho federal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) à pensão vitalícia para ex-governadores de Mato Grosso do Sul.
Pedido de vista do ministro Eros Grau, do Supremo, adiou o julgamento da ADI, mas a ação já conta com três votos favoráveis à extinção de pensão vitalícia, segundo matéria publicada no site do STF (www.stf.gov.br).
Segundo o site, a OAB afirma que o benefício desrespeita diversos artigos da Constituição Federal. A entidade alega que ao encerrar seus mandatos, os ex-governadores não exercem mais nenhum ato em nome do ente público, e que conceder o subsídio seria “retribuição pecuniária a título gratuito, como se fosse uma espécie de aposentadoria de graça” a quem não presta mais serviços públicos.
“É inadmissível que em um estado com índices de desemprego tão cruéis os ex-governadores tenham direito a pensão vitalícia”, desabafou Donald.
O líder do PSDB na Assembléia Legislativa, Donald Fernandes, apresentou à mesa diretora na sessão desta quinta-feira proposta de emenda ao artigo 77 da Constituição Estadual, que instituiu pensão vitalícia para os ex-governadores. Com a iniciativa, o parlamentar quer acabar com o privilégio. O documento contém 12 assinaturas de deputados, contando com a do proponente.
“Não é justo que num dos estados mais pobres do país os ex-governadores recebam aposentadoria depois de quatro anos d e serviço, quando a trabalhadora comum precisa de no mínimo 30 anos de contribuição e o trabalhador, 35 anos”, argumentou Donald.
A assessoria do deputado passou a manhã no centro de Rio Branco distribuindo panfletos e colhendo assinaturas dos acreanos que não concordam com o pagamento de pensão a ex-governadores. A meta é reunir o mínimo de 10 mil assinaturas em todo o Acre.
Se aprovada, a proposta de emenda à Constituição Estadual revogaria o artigo 77, que trata do subsídio mensal e vitalício correspondente ao vencimento e representação do principal cargo do Executivo.
Donald Fernandes argumentou após a sessão que aposentar governador é um acinte à Constituição Federal e às regras da Previdência Social. Segundo ele, nem mesmo o presidente da República recebe aposentadoria após deixar o cargo. “São Paulo tem a maior economia do Brasil e os ex-governadores sequer cogitam receber pensão”, declarou.
Justiça pode ser acionada
O deputado tucano falou ainda na possibilidade de se recorrer à Justiça para revogação do artigo 77 da Constituição Estadual. Ele se baseia na informação de que o Supremo Tribunal Federal analisa uma Ação Direita de Inconstitucionalidade (ADI) proposta pelo Conselho federal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) à pensão vitalícia para ex-governadores de Mato Grosso do Sul.
Pedido de vista do ministro Eros Grau, do Supremo, adiou o julgamento da ADI, mas a ação já conta com três votos favoráveis à extinção de pensão vitalícia, segundo matéria publicada no site do STF (www.stf.gov.br).
Segundo o site, a OAB afirma que o benefício desrespeita diversos artigos da Constituição Federal. A entidade alega que ao encerrar seus mandatos, os ex-governadores não exercem mais nenhum ato em nome do ente público, e que conceder o subsídio seria “retribuição pecuniária a título gratuito, como se fosse uma espécie de aposentadoria de graça” a quem não presta mais serviços públicos.
“É inadmissível que em um estado com índices de desemprego tão cruéis os ex-governadores tenham direito a pensão vitalícia”, desabafou Donald.
quarta-feira, 25 de abril de 2007
"Jornalista tem que saber ler"
"O jornalista Paulo Patarra não tem mais os ralos cabelos e a barba que o acompanharam na maior parte dos seus mais de meio século de jornalismo. Mas a inteligência, o perfil de líder, o bom humor, o olhar crítico e a língua afiada estão ainda mais aguçados no velho Patarra, hoje com 73 anos". Assim começa a entrevista publicada no site da ABI - Associação Brasileira de Imprensa.
Patarra está certíssimo em dizer que jornalista precisa saber ler. Alguns têm dificuldade, apresentando alto grau dessa deficiência, o que resulta em textos mal escritos e repletos de erros de português.
Patarra está certíssimo em dizer que jornalista precisa saber ler. Alguns têm dificuldade, apresentando alto grau dessa deficiência, o que resulta em textos mal escritos e repletos de erros de português.
Dois pesos e duas medidas
Não será de espantar se a professora Alcelina da Silva Oliveira, ex-gestora do hospital Epaminondas Jácome e agora provável secretária de gabinete do prefeito Vanderley Viana de Lima, comece e ser destratada por quem antes lhe defendia a atuação profissional. É que a companheirada se acha capaz de endeusar aliados e demonizar desafetos, inclusive alternando essas atribuições conforme a conveniência da situação. Foi assim que o senador Geraldo Mesquita Júnior passou de companheiro a traidor, e o ex-governador Orleir Cameli de narcotraficante e corrupto a excelente camarada.
Recomendo que dona Alcelina prepare o lombo para as bordoadas que virão.
Recomendo que dona Alcelina prepare o lombo para as bordoadas que virão.
Direto de Marte
O deputado estadual Taumaturgo Lima, do PT, deve morar em Marte. Nesta quarta-feira ele defendeu na Assembléia Legislativa as iniciativas do governo da floresta junto aos agricultores. Em resposta às críticas feitas pela deputada Idalina Onofre (PPS), Taumaturgo afirmou que as ações governamentais no Juruá melhoraram as condições de vida dos trabalhadores rurais. Como exemplo citou única e exclusivamente construção de casas de farinha.
Idalina criticou a inexistência de política agrícola para o Vale do Juruá. Suas denúncias foram apoiadas pela deputada Antônia Sales (PMDB), segundo a qual não adianta construir casa de farinha se os ramais não oferecem as mínimas condições de tráfego e o governo não garante assistência técnica aos produtores.
Taumaturgo afirmou ainda que nunca se fez tanto pelos agricultores acreanos como nos oito anos do governo do PT. Ou mente sabendo que mente, ou mente sem saber.
Idalina criticou a inexistência de política agrícola para o Vale do Juruá. Suas denúncias foram apoiadas pela deputada Antônia Sales (PMDB), segundo a qual não adianta construir casa de farinha se os ramais não oferecem as mínimas condições de tráfego e o governo não garante assistência técnica aos produtores.
Taumaturgo afirmou ainda que nunca se fez tanto pelos agricultores acreanos como nos oito anos do governo do PT. Ou mente sabendo que mente, ou mente sem saber.
Perguntar não ofende
Se o radialista-apedeuta de Xapuri deixasse a Rádio Educadora 6 de Agosto, para aonde levaria sua comprovada competência em bajular os companheiros?
Aumenta o desemprego
De acordo com pesquisa da Fundação Seade e Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), divulgada hoje, o desemprego no país aumentou 16,6%. Enquanto a geração de empregos se retrai, reflexo do desaquecimento econômico do país, o governo da companheirada resolveu manter a CPMF, ou imposto do cheque. A Câmara dos Deputados deve votar essa semana a prorrogação até 2010 da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira, implacavelmente atacada pelos petistas quando eles faziam oposição ao governo FHC.
Lula, que admitiu não ter projeto político para o Brasil assim que assumiu a presidência, revela outra vez que a política dos petelhos é nos esfolar através dos impostos e garantir gordas somas aos banqueiros, via manutenção das extorsivas taxas de juros.
E assim a patuléia vai engrossando a fila do desemprego.
Lula, que admitiu não ter projeto político para o Brasil assim que assumiu a presidência, revela outra vez que a política dos petelhos é nos esfolar através dos impostos e garantir gordas somas aos banqueiros, via manutenção das extorsivas taxas de juros.
E assim a patuléia vai engrossando a fila do desemprego.
Outra vez o apedeuta
O radialista-apedeuta Raimari Cardoso insinuou mais uma vez que sou "viúva de Marcio Bittar". Como não tem condições sequer de elaborar por si mesmo uma análise política da realidade acreana, o apedeuta se ampara na avaliação alheia para proferir seus ataques. Mais cuidadoso com a norma culta depois que lhe apliquei umas correções gramaticais, continua a reclamar da virulência alheia quando a sua própria não serve de exemplo. Reitero, porém, que é preferível ser viúva de Bittar a servir de prostituta do mensalão.
O apedeuta Raimari lança mão dos argumentos alheios para insinuar que sou desqualificado, quando essa distinção deve ficar por conta de quem se mete a fazer o que não sabe. Malandro, ele recorre à regra leninista de imputar a seus adversários políticos aquilo que ele próprio tem de pior. Descarado, quer me questionar a competência profissional a partir de uma derrota nas urnas, como se o exemplo não pudesse ser imediatamente revertido a si próprio, derrotado com seu grupelho em Xapuri nas eleições de 2004.
Mas, como dizia minha avó, vergonha na cara é privilégio de poucos. Já a ética e a correção não são coisas para quem vive de defender o espólio da incompetência, da negociata e da roubalheira desmedida.
O apedeuta Raimari lança mão dos argumentos alheios para insinuar que sou desqualificado, quando essa distinção deve ficar por conta de quem se mete a fazer o que não sabe. Malandro, ele recorre à regra leninista de imputar a seus adversários políticos aquilo que ele próprio tem de pior. Descarado, quer me questionar a competência profissional a partir de uma derrota nas urnas, como se o exemplo não pudesse ser imediatamente revertido a si próprio, derrotado com seu grupelho em Xapuri nas eleições de 2004.
Mas, como dizia minha avó, vergonha na cara é privilégio de poucos. Já a ética e a correção não são coisas para quem vive de defender o espólio da incompetência, da negociata e da roubalheira desmedida.
terça-feira, 24 de abril de 2007
Pausa para a solidariedade
A oposição ranzinza ao prefeito Vanderley Viana de Lima o pinta como pessoa intratável, despótica e descontrolada. Para a malta que há dois anos e quatro meses está fora da prefeitura, é inconcebível que Vanderley seja capaz de um gesto mínimo de solidariedade. Pois é, sim.
Na semana passada, o prefeito atrasou o almoço para levar um pouco de calor humano a uma família xapuriense, na qual existem nada menos que quatro jovens com necessidades especiais. Sim, quatro. Além da solidariedade, vanderley levou uma cesta básica e quatro caixas de bombons Lacta, compradas com dinheiro do próprio bolso. Com esse detalhe não lhe quero ressaltar a probidade, mas a correção em não fazer filantropia com dinheiro do contribuinte.
A mãe das quatro jovens, cujo nome prefiro não citar, não concorda com a oposição sobre os defeitos atribuídos a Vanderley Viana. Ela prefere lhe ressaltar as qualidades.
Na semana passada, o prefeito atrasou o almoço para levar um pouco de calor humano a uma família xapuriense, na qual existem nada menos que quatro jovens com necessidades especiais. Sim, quatro. Além da solidariedade, vanderley levou uma cesta básica e quatro caixas de bombons Lacta, compradas com dinheiro do próprio bolso. Com esse detalhe não lhe quero ressaltar a probidade, mas a correção em não fazer filantropia com dinheiro do contribuinte.
A mãe das quatro jovens, cujo nome prefiro não citar, não concorda com a oposição sobre os defeitos atribuídos a Vanderley Viana. Ela prefere lhe ressaltar as qualidades.
Marcos Valério de volta à cena do crime
Quem ainda se lembra de Marcos Valério, cuja atuação nos bastidores da política petista deu origem ao neologismo “valerioduto”? O nome do principal avalista dos empréstimos milionários feitos pelo Partido dos Trabalhadores, que segundo apurações da Justiça eram contraídos para financiar o mensalão, voltou a aparecer em artigo da jornalista Tereza Cruvinel, de O Globo de hoje, como provável delator dos envolvidos com a máfia dos bingos.
Em resposta, a assessoria de Marcos Valério divulgou nota negando seu envolvimento nas operações Hurricane e Têmis, da Política Federal, e rechaçou com “veemência a leviandade cometida pela jornalista Tereza Cruvinel”.
A íntegra do texto, publicada pelo jornalista Fernando Rodrigues, da Folha, pode ser lida aqui.
Em resposta, a assessoria de Marcos Valério divulgou nota negando seu envolvimento nas operações Hurricane e Têmis, da Política Federal, e rechaçou com “veemência a leviandade cometida pela jornalista Tereza Cruvinel”.
A íntegra do texto, publicada pelo jornalista Fernando Rodrigues, da Folha, pode ser lida aqui.
Jô Soares e Janine Ribeiro
Acabo de assistir à entrevista do filósofo uspiano Renato Janine Ribeiro ao apresentador Jô Soares. Uma lástima. O apresentador não perde a mania de interromper os convidados, e no caso de Janine Ribeiro, as intervenções prejudicaram a conversa. Jô acabou por dar mais opiniões que o professor, o que subverte a lógica do programa - de qualquer programa de entrevista.
Mas o que isso tem a ver conosco?, perguntará o leitor de bom senso. Explico-me. Janine Ribeiro foi divulgar seu novo livro "Ética na política". Houve um tempo (lá na Grécia Antiga) em que ética e política eram uma só coisa. Os políticos de nosso país (os petistas em particular) conseguiram distanciar ainda mais uma coisa da outra.
Pelo que conheço de Janine Ribeiro, vale a pena ler o livro.
Mas o que isso tem a ver conosco?, perguntará o leitor de bom senso. Explico-me. Janine Ribeiro foi divulgar seu novo livro "Ética na política". Houve um tempo (lá na Grécia Antiga) em que ética e política eram uma só coisa. Os políticos de nosso país (os petistas em particular) conseguiram distanciar ainda mais uma coisa da outra.
Pelo que conheço de Janine Ribeiro, vale a pena ler o livro.
segunda-feira, 23 de abril de 2007
Após inverno prefeitura voltará a pavimentar ruas
O prefeito Vanderley Viana de Lima assegura que o trabalho de pavimentação de ruas em Xapuri vai recomeçar assim que o inverno der uma trégua. No município esse trabalho tem sido feito com tijolos que saem da olaria mantida pela prefeitura (foto). Ali, o fornecimento de matéria-prima para as obras municipais garante renda a 34 famílias carentes. “Tudo com recursos próprios”, afirma o prefeito, que desde que assumiu o cargo não viu a mão estendida do estado a oferecer ajuda aos moradores de Xapuri.
Por ter recebido em péssimas condições o município das mãos do ex-prefeito petista Júlio Barbosa , Vanderley sabe que a população precisa de respostas urgentes.
“Mesmo com pouco recurso e sem nenhum apoio do estado, temos feito o possível para atender a quem paga impostos”, garante.
Por ter recebido em péssimas condições o município das mãos do ex-prefeito petista Júlio Barbosa , Vanderley sabe que a população precisa de respostas urgentes.
“Mesmo com pouco recurso e sem nenhum apoio do estado, temos feito o possível para atender a quem paga impostos”, garante.
Veja essa, leitor
"Sobre os índices sociais, que não mostraram grandes avanços, (Jorge) Viana afirma que esses resultados tardam mais a aparecer e coloca sob suspeição os dados. "O IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) não expressa a realidade social da Amazônia. É completamente furado. Você chegar na periferia de São Paulo e perguntar por uma creche e um pré-natal está certíssimo, agora não dá para chegar em uma aldeia, fazer a mesma pergunta e depois incluir isso dentro de um relatório e te botar lá para baixo nos indicadores sociais? O que estamos buscando é uma espécie de IDH verde que considere aspectos culturais, para não misturar com avaliação feita a partir de uma visão do Centro-Sul do país". Todavia, a população indígena do Estado em 2005 era de 14.451, aproximadamente 2% da total. Um terço dos habitantes do Acre vive em zonas rurais".
O texto acima integra a reportagem de Caio Junqueira, do jornal Valor Econômico, sobre a polêmica em torno da prospecção de petróleo no Acre. Sempre que um levantamento aponta algo de errado por aqui, a culpa é da metodologia usada na pesquisa, que não leva em conta nossas "peculiaridades". Se, ao contrário, o "erro" fosse a favor do governo, seria comemorado com muita pirotecnia, como convém à política festiva do PT. Assinante do jornal lê mais aqui.
O texto acima integra a reportagem de Caio Junqueira, do jornal Valor Econômico, sobre a polêmica em torno da prospecção de petróleo no Acre. Sempre que um levantamento aponta algo de errado por aqui, a culpa é da metodologia usada na pesquisa, que não leva em conta nossas "peculiaridades". Se, ao contrário, o "erro" fosse a favor do governo, seria comemorado com muita pirotecnia, como convém à política festiva do PT. Assinante do jornal lê mais aqui.
domingo, 22 de abril de 2007
Menos...
O governador do Acre, Binho Marques resolveu reduzir seu ordenado, que seria de 22 mil reais por mês para apenas 19 mil. Aplaudido pela nobre decisão, inclusive pelos seus opositores, o governador começa o mandato em boa conta junto à opinião pública. Mas, espere!
Em janeiro de 2006 o salário do governador do Acre era de 15 mil reais. No final do mesmo ano houve um reajuste de cerca de 32% e o ordenado do chefe do executivo foi alavancado para os malditos 22 mil. Hoje, com a "redução" cai para 19 mil. Ou seja, ano passado, o governador ganhava 15 mil, este ano embolsará "só" 19 mil.
O que houve mesmo foi um aumento real de 21%. 4 mil a mais.
Parece mentira, mas no dia 1º de abril de 2007 o trabalhador brasileiro também ganhou um belo reajuste na sua remuneração mínima de 350 reais. Foi de 8, 57%, o que gerou a fortuna de 380 merréis por mês. 30 reais a mais.
Agora aplaudam.
Charge e texto do cartunista Francisco Braga
Em janeiro de 2006 o salário do governador do Acre era de 15 mil reais. No final do mesmo ano houve um reajuste de cerca de 32% e o ordenado do chefe do executivo foi alavancado para os malditos 22 mil. Hoje, com a "redução" cai para 19 mil. Ou seja, ano passado, o governador ganhava 15 mil, este ano embolsará "só" 19 mil.
O que houve mesmo foi um aumento real de 21%. 4 mil a mais.
Parece mentira, mas no dia 1º de abril de 2007 o trabalhador brasileiro também ganhou um belo reajuste na sua remuneração mínima de 350 reais. Foi de 8, 57%, o que gerou a fortuna de 380 merréis por mês. 30 reais a mais.
Agora aplaudam.
Charge e texto do cartunista Francisco Braga
O ovo de Colombo
Gaudêncio Torquato
Esta é a receita de um “paizão da Federação”: acata a reivindicação de aumentar de 22,5% para 23,5% o repasse do Fundo de Participação dos Municípios, “dá ordem” para que o 1% seja imediatamente aprovado por sua base política, é aplaudido entusiasticamente por 3 mil prefeitos e, em meio às palmas, promete turbinar ainda mais as 5.560 prefeituras do País com facilidades para que possam firmar convênios com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Inebriado pelo grito de “Lula outra vez”, o orador estica a fala magnânima e anuncia que aumentará o valor do Bolsa-Família, colocando um adicional de 16% acima da inflação no bolso de 11 milhões de famílias. Que ninguém pense que o Todo-Generoso age como cabo eleitoral. Ele deixa claro que oferece o presente, agora, na entressafra das eleições. Enfeitiçados, os alcaides nem percebem a trama do jogador de truco, que trocará a gorjeta de R$ 1,3 bilhão – a ser repartido anualmente pelas municipalidades – por R$ 32 bilhões, montante que o governo arrecada por ano com a CPMF. Como assim? Piscadela de olho à parte, Lula deverá conseguir no Congresso a prorrogação da famigerada sigla, também conhecida como o imposto do cheque, até 2011. Cruz, credo! Por que apenas até o final do segundo governo Lula? Deixemos que o leitor dê a resposta mais adiante.
Sejamos, porém, justos. Dom Luiz do Terceiro Milênio pode fazer o que bem entender após cem dias estáticos, dedicados a tirar férias; montar a equipe do segundo mandato; insistir na linha de discursos e metáforas repetitivas, agora pontilhadas de portunhol exótico; anunciar o tal PAC; e cimentar o gigantesco mosaico de apoios, usando para tanto o magnetismo pessoal e a força do presidencialismo imperial. A hipótese de fazer o que lhe der na cuca tem fundamento. O homem acaba de se banhar com quase 64% de apoio do povo ao desempenho pessoal, índice que é quase 15% maior do que a taxa de aprovação do eleitorado ao seu governo. Se um perfil com imenso carisma pessoal se senta no trono do presidencialismo, não há o que contestar. O imperador-presidente-carismático não está nem aí para as críticas. Ainda mais, quando as cobranças partem de oposições amorfas, de líderes carcomidos por histórias pregressas e de análises que não chegam aos olhos e ouvidos da massa.
“Se queden tranquilis”, responde o presidente gozador a quem faz perguntas embaraçosas. E com muita tranqüilidade aplaina o barro da estrada que percorrerá nos próximos 3 anos 8 meses e 15 dias. Toda manhã, ao acordar, Lula calcula duas equações para continuar no pódio. A primeira é para dar força aos 63% que vivem na base da pirâmide social. Já conseguiu retirar 10 milhões de pessoas das classes D e E e colocá-las na classe C. Um tento. Sabe que os 5% do andar mais alto têm mil maneiras de encher as burras e não são tão afetados pela agenda governamental. Mas a parte do meio, os 32%, ele deixa ao deus-dará. Se o poder de compra das classes pobres melhorou, o mandatário recebe o troco com uma montanha de aplausos.
A segunda equação que mexe com a cabeça de Lula é a divisão do bolo tributário. De um total que ultrapassa R$ 600 bilhões, a União fica com 61%, os Estados ganham 24%, restando aos municípios apenas 15%. Apesar da descentralização tributária efetuada no bojo da Constituição de 88, o modelo continuou torto, a partir do cipoal de legislações, como as 27 que regulam o ICMS, uma para cada Estado. A União nunca se desfez da excessiva centralização das receitas em sua esfera, aliás, prática herdada do Brasil rural, quando o País era administrado como uma fazenda. (Há quem veja nas expressões fazenda pública, ministério e secretaria da fazenda traços da concepção da velha cultura ruralista, que teima em manter raízes.) Apesar de inúmeras propostas para reforma do modelo geral de tributação, a União sempre refuga sua aprovação.
Explica-se, assim, o caráter imperial do presidencialismo brasileiro. O arranjo federativo transforma o riozinho de baixo em afluente do oceano de cima. O artigo 23 da Carta Magna – que trata da competência comum da União, Estados, do Distrito Federal e dos municípios – nunca foi regulamentado. E, é claro, não interessa ao atual imperador-presidente que o seja. No dia em que as competências e respectivas receitas para arcar com as áreas ali descritas forem estabelecidas, desmonta-se a atual arquitetura de arrecadação.
E assim, com embromação e matreirice, o presidente exibe a interlocutores, correligionários e adversários como consegue pôr o ovo na posição vertical, como fez Colombo, quando quebrou um pouco da casca de uma das pontas. Basta ter à mão a solução mais simples e natural. Lula tem sabido tirar partido da obviedade.
* Gaudêncio Torquato, jornalista,
é professor titular da USP e consultor político.
Esta é a receita de um “paizão da Federação”: acata a reivindicação de aumentar de 22,5% para 23,5% o repasse do Fundo de Participação dos Municípios, “dá ordem” para que o 1% seja imediatamente aprovado por sua base política, é aplaudido entusiasticamente por 3 mil prefeitos e, em meio às palmas, promete turbinar ainda mais as 5.560 prefeituras do País com facilidades para que possam firmar convênios com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Inebriado pelo grito de “Lula outra vez”, o orador estica a fala magnânima e anuncia que aumentará o valor do Bolsa-Família, colocando um adicional de 16% acima da inflação no bolso de 11 milhões de famílias. Que ninguém pense que o Todo-Generoso age como cabo eleitoral. Ele deixa claro que oferece o presente, agora, na entressafra das eleições. Enfeitiçados, os alcaides nem percebem a trama do jogador de truco, que trocará a gorjeta de R$ 1,3 bilhão – a ser repartido anualmente pelas municipalidades – por R$ 32 bilhões, montante que o governo arrecada por ano com a CPMF. Como assim? Piscadela de olho à parte, Lula deverá conseguir no Congresso a prorrogação da famigerada sigla, também conhecida como o imposto do cheque, até 2011. Cruz, credo! Por que apenas até o final do segundo governo Lula? Deixemos que o leitor dê a resposta mais adiante.
Sejamos, porém, justos. Dom Luiz do Terceiro Milênio pode fazer o que bem entender após cem dias estáticos, dedicados a tirar férias; montar a equipe do segundo mandato; insistir na linha de discursos e metáforas repetitivas, agora pontilhadas de portunhol exótico; anunciar o tal PAC; e cimentar o gigantesco mosaico de apoios, usando para tanto o magnetismo pessoal e a força do presidencialismo imperial. A hipótese de fazer o que lhe der na cuca tem fundamento. O homem acaba de se banhar com quase 64% de apoio do povo ao desempenho pessoal, índice que é quase 15% maior do que a taxa de aprovação do eleitorado ao seu governo. Se um perfil com imenso carisma pessoal se senta no trono do presidencialismo, não há o que contestar. O imperador-presidente-carismático não está nem aí para as críticas. Ainda mais, quando as cobranças partem de oposições amorfas, de líderes carcomidos por histórias pregressas e de análises que não chegam aos olhos e ouvidos da massa.
“Se queden tranquilis”, responde o presidente gozador a quem faz perguntas embaraçosas. E com muita tranqüilidade aplaina o barro da estrada que percorrerá nos próximos 3 anos 8 meses e 15 dias. Toda manhã, ao acordar, Lula calcula duas equações para continuar no pódio. A primeira é para dar força aos 63% que vivem na base da pirâmide social. Já conseguiu retirar 10 milhões de pessoas das classes D e E e colocá-las na classe C. Um tento. Sabe que os 5% do andar mais alto têm mil maneiras de encher as burras e não são tão afetados pela agenda governamental. Mas a parte do meio, os 32%, ele deixa ao deus-dará. Se o poder de compra das classes pobres melhorou, o mandatário recebe o troco com uma montanha de aplausos.
A segunda equação que mexe com a cabeça de Lula é a divisão do bolo tributário. De um total que ultrapassa R$ 600 bilhões, a União fica com 61%, os Estados ganham 24%, restando aos municípios apenas 15%. Apesar da descentralização tributária efetuada no bojo da Constituição de 88, o modelo continuou torto, a partir do cipoal de legislações, como as 27 que regulam o ICMS, uma para cada Estado. A União nunca se desfez da excessiva centralização das receitas em sua esfera, aliás, prática herdada do Brasil rural, quando o País era administrado como uma fazenda. (Há quem veja nas expressões fazenda pública, ministério e secretaria da fazenda traços da concepção da velha cultura ruralista, que teima em manter raízes.) Apesar de inúmeras propostas para reforma do modelo geral de tributação, a União sempre refuga sua aprovação.
Explica-se, assim, o caráter imperial do presidencialismo brasileiro. O arranjo federativo transforma o riozinho de baixo em afluente do oceano de cima. O artigo 23 da Carta Magna – que trata da competência comum da União, Estados, do Distrito Federal e dos municípios – nunca foi regulamentado. E, é claro, não interessa ao atual imperador-presidente que o seja. No dia em que as competências e respectivas receitas para arcar com as áreas ali descritas forem estabelecidas, desmonta-se a atual arquitetura de arrecadação.
E assim, com embromação e matreirice, o presidente exibe a interlocutores, correligionários e adversários como consegue pôr o ovo na posição vertical, como fez Colombo, quando quebrou um pouco da casca de uma das pontas. Basta ter à mão a solução mais simples e natural. Lula tem sabido tirar partido da obviedade.
* Gaudêncio Torquato, jornalista,
é professor titular da USP e consultor político.
sábado, 21 de abril de 2007
Por enquanto só a mídia...
Os agricultores e seus problemas comezinhos foram mantidos longe do governo estadual durante oito anos. Não houve incentivo à agricultura, grãos deixaram de ser cultivados por falta de assistência técnica e colheitas se perderam por não haver política de escoamento da produção. Isso inclui ramais em péssimas condições e milhares de famílias isoladas no meio da mata.
Enquanto isso, as importações de alimento aumentaram. Parece piada de mau gosto que o Acre, com um dos maiores rebanhos per capita do país, importe diariamente 35 mil litros de leite de Rondônia.
Binho Marques assumiu o terceiro mandato petista comprometendo-se com a causa dos pequenos e médios agricultores. Pena que o governo, consumindo-se em "questões internas", ainda não tenha de fato começado. Por enquanto apenas a célere decisão de continuar gastando o dinheiro da esmolambada patuléia em publicidade governamental. Serão desperdiçados só este ano 12 milhões de reais em propaganda.
E os agricultores, claro, que continuem a torcer por uma chuvinha em suas hortas.
sexta-feira, 20 de abril de 2007
O blindado sorriso cínico do petismo
Por Leonencio Nossa, no Estadão On Line. A matéria é longa, mas vale a pena ler.
A rápida aparição do ex-tesoureiro petista Delúbio Soares - um dos pivôs do escândalo do mensalão - na festa de abertura da fábrica da Caoa-Hyundai, em Goiás, foi suficiente para alterar o humor dos anfitriões e do principal convidado do evento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Na última quarta-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) informou que abrirá o primeiro processo penal contra os envolvidos no mensalão. Delúbio é um dos réus da ação junto com o deputado federal José Genoino (PT-SP), o publicitário Marcos Valério.
Ainda no STF, o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, entrou com uma denúncia envolvendo 40 pessoas no esquema do mensalão, mas até agora -passado um ano - não havia processo nem réus no Supremo. Souza concluiu que o "chefe" do que classificou como "quadrilha" era o ex-ministro José Dirceu, além de Genoino, Delúbio e Silvio Pereira, outro dirigente petista.
Área reservada
Delúbio Soares chegou ao pavilhão da festa com cabelos compridos, aparelho nos dentes e terno e gravata. Estava sorridente até o momento em que jornalistas o encontraram no local. Em poucos minutos, "amigos" dele recomendaram que deixasse a área, antes que sua presença tivesse mais impacto que a inauguração da linha de montagem de veículos.
A princípio, Delúbio Soares foi levado pelos organizadores da festa para uma sala reservada, longe da imprensa. Depois, o ex-tesoureiro saiu por uma porta nos fundos.
Os funcionários da empresa CDI, que presta serviço de assessoria à Hyunday, disseram que Delúbio Soares estava no local "porque era um dos convidados". Fizeram de tudo para impedir imagens do convidado. Lula só chegou ao local mais de uma hora depois da saída de Delúbio.
Mesmo com a retirada do ex-tesoureiro da festa, o clima foi de constrangimento para diretores da fábrica e para a comitiva que acompanhava o presidente.
Lula fez um discurso no evento e depois evitou falar com a imprensa. Os assessores do Palácio do Planalto não tinham confirmado entrevista, mas tinham marcado um espaço e preparado uma estrutura para o presidente conversar com os jornalistas.
Quem convidou?
A assessoria de Lula informou que Delúbio Soares tinha sido convidado pelo presidente da fábrica, tirando qualquer responsabilidade do Planalto. O empresário Carlos Alberto de Oliveira Andrade, presidente da Caoa, disse que era "mentira" a notícia de que a empresa teria convidado o ex-tesoureiro.
Ao ser informado que foi o Planalto quem divulgou essa versão, o empresário mudou o discurso: "Falou? Ah, se falou, é verdade". "Não tenho absolutamente nada contra ninguém, não sou político e não tenho nada a ver com a política."
Andrade contou, em seguida, que convidou Delúbio para atender a um pedido de "goianos". "A pressão para que acontecesse isso foi muito séria", disse. O empresário negou de forma veemente que o ex-tesoureiro tenha atuado nas negociações para instalar a fábrica em Goiás, terra natal de Delúbio Soares.
Mensalão
O esquema do mensalão - pagamento de uma suposta mesada a parlamentares para votarem a favor de projetos do governo - foi denunciado por Roberto Jefferson, então deputado pelo PTB e presidente da legenda, que acabou sendo cassado por conta de seu envolvimento.
Segundo ele, os pagamentos mensais chegavam a R$ 30 mil e o esquema de repasse do dinheiro era feito através de movimentações financeiras do empresário Marcos Valério.
Dos acusados de envolvimento no esquema, foram cassados José Dirceu, Roberto Jefferson (PTB-RJ), que denunciou o mensalão, e Pedro Corrêa (PP-PE). Quatro parlamentares renunciaram para fugir do processo e 11 foram absolvidos.
Comentário do blog: matérias como essa revelam o paroxismo do absurdo quando a canalha petista ousa nos dar lição de moral.
A rápida aparição do ex-tesoureiro petista Delúbio Soares - um dos pivôs do escândalo do mensalão - na festa de abertura da fábrica da Caoa-Hyundai, em Goiás, foi suficiente para alterar o humor dos anfitriões e do principal convidado do evento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Na última quarta-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) informou que abrirá o primeiro processo penal contra os envolvidos no mensalão. Delúbio é um dos réus da ação junto com o deputado federal José Genoino (PT-SP), o publicitário Marcos Valério.
Ainda no STF, o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, entrou com uma denúncia envolvendo 40 pessoas no esquema do mensalão, mas até agora -passado um ano - não havia processo nem réus no Supremo. Souza concluiu que o "chefe" do que classificou como "quadrilha" era o ex-ministro José Dirceu, além de Genoino, Delúbio e Silvio Pereira, outro dirigente petista.
Área reservada
Delúbio Soares chegou ao pavilhão da festa com cabelos compridos, aparelho nos dentes e terno e gravata. Estava sorridente até o momento em que jornalistas o encontraram no local. Em poucos minutos, "amigos" dele recomendaram que deixasse a área, antes que sua presença tivesse mais impacto que a inauguração da linha de montagem de veículos.
A princípio, Delúbio Soares foi levado pelos organizadores da festa para uma sala reservada, longe da imprensa. Depois, o ex-tesoureiro saiu por uma porta nos fundos.
Os funcionários da empresa CDI, que presta serviço de assessoria à Hyunday, disseram que Delúbio Soares estava no local "porque era um dos convidados". Fizeram de tudo para impedir imagens do convidado. Lula só chegou ao local mais de uma hora depois da saída de Delúbio.
Mesmo com a retirada do ex-tesoureiro da festa, o clima foi de constrangimento para diretores da fábrica e para a comitiva que acompanhava o presidente.
Lula fez um discurso no evento e depois evitou falar com a imprensa. Os assessores do Palácio do Planalto não tinham confirmado entrevista, mas tinham marcado um espaço e preparado uma estrutura para o presidente conversar com os jornalistas.
Quem convidou?
A assessoria de Lula informou que Delúbio Soares tinha sido convidado pelo presidente da fábrica, tirando qualquer responsabilidade do Planalto. O empresário Carlos Alberto de Oliveira Andrade, presidente da Caoa, disse que era "mentira" a notícia de que a empresa teria convidado o ex-tesoureiro.
Ao ser informado que foi o Planalto quem divulgou essa versão, o empresário mudou o discurso: "Falou? Ah, se falou, é verdade". "Não tenho absolutamente nada contra ninguém, não sou político e não tenho nada a ver com a política."
Andrade contou, em seguida, que convidou Delúbio para atender a um pedido de "goianos". "A pressão para que acontecesse isso foi muito séria", disse. O empresário negou de forma veemente que o ex-tesoureiro tenha atuado nas negociações para instalar a fábrica em Goiás, terra natal de Delúbio Soares.
Mensalão
O esquema do mensalão - pagamento de uma suposta mesada a parlamentares para votarem a favor de projetos do governo - foi denunciado por Roberto Jefferson, então deputado pelo PTB e presidente da legenda, que acabou sendo cassado por conta de seu envolvimento.
Segundo ele, os pagamentos mensais chegavam a R$ 30 mil e o esquema de repasse do dinheiro era feito através de movimentações financeiras do empresário Marcos Valério.
Dos acusados de envolvimento no esquema, foram cassados José Dirceu, Roberto Jefferson (PTB-RJ), que denunciou o mensalão, e Pedro Corrêa (PP-PE). Quatro parlamentares renunciaram para fugir do processo e 11 foram absolvidos.
Comentário do blog: matérias como essa revelam o paroxismo do absurdo quando a canalha petista ousa nos dar lição de moral.
Prefeito vai inaugurar portal em maio
A obra foi parar no Ministério Público porque um sábio vereador de oposição queria saber qual a utilidade (sic) do portal que a prefeitura constrói à entrada da cidade. "Embelezar", explicou Vanderley Viana de Lima. "Pra que mais serviria um portal?", indaga.
Em fase de conclusão, a obra é o começo de um projeto urbanístico mais abrangente, que beneficiará os moradores do entorno com a construção de calçadas e serviço de iluminação pública.
Enquanto a oposição esperneia, o prefeito garante a inauguração da obra para o 1º de maio, em comemoração ao Dia do trabalho.
Bambu acreano e o "negócio" da China
Há dois anos, o senador Tião Viana alardeou pela primeira vez que a combalida economia acreana seria redimida por uma parceria com a China, cujo embaixador Jiang Yuande acenava com a possibilidade de nos comprar bambu. No dia 11 de março do ano passado, os jornais voltaram a falar do assunto, sempre destacando o papel do senador petista à frente das "negociações".
Com o anúncio de que o PIB (Produto Interno Bruto) da República Popular da China cresceu 11,1% no primeiro trimestre deste ano, me lembrei da publicidade que Tião Viana armou em torno do assunto.
Nos últimos oito anos os eleitores acreanos têm sido vítimas dessas "ações" políticas que não dão em rigorosamente nada. Depois do bambu, é a vez do petróleo.
Com o anúncio de que o PIB (Produto Interno Bruto) da República Popular da China cresceu 11,1% no primeiro trimestre deste ano, me lembrei da publicidade que Tião Viana armou em torno do assunto.
Nos últimos oito anos os eleitores acreanos têm sido vítimas dessas "ações" políticas que não dão em rigorosamente nada. Depois do bambu, é a vez do petróleo.
quinta-feira, 19 de abril de 2007
Do baú de maldades
Na campanha ao governo do ano passado, estive em 19 municípios do interior do Acre e vi redundantes exemplos de desperdício do dinheiro público. Mas não conhecia o aeroporto de Xapuri, mais uma aberração política do ex-governador Jorge Viana. Desnecessário dizer que a prática perdulária de se fazer obras caras e inúteis torna-se criminosa em um estado com tantas mazelas sociais.
Na semana que vem solicitarei informações sobre os valores gastos em mais esse monumento ao desperdício, mas estou certo de que os companheiros não me atenderão. É que eles continuam a se achar donos dos impostos que a patuléia paga a duras penas.
Na semana que vem solicitarei informações sobre os valores gastos em mais esse monumento ao desperdício, mas estou certo de que os companheiros não me atenderão. É que eles continuam a se achar donos dos impostos que a patuléia paga a duras penas.
quarta-feira, 18 de abril de 2007
Deu no Estadão
Primeira ação do mensalão envolve Genoino e mais dez
A ação estava na Justiça Federal de Minas Gerais até o final do ano passado, mas com a eleição do petista para a Câmara foi encaminhada ao STF
SÃO PAULO - O Supremo Tribunal Federal (STF) abrirá a primeira ação penal com os envolvidos no esquema do mensalão. Há 11 réus no processo, entre eles o deputado federal José Genoino (PT-SP), o publicitário Marcos Valério e o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares.
A ação estava na Justiça Federal de Minas Gerais até o final do ano passado, mas com a eleição de Genoino para a Câmara - que agora tem foro privilegiado - o processo foi transferido para o STF, segundo informações do site do Supremo.
A investigação realizada em Minas Gerais foi um desdobramento das apurações sobre o mensalão. Na denúncia apreciada pela Justiça Federal em Minas, o Ministério Público acusou os investigados de vários crimes, dentre os quais, gestão fraudulenta e falsidade ideológica.
"A liberação de recursos milionários pelo BMG ao PT e às empresas ligadas a Marcos Valério deu-se de maneira irregular, seja porque a situação econômico-financeira dos tomadores era incompatível com o valor, seja porque as garantias dadas eram insuficientes", sustentou o Ministério Público na denúncia.
O relator do caso no STF, ministro Joaquim Barbosa, informou nesta quarta-feira, 18, que já determinou a abertura da ação penal. "É importante ressaltar que a denúncia já foi recebida. Com isso, já temos uma ação penal em andamento", afirmou. Há ainda dois inquéritos em andamento no STF sobre o caso.
Genoino
Genoino disse que, juntamente com outros parlamentares citados no processo, pediu ao STF que fizesse a transferência da ação aberta contra ele pela Justiça de Minas. "O processo na Justiça mineira trata de dois empréstimos legais feitos pelo PT no Banco Rural e no BMG, um de R$ 3 milhões e outro de R$ 2,4 milhões. Estes empréstimos foram registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em fevereiro e março de 2003", disse Genoino.
"O dinheiro foi usado para despesas do partido; nenhum centavo foi desviado para campanhas eleitorais". Genoino disse que a transferência da ação para o STF vai facilitar a sua defesa no processo em que é acusado pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, de ter participado dos escândalos do mensalão.
Ainda no STF, o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, entrou com uma denúncia envolvendo 40 pessoas no esquema do mensalão, mas até agora - passado um ano - não havia processo nem réus no Supremo. Souza concluiu que o "chefe" do que classificou como "quadrilha" era o ex-ministro José Dirceu, além de Genoino, Delúbio e Silvio Pereira, outro dirigente petista.
Entenda o caso
O esquema do mensalão - pagamento de uma suposta mesada a parlamentares para votarem a favor de projetos do governo - foi denunciado por Roberto Jefferson, então deputado pelo PTB e presidente da legenda, que acabou sendo cassado por conta de seu envolvimento.
Segundo ele, os pagamentos mensais chegavam a R$ 30 mil e o esquema de repasse do dinheiro era feito através de movimentações financeiras do empresário Marcos Valério. Dos acusados de envolvimento no esquema, foram cassados José Dirceu, Roberto Jefferson (PTB-RJ), que denunciou o mensalão, e Pedro Corrêa (PP-PE). Quatro parlamentares renunciaram para fugir do processo e 11 foram absolvidos.
Comentário do blog: E ainda aparecem uns desmiolados para alegar que a "Zelite" deste país inventou o maior escândalo da história da República.
A ação estava na Justiça Federal de Minas Gerais até o final do ano passado, mas com a eleição do petista para a Câmara foi encaminhada ao STF
SÃO PAULO - O Supremo Tribunal Federal (STF) abrirá a primeira ação penal com os envolvidos no esquema do mensalão. Há 11 réus no processo, entre eles o deputado federal José Genoino (PT-SP), o publicitário Marcos Valério e o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares.
A ação estava na Justiça Federal de Minas Gerais até o final do ano passado, mas com a eleição de Genoino para a Câmara - que agora tem foro privilegiado - o processo foi transferido para o STF, segundo informações do site do Supremo.
A investigação realizada em Minas Gerais foi um desdobramento das apurações sobre o mensalão. Na denúncia apreciada pela Justiça Federal em Minas, o Ministério Público acusou os investigados de vários crimes, dentre os quais, gestão fraudulenta e falsidade ideológica.
"A liberação de recursos milionários pelo BMG ao PT e às empresas ligadas a Marcos Valério deu-se de maneira irregular, seja porque a situação econômico-financeira dos tomadores era incompatível com o valor, seja porque as garantias dadas eram insuficientes", sustentou o Ministério Público na denúncia.
O relator do caso no STF, ministro Joaquim Barbosa, informou nesta quarta-feira, 18, que já determinou a abertura da ação penal. "É importante ressaltar que a denúncia já foi recebida. Com isso, já temos uma ação penal em andamento", afirmou. Há ainda dois inquéritos em andamento no STF sobre o caso.
Genoino
Genoino disse que, juntamente com outros parlamentares citados no processo, pediu ao STF que fizesse a transferência da ação aberta contra ele pela Justiça de Minas. "O processo na Justiça mineira trata de dois empréstimos legais feitos pelo PT no Banco Rural e no BMG, um de R$ 3 milhões e outro de R$ 2,4 milhões. Estes empréstimos foram registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em fevereiro e março de 2003", disse Genoino.
"O dinheiro foi usado para despesas do partido; nenhum centavo foi desviado para campanhas eleitorais". Genoino disse que a transferência da ação para o STF vai facilitar a sua defesa no processo em que é acusado pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, de ter participado dos escândalos do mensalão.
Ainda no STF, o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, entrou com uma denúncia envolvendo 40 pessoas no esquema do mensalão, mas até agora - passado um ano - não havia processo nem réus no Supremo. Souza concluiu que o "chefe" do que classificou como "quadrilha" era o ex-ministro José Dirceu, além de Genoino, Delúbio e Silvio Pereira, outro dirigente petista.
Entenda o caso
O esquema do mensalão - pagamento de uma suposta mesada a parlamentares para votarem a favor de projetos do governo - foi denunciado por Roberto Jefferson, então deputado pelo PTB e presidente da legenda, que acabou sendo cassado por conta de seu envolvimento.
Segundo ele, os pagamentos mensais chegavam a R$ 30 mil e o esquema de repasse do dinheiro era feito através de movimentações financeiras do empresário Marcos Valério. Dos acusados de envolvimento no esquema, foram cassados José Dirceu, Roberto Jefferson (PTB-RJ), que denunciou o mensalão, e Pedro Corrêa (PP-PE). Quatro parlamentares renunciaram para fugir do processo e 11 foram absolvidos.
Comentário do blog: E ainda aparecem uns desmiolados para alegar que a "Zelite" deste país inventou o maior escândalo da história da República.
Rir, o melhor remédio
Como o clima aqui ficou meio pesado ultimamente, recomendo uma visita ao blog do chargista Francisco Braga (esse sim, genial) agora radicado no Rio de Janeiro. O endereço é www.cartunistabraga.blogspot.com.
Rir ainda é o melhor remédio contra o mau humor.
Rir ainda é o melhor remédio contra o mau humor.
A ignorância, essa madrasta
Bastaria o lazarento Bandido da Luz Vermelha erguer-se da tumba para declarar solidariedade ao ex-governador Jorge Viana para que de monstro fosse transformado em santo. O empenho em lhe preservar o patrimônio político acarreta gafes que só a pressa e a madrasta ignorância podem justificar. Dar destaque, por exemplo, a elogios recebidos por Viana do senador Gilvam Borges (PMDB-AP) é demonstrar afobação desnecessária - e completo desconhecimento da política regional.
Gilvam é uma velha raposa conhecida dos amapenses, irmão do ex-deputado federal Giovanni Pinheiro Borges, dono de emissoras de rádio e TV, além de fazendas na região. Está ligado a José Sarney e foi coordenador de campanha à reeleição do atual governador Waldez Góes, do PDT, cujo governo submerge em diversas denúncias de corrupção investigadas pela Polícia Federal. Gilvam foi do PRN de Collor de Melo, mas achou maior proveito aproximando-se do ex-presidente Sarney, de quem Lula se orgulha de ser aliado.
É esse o senador que se derrama em elogios a Jorge Viana.
Gilvam é uma velha raposa conhecida dos amapenses, irmão do ex-deputado federal Giovanni Pinheiro Borges, dono de emissoras de rádio e TV, além de fazendas na região. Está ligado a José Sarney e foi coordenador de campanha à reeleição do atual governador Waldez Góes, do PDT, cujo governo submerge em diversas denúncias de corrupção investigadas pela Polícia Federal. Gilvam foi do PRN de Collor de Melo, mas achou maior proveito aproximando-se do ex-presidente Sarney, de quem Lula se orgulha de ser aliado.
É esse o senador que se derrama em elogios a Jorge Viana.
Magoado
Archibaldo Antunes
O senhor Raimari Cardoso, magoado com as correções que lhe fiz num texto, deixou neste blog comentários nada lisonjeiros à "minha pessoa", para usar expressão que o dito cujo adora. Eles não me ofendem, antes me divertem por conter pérolas só possíveis de achar nas profundezas de sua cabecinha oca. Por princípio democrático, suas palavras serão mantidas, sobretudo porque entendo que o radialista tem o direito de se manifestar, ainda que de forma virulenta, rancorosa e desinformada.
A uma incorreção em particular, esta publicada no seu blog, me dou, porém, ao trabalho de responder. Ao dizer que perdi a "boquinha" no governo da floresta, e que por isso vivo de falar mal do PT, o radialista comete outro de seus muitos deslizes (alguns, inclusive, éticos, já que oriundos de sua malandragem intelectual). Esclareço que em 2003, cansado do desrespeito, da inoperância e de remuneração indigna de um profissional que se preza, apresentei pedido de demissão devidamente protocolado no gabinete do então secretário de Comunicação, Aníbal Diniz. Meu gesto teve caráter preventivo, uma vez que chegaria o dia em que um petista arreliado me apontaria o dedo para dizer que eu fora enxotado de lá. Como o sr. Raimari não costuma se dar ao trabalho de checar a veracidade de suas calúnias, estou certo de que sequer perguntará se o meu pedido de demissão existe. Bastaria dar um telefonema, e se o seu interlocutor no governo tiver o mínimo de decência, confirmará o que aqui está dito.
Apesar de minha atitude de manter neste blog os comentários do radialista magoado, ele não age da mesma forma em relação a mim, o que é sintomático pela longa convivência com a prática companheira de negar a outrem o direito ao contraditório. A noção de democracia de gente como o radialista há muito que se dissoveu na filosofia utilitária que tem origem no apego patológico ao poder.
Sobre sua conclusão de que me ocupo dele mais do que ele de mim, quero explicar que ele está rigorosamente certo. Para mim, o senhor Raimari tem significado lúdico, já que me divirto com seus textos e sua forma de pensar. Investigar-lhe os artigos e matérias em busca de erros e incoerências se tornou meu passatempo predileto.
Meu único receio é que esse novo hobby acabe por me prejudicar os miolos.
O senhor Raimari Cardoso, magoado com as correções que lhe fiz num texto, deixou neste blog comentários nada lisonjeiros à "minha pessoa", para usar expressão que o dito cujo adora. Eles não me ofendem, antes me divertem por conter pérolas só possíveis de achar nas profundezas de sua cabecinha oca. Por princípio democrático, suas palavras serão mantidas, sobretudo porque entendo que o radialista tem o direito de se manifestar, ainda que de forma virulenta, rancorosa e desinformada.
A uma incorreção em particular, esta publicada no seu blog, me dou, porém, ao trabalho de responder. Ao dizer que perdi a "boquinha" no governo da floresta, e que por isso vivo de falar mal do PT, o radialista comete outro de seus muitos deslizes (alguns, inclusive, éticos, já que oriundos de sua malandragem intelectual). Esclareço que em 2003, cansado do desrespeito, da inoperância e de remuneração indigna de um profissional que se preza, apresentei pedido de demissão devidamente protocolado no gabinete do então secretário de Comunicação, Aníbal Diniz. Meu gesto teve caráter preventivo, uma vez que chegaria o dia em que um petista arreliado me apontaria o dedo para dizer que eu fora enxotado de lá. Como o sr. Raimari não costuma se dar ao trabalho de checar a veracidade de suas calúnias, estou certo de que sequer perguntará se o meu pedido de demissão existe. Bastaria dar um telefonema, e se o seu interlocutor no governo tiver o mínimo de decência, confirmará o que aqui está dito.
Apesar de minha atitude de manter neste blog os comentários do radialista magoado, ele não age da mesma forma em relação a mim, o que é sintomático pela longa convivência com a prática companheira de negar a outrem o direito ao contraditório. A noção de democracia de gente como o radialista há muito que se dissoveu na filosofia utilitária que tem origem no apego patológico ao poder.
Sobre sua conclusão de que me ocupo dele mais do que ele de mim, quero explicar que ele está rigorosamente certo. Para mim, o senhor Raimari tem significado lúdico, já que me divirto com seus textos e sua forma de pensar. Investigar-lhe os artigos e matérias em busca de erros e incoerências se tornou meu passatempo predileto.
Meu único receio é que esse novo hobby acabe por me prejudicar os miolos.
Prefeitura faz planejamento pedagógico para melhorar educação rural
“Na zona rural aluno não faz corpo mole. Todas as crianças freqüentam a escola”. A frase do professor Raimundo Carlos de Oliveira Cunha, 33 anos, impressiona por contrariar os índices de evasão escolar do país. Segundo dados da Fundação Lemann, especializada em gestão escolar, no Brasil 31 jovens abandonam a sala de aula por hora. A média é a maior da América Latina.
Com 12 anos de profissão, Carlos é um dos 25 professores que participam de planejamento pedagógico realizado pela prefeitura de Xapuri, via Secretaria Municipal de Educação (Semed). Se evasão não é problema grave na zona rural, os contratempos se acumulam sob outras formas.
O Encontro de educadores começou na segunda-feira, na Casa Branca, antiga Intendência Boliviana na cidade, e se estenderá até sexta, dia 20.
Carlos leciona para 18 alunos do ensino básico de uma escola localizada no seringal Lua Cheia. Ali as crianças levam até duas horas para assistir às aulas. Ele acredita que o planejamento vai facilitar as atividades pedagógicas, já que os professores poderão aprender novas técnicas educacionais. “Planejar aprimora os conhecimentos”, acredita.
A professora Milene Pereira, 23, concorda com o entusiasmo do colega. Ela trabalha com 14 crianças no seringal São Miguel, a três horas da cidade. Alguns alunos de Milene vão para a escola a cavalo, outras a pé. Nesse caso, o percurso pode levar até duas horas.
“Esse planejamento vai melhorar a base de conhecimento dos professores, e isso se refletirá no nosso desempenho em sala de aula”, entusiasma-se.
Acesso é sempre problema
O acesso dos professores aos locais de trabalho é um dos muitos problemas enfrentados por quem sai da cidade para lecionar na zona rural. Apenas 30% deles vivem nas comunidades onde lecionam, segundo a coordenadora administrativa do ensino rural da Semed, Josilene da Silva Gondim.
Ainda que falte transporte para a equipe que atua nos seringais e projetos de assentamento, o trabalho não deixa de ser feito, garante Josilene. Ela conta com uma equipe reduzida cuja tarefa é dar suporte aos professores. Gilda Maria Pinto de Assis integra o trio de supervisoras que chegam a passar até 48 horas dentro de um barco.
“É trabalho difícil e exige força de vontade”, explicou Fabiana Pinheiro do Nascimento, integrante da equipe.
Vanilda Pereira Luz, outra supervisora do ensino rural, conta que no verão, com a seca do rio, o acesso às escolas é ainda mais difícil. Em alguns pontos é preciso arrastar a canoa. “Em outros somos obrigadas a caminhar até dez horas dentro da mata”, garantiu.
Nessas circunstâncias, entregar material e merenda escolar se transforma num problema logístico. Cabe aos professores a tarefa de ir à cidade para abastecer as despensas ou apanhar livros. Em alguns casos, a alimentação dos alunos não tem sido suficiente para um mês, o período estabelecido pela Semed para o fornecimento dos estoques.
“Com o planejamento, vamos corrigir isso e ainda melhorar a qualidade da merenda destinada à zona rural”, prometeu a diretora do ensino básico de Xapuri, Valcidene Soares Menezes. Segundo ela, a Semed vai incentivar a plantação de hortas nas escolas para complementação do cardápio estudantil.
Valcidene explica que o planejamento pedagógico resultou da análise dos relatórios fornecidos pelos professores, que trabalhavam desarticulados e sem metas bem delineadas. O objetivo agora é direcionar as ações para um ensino de maior qualidade, disse ela.
O secretário de Educação, Everaldo Pereira, afirmou que a merenda escolar tem recebido toda a atenção da Semed. O tema integra a lista de assuntos a serem tratados no encontro.
No primeiro dia de planejamento, o prefeito do município, Vanderley Viana de Lima (PMDB), visitou os professores na Casa Branca. Ele disse estar animado com a iniciativa. “Sei como a educação é importante porque só pude estudar graças à interferência de minha avó”, contou o prefeito. A mãe, segundo ele, era dependente de álcool e preferia que o filho trabalhasse para cuidar dos irmãos.
terça-feira, 17 de abril de 2007
Aonde isso vai dar?
“É só abrir mão da prepotência e dá voz para que o povo diga aonde está doendo”.
A pérola acima foi publicada no blog do radialista Raimari Cardoso, em artigo intitulado “Os servidores querem aumento”. Em uma única frase, o blogueiro conseguiu cometer dois erros de português. O primeiro deles está no uso do verbo “dar”, que deveria ter sido grafado assim, no infinitivo, e não no presente do indicativo, como o fez Raimari.
O segundo tropeço gramatical ficou por conta do “aonde” em uma frase que exige “onde”. É que aonde, como ensinam os gramáticos, é combinação da preposição a + onde, indicando movimento para algum lugar. Exemplos: “Aonde vai com tanta pressa o deputado que recebeu mensalão?”; ou, “Aonde quer chegar um jornalista que não se preocupa com a norma culta?”.
Ao contrário, o onde significa “lugar em que/em que (lugar)”. Indica o lugar em que se passa um fato ou está alguma coisa. Exemplos: “Onde está a decência de petistas que pregavam a moralidade e agora vivem de assaltar o erário?”; ou, “Onde fica a moral de quem senta sobre o próprio rabo para criticar o rabo alheio?”.
Não fosse a obsessão diuturna em falar mal do prefeito Vanderley Viana, o Sr. Raimari teria tempo de sobra para afiar suas ferramentas de trabalho.
A pérola acima foi publicada no blog do radialista Raimari Cardoso, em artigo intitulado “Os servidores querem aumento”. Em uma única frase, o blogueiro conseguiu cometer dois erros de português. O primeiro deles está no uso do verbo “dar”, que deveria ter sido grafado assim, no infinitivo, e não no presente do indicativo, como o fez Raimari.
O segundo tropeço gramatical ficou por conta do “aonde” em uma frase que exige “onde”. É que aonde, como ensinam os gramáticos, é combinação da preposição a + onde, indicando movimento para algum lugar. Exemplos: “Aonde vai com tanta pressa o deputado que recebeu mensalão?”; ou, “Aonde quer chegar um jornalista que não se preocupa com a norma culta?”.
Ao contrário, o onde significa “lugar em que/em que (lugar)”. Indica o lugar em que se passa um fato ou está alguma coisa. Exemplos: “Onde está a decência de petistas que pregavam a moralidade e agora vivem de assaltar o erário?”; ou, “Onde fica a moral de quem senta sobre o próprio rabo para criticar o rabo alheio?”.
Não fosse a obsessão diuturna em falar mal do prefeito Vanderley Viana, o Sr. Raimari teria tempo de sobra para afiar suas ferramentas de trabalho.
Herança maldita
O prefeito de Xapuri, Vanderley Viana de Lima, após dois anos e quase quatro meses de governo, ainda lamenta o estado em que recebeu o município. Exemplos da má gestão do ex-prefeito Júlio Barbosa, do PT, podem ser vistos por todo lado.
Ontem Vandeley me mostrou alguns veículos deteriorados por quem deveria ter cuidado do patrimônio público, mas não o fez. As fotos dizem mais do que mil palavras.
Ontem Vandeley me mostrou alguns veículos deteriorados por quem deveria ter cuidado do patrimônio público, mas não o fez. As fotos dizem mais do que mil palavras.
Donald Fernandes quer acabar com aposentadoria de ex-governadores
Acabar com a pensão para ex-governadores. Essa foi a proposta do líder do PSDB na Assembléia Legislativa, deputado Donald Fernandes, durante a votação da redução salarial em 15% do governador do Estado. Sobre essa iniciativa, o parlamentar afirmou que é “válida, mas estranha”, uma vez que os sindicatos pressionam por reajuste salarial e o governo estaria tentando constrangê-los.
Se aprovada, a proposta de emenda à Constituição Estadual feita pelo deputado Donald revogaria o artigo 77, que trata do subsídio mensal e vitalício correspondente ao vencimento e representação do cargo de governador.
“Se é para economizar, como disse Binho, vamos cortar aposentadoria de quem contribui no máximo quatro anos e se aposenta, ao contrário dos trabalhadores brasileiros que precisam de 35 anos de contribuição para ter esse direito”, disse.
Ainda que aprovada, a emenda não atingiria os ex-governadores, porque a lei não retroage em prejuízo de ninguém. A regra passaria a vigorar para o governador Binho Marques e os sucessores.
Apoios
A deputada Naluh Gouveia (PT) declarou apoio à proposta de Donald Fernandes. Ela chamou de “grande questão a ser debatida pela população acreana”, e sugeriu que se faça um plebiscito estadual para saber a opinião de quem paga os salários dos ex-governadores.
Outro deputado que declarou apoio à iniciativa foi Delorgem Campos (PSB).
Donald precisa de sete assinaturas dos deputados estaduais (um terço do total de 24) para que a mesa diretora receba a proposta de emenda e a coloque em votação.
segunda-feira, 16 de abril de 2007
Prefeitura planeja educação rural
Enquanto escrevo, 23 professores da zona rural participam de planejamento promovido pela prefeitura do município, via Secretaria de Educação. Há pouco o secretário de Educação de Xapuri, Everaldo Pereira, encerrou a palestra “O planejamento em educação: revisando conceitos para mudar concepção e prática”.
Os bravos professores permanecem até sexta-feira nas atividades do encontro pedagógico.
Nas próximas horas daremos mais detalhes sobre o evento e mostraremos as imagens do primeiro dia de reunião.
Os bravos professores permanecem até sexta-feira nas atividades do encontro pedagógico.
Nas próximas horas daremos mais detalhes sobre o evento e mostraremos as imagens do primeiro dia de reunião.
domingo, 15 de abril de 2007
Dois desinformados
Archibaldo Antunes
É preciso desfazer algumas imprecisões registradas pelo senhor Raimari Cardoso em seu blog. A insistência em dar ouvidos a desqualificados como o Sr. Sérgio Roberto, que nada sabe de saúde pública mas recebe da população um gordo salário para cuidar dela, acaba por confundir os leitores quando a função do jornalista é informar. Como estão ambos desinformados sobre a atuação dos CRMs, quero colaborar para que Sérgio Roberto não continue a dizer as tolices que o sr. Raimari, pela natureza de sua função, se apressa em tornar públicas.
A matéria que pode ser lida aqui fala sobre a interdição pelo CRM do Hospital de Emergências de Macapá, onde morei por mais de 20 anos. Caso ela não seja suficiente, o Google pode oferecer outros exemplos.
Quero ainda lembrar que o sr. Raimari, em seus últimos textos, se refere a mim como assessor de comunicação da prefeitura e ao Dr. Miguel Ortiz pela “ambivalência” de sua atuação como procurador do município e assessor jurídico do CRM, como se esses fatos o desabonassem para lidar com as denúncias envolvendo o hospital e me colocassem sob suspeição para escrever sobre elas. O desenrolar dos acontecimentos, porém, provou o que a população já estava cansada de saber: o Epaminondas Jácome tem problemas graves que independem da dualidade de cargos exercidos pelo Dr. Ortiz e da minha “linhagem” profissional. Chega a ser acintoso tratar o assunto dando-lhe tal conotação, mas a índole de cada um determina o teor dos argumentos que usa.
Inicialmente, Raimari optou por reproduzir afirmações da antiga gestora, Alcelina Oliveira, de que a unidade de saúde não tem problemas. Depois, foi obrigado desdizê-la em nome do subsecretário Sérgio Roberto, que fez o que o repórter deveria ter feito: foi ao local e conferiu pessoalmente suas precárias condições.
É fato que o hospital Epaminondas Jácome apresenta problemas há muito tempo, mas que apenas depois do imbróglio que envolveu a antiga gestora em depoimento aos vereadores, o sr. Raimari Cardoso passou a ocupar-se do tema. Antes disso, pela ligação que o radialista tem com o governo do Estado, os únicos contratempos apontados por ele eram os da saúde municipal. Sobre a real situação do Epaminondas Jácome, nenhuma palavra.
Causa-me estranheza que alguém ciente de suas responsabilidades de comunicador tenha se omitido em caso grave, sobretudo quando está cercado de pessoas amigas e talvez até de parentes obrigados a submeter-se a tão precário atendimento hospitalar.
Mas é direito do Sr. Raimari calar sobre determinados assuntos, principalmente quando a mínima referência lhe pode significar a exoneração do cargo de coordenador da Rádio Educadora 6 de Agosto. Se a prudência o impede de dar publicidade a temas indigestos para os políticos que defende, é compreensível o silêncio em torno do hospital de Xapuri.
Impróprio é querer desqualificar o que escrevo a partir de tolas insinuações sobre meus vínculos profissionais.
É preciso desfazer algumas imprecisões registradas pelo senhor Raimari Cardoso em seu blog. A insistência em dar ouvidos a desqualificados como o Sr. Sérgio Roberto, que nada sabe de saúde pública mas recebe da população um gordo salário para cuidar dela, acaba por confundir os leitores quando a função do jornalista é informar. Como estão ambos desinformados sobre a atuação dos CRMs, quero colaborar para que Sérgio Roberto não continue a dizer as tolices que o sr. Raimari, pela natureza de sua função, se apressa em tornar públicas.
A matéria que pode ser lida aqui fala sobre a interdição pelo CRM do Hospital de Emergências de Macapá, onde morei por mais de 20 anos. Caso ela não seja suficiente, o Google pode oferecer outros exemplos.
Quero ainda lembrar que o sr. Raimari, em seus últimos textos, se refere a mim como assessor de comunicação da prefeitura e ao Dr. Miguel Ortiz pela “ambivalência” de sua atuação como procurador do município e assessor jurídico do CRM, como se esses fatos o desabonassem para lidar com as denúncias envolvendo o hospital e me colocassem sob suspeição para escrever sobre elas. O desenrolar dos acontecimentos, porém, provou o que a população já estava cansada de saber: o Epaminondas Jácome tem problemas graves que independem da dualidade de cargos exercidos pelo Dr. Ortiz e da minha “linhagem” profissional. Chega a ser acintoso tratar o assunto dando-lhe tal conotação, mas a índole de cada um determina o teor dos argumentos que usa.
Inicialmente, Raimari optou por reproduzir afirmações da antiga gestora, Alcelina Oliveira, de que a unidade de saúde não tem problemas. Depois, foi obrigado desdizê-la em nome do subsecretário Sérgio Roberto, que fez o que o repórter deveria ter feito: foi ao local e conferiu pessoalmente suas precárias condições.
É fato que o hospital Epaminondas Jácome apresenta problemas há muito tempo, mas que apenas depois do imbróglio que envolveu a antiga gestora em depoimento aos vereadores, o sr. Raimari Cardoso passou a ocupar-se do tema. Antes disso, pela ligação que o radialista tem com o governo do Estado, os únicos contratempos apontados por ele eram os da saúde municipal. Sobre a real situação do Epaminondas Jácome, nenhuma palavra.
Causa-me estranheza que alguém ciente de suas responsabilidades de comunicador tenha se omitido em caso grave, sobretudo quando está cercado de pessoas amigas e talvez até de parentes obrigados a submeter-se a tão precário atendimento hospitalar.
Mas é direito do Sr. Raimari calar sobre determinados assuntos, principalmente quando a mínima referência lhe pode significar a exoneração do cargo de coordenador da Rádio Educadora 6 de Agosto. Se a prudência o impede de dar publicidade a temas indigestos para os políticos que defende, é compreensível o silêncio em torno do hospital de Xapuri.
Impróprio é querer desqualificar o que escrevo a partir de tolas insinuações sobre meus vínculos profissionais.
sexta-feira, 13 de abril de 2007
Ponto para o CRM
A notícia veiculada no blog Xapuri Agora de que o subsecretário de Saúde do Estado, Sérgio Roberto, está em Xapuri e deve anunciar a nova direção do hospital Epaminondas Jácome deve encher de esperanças a população do município. A sessão na Câmara de Vereadores, terça-feira, em que a gestora do hospital, Alcelina Oliveira, foi ouvida pelos parlamentares e confirmou a situação precária em que se encontra aquela unidade de saúde serviu de estopim da crise. E pode ser o fim de um longo e tenebroso período de convalescença da saúde estadual em Xapuri.
Necessário dizer que o CRM (Conselho Regional de Medicina do Acre) teve papel fundamental no episódio. É do órgão o parecer que condena os serviços do Epaminondas Jácome, e de sua iniciativa a interlocução com as autoridades estaduais para que os problemas fossem resolvidos.
Este blog destaca ainda o empenho do assessor jurídico do CRM-AC, Dr. Miguel Ortiz, que mesmo tendo definição política contrária ao governo do Estado, não fez pirotecnia dos fatos e agiu da forma mais decente possível, em nome dos interesses daqueles que pagam seus impostos e merecem atenção do poder público.
Necessário dizer que o CRM (Conselho Regional de Medicina do Acre) teve papel fundamental no episódio. É do órgão o parecer que condena os serviços do Epaminondas Jácome, e de sua iniciativa a interlocução com as autoridades estaduais para que os problemas fossem resolvidos.
Este blog destaca ainda o empenho do assessor jurídico do CRM-AC, Dr. Miguel Ortiz, que mesmo tendo definição política contrária ao governo do Estado, não fez pirotecnia dos fatos e agiu da forma mais decente possível, em nome dos interesses daqueles que pagam seus impostos e merecem atenção do poder público.
Índios fecham estrada que dá acesso à aldeia de Tarauacá
Juracy Xangai, no www.jurua24horas.com
Os índios kaxinawá da Colônia 27, em Tarauacá, bloquearam a estrada que dá acesso à aldeia e dali para mais de 80 colônias e fazendas do município.
O bloqueio é um protesto dos índios pelo não cumprimento das professas feitas quando da audiência pública para a aprovação do Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA), em 2002, quando permitiu a continuação das obras de asfaltamento da BR-364 de Tarauacá para Cruzeiro do Sul.
“A promessa feita para nossa comunidade indígena era a de que se a gente concordasse com o asfaltamento da BR os oito quilômetros do nosso ramal seriam calçados com tijolo ou asfaltado até o final de 2004, mas nada foi cumprido. Hoje a buraqueira e o lamaçal é tão grande que nossos filhos são obrigados a ir e voltar a pé os oito quilômetros para poder estudar na cidade porque condução nenhuma pode entrar lá”, protestou Manoel Kaxinawá que é presidente da Organização dos Povos Indígenas do Acre, sul do Amazonas e noroeste de Rondônia (Opin), além de ser nascido na aldeia da Colônia 27 onde vivem seus familiares.
Com o bloqueio do ramal Epitácio Pessoa pelos mais de 170 índios, mais de 80 colonos e fazendeiros que abastecem Feijó com alimentos, estão sem ter outro caminho para escoar sua produção. Por isso, Manoel teme que se o problema do ramal não tiver uma solução rápida, isto poderá causar conflitos desnecessários entre índios e não índios, até porque o asfaltamento da estrada irá beneficiar as duas comunidades.
“Para que pudessem dar continuidade às obras de asfaltamento da BR-364 eles prometeram pra gente que iriam asfaltar a estrada e levar outro benefícios para a aldeia. Nos ajudaram a melhorar a produção de peixes nos oito açudes, mecanizaram as terras pros roçados e, por conta disso, hoje temos fartura de comida em nossa comunidade, mas as péssimas condições de nossa estrada é um problema muito sério”, declarou Manoel.
Segundo ele, o bloqueio do ramal está acontecendo agora durante o inverno porque estão exigindo que os acordos firmados na Audiência Pública e que foram avalizadas pelo governo do Estado, Ministério Público Federal, Funai, Funtac, Ibama, Imac, Incra e outras instituições, precisar ser cumprido neste verão que está começando agora.
“Chega de promessas não cumpridas. Na época prometeram atijolar todo o ramal e construir ao lado dele um corredor para passar o gado e outros animais sem estragar a estrada. Agora nós queremos que a estrada seja asfaltada para que nossos filhos tenham mais facilidade para ir à escola. O asfalto dá mais segurança pra gente da nossa comunidade”, concluiu Manoel.
Nota deste blog: Os fatos relatados acima provam mais uma vez que índio no Acre é tratado para a publicidade do governo lá fora. Não é a primeira vez que uma etnia reclama de promessas não cumpridas e descaso das autoridades, as quais têm há décadas lucrado econômica e politicamente para o grupo que comanda o Estado. Só falta agora virem dizer que a culpa é do extinto MDA
Os índios kaxinawá da Colônia 27, em Tarauacá, bloquearam a estrada que dá acesso à aldeia e dali para mais de 80 colônias e fazendas do município.
O bloqueio é um protesto dos índios pelo não cumprimento das professas feitas quando da audiência pública para a aprovação do Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA), em 2002, quando permitiu a continuação das obras de asfaltamento da BR-364 de Tarauacá para Cruzeiro do Sul.
“A promessa feita para nossa comunidade indígena era a de que se a gente concordasse com o asfaltamento da BR os oito quilômetros do nosso ramal seriam calçados com tijolo ou asfaltado até o final de 2004, mas nada foi cumprido. Hoje a buraqueira e o lamaçal é tão grande que nossos filhos são obrigados a ir e voltar a pé os oito quilômetros para poder estudar na cidade porque condução nenhuma pode entrar lá”, protestou Manoel Kaxinawá que é presidente da Organização dos Povos Indígenas do Acre, sul do Amazonas e noroeste de Rondônia (Opin), além de ser nascido na aldeia da Colônia 27 onde vivem seus familiares.
Com o bloqueio do ramal Epitácio Pessoa pelos mais de 170 índios, mais de 80 colonos e fazendeiros que abastecem Feijó com alimentos, estão sem ter outro caminho para escoar sua produção. Por isso, Manoel teme que se o problema do ramal não tiver uma solução rápida, isto poderá causar conflitos desnecessários entre índios e não índios, até porque o asfaltamento da estrada irá beneficiar as duas comunidades.
“Para que pudessem dar continuidade às obras de asfaltamento da BR-364 eles prometeram pra gente que iriam asfaltar a estrada e levar outro benefícios para a aldeia. Nos ajudaram a melhorar a produção de peixes nos oito açudes, mecanizaram as terras pros roçados e, por conta disso, hoje temos fartura de comida em nossa comunidade, mas as péssimas condições de nossa estrada é um problema muito sério”, declarou Manoel.
Segundo ele, o bloqueio do ramal está acontecendo agora durante o inverno porque estão exigindo que os acordos firmados na Audiência Pública e que foram avalizadas pelo governo do Estado, Ministério Público Federal, Funai, Funtac, Ibama, Imac, Incra e outras instituições, precisar ser cumprido neste verão que está começando agora.
“Chega de promessas não cumpridas. Na época prometeram atijolar todo o ramal e construir ao lado dele um corredor para passar o gado e outros animais sem estragar a estrada. Agora nós queremos que a estrada seja asfaltada para que nossos filhos tenham mais facilidade para ir à escola. O asfalto dá mais segurança pra gente da nossa comunidade”, concluiu Manoel.
Nota deste blog: Os fatos relatados acima provam mais uma vez que índio no Acre é tratado para a publicidade do governo lá fora. Não é a primeira vez que uma etnia reclama de promessas não cumpridas e descaso das autoridades, as quais têm há décadas lucrado econômica e politicamente para o grupo que comanda o Estado. Só falta agora virem dizer que a culpa é do extinto MDA
quinta-feira, 12 de abril de 2007
Resposta nada indignada à gestora do hospital de Xapuri
Archibaldo Antunes
A “indignada” diretora do hospital Epaminondas Jácome, Alcelina da Silva Oliveira, ameaça-me com o rigor da lei caso não me “retrate” por matéria veiculada neste blog e nos jornais O Rio Branco e A Gazeta, além do site ac24horas.com, de título “CRM ameaça interditar hospital de Xapuri”. A valente gestora nega as informações publicadas, atribuindo-as ao Dr. Miguel Ortiz, assessor jurídico do Conselho Regional de Medicina e procurador do município. E acusa-me de “colocar palavras em sua boca” por estar a serviço do prefeito Vanderley Viana de Lima. A retratação já tomou corpo, com o dublê de jornalista Raimari Cardoso encarregado de fazer a justa confrontação das notícias, que do lado de lá conta com um arsenal de jornais e emissoras de rádio e TV pagos com dinheiro público.
Dona Alcelina, que me pareceu uma pessoa sensata e dedicada aos pacientes do hospital mais do que às rusgas políticas paroquianas, afirmou que exigirá as fitas da audiência de terça-feira na Câmara de Vereadores para cotejar as próprias palavras com as publicadas por mim. Poderia poupar-se de semelhante aborrecimento se lesse com maior atenção a matéria que escrevi.
É do ensaísta de Veja Cláudio de Moura Castro a máxima de que no Brasil os leitores, em sua maioria, entendem não o que está escrito, mas aquilo que julgam que o autor quis dizer. Para começar, há uma diferença entre afirmar e admitir, sobretudo quando determinadas verdades, ainda que dolorosas para todos, precisam da afirmação alheia e não a nossa, se sua simples admissão pode resultar em represálias. Como vivemos a política da retaliação petista, entendo que dona Alcelina queira desqualificar a mim e ao Dr. Miguel Ortiz, cujas intervenções na sessão de terça foram as mais lúcidas possíveis, em vez de sustentar verdades simples que todos vêem: por exemplo a de que o hospital Epaminondas Jácome, que ela dirige, possui falhas no atendimento e encontra-se em condições precárias. Nisso não precisa esquivar-se, uma vez que existe um laudo do CRM-AC que o comprova, e que por isso a isenta de responsabilidades pela informação.
Segundo o Sr. Raimari, dona Alcelina afirma “que em nenhum momento confirmou nenhum fato descrito na matéria e que sequer foi entrevistada pelo repórter”. A matéria foi baseada nas informações que integram o laudo do CRM e no próprio depoimento da gestora do hospital aos vereadores. Como a sessão foi pública e as informações esclarecedores, não reproduzi conversa de pé-de-ouvido nem achei necessário colher mais depoimentos da digníssima senhora. Cabe a ela escolher como melhor conduzir as ações do hospital, como a mim o direito de decidir se uma entrevista é necessária após elucidativas declarações públicas. Não a entrevistei e não me arrependo, visto que ela optou por negar depois o que havia dito antes.
Ao blogueiro Raimari, dona Alcelina supostamente disse que as “afirmações de que o hospital não teria condições de funcionamento e de que uma paciente morreu no ano passado por falta de uma ambulância foram feitas pelo procurador jurídico do prefeito, o doutor Miguel Ortiz.”, o que é rigorosamente verdade. Tanto que na matéria escrevi que “Há apenas uma ambulância para transporte de pacientes. Alcelina também confirmou que uma paciente morreu por não haver um segundo veículo para transportá-la a Rio Branco”. Ora, primeiro não atribuí a ela a afirmação, mas a “confirmação” do fato, ainda que ela o tenha feito de modo enviesado, já que explicou que a ambulância, no momento da morte da jovem, transportava outro paciente para Rio Branco. A questão a discutir, a partir desse ponto, é se a morte teria sido evitada se houvesse outro veículo, cuja importância foi prontamente reconhecida por dona Alcelina para outras atividades do hospital, inclusive transporte de enfermos.
Mais adiante a gestora afirma, segundo o blogueiro, reconhecer “que o hospital enfrenta algumas dificuldades por causa da reforma do prédio, mas o atendimento está acontecendo dentro da normalidade”. A denúncia do CRM, porém, de que se está usando cânulas para crianças em adultos submetidos a cirurgias sequer foi contestada, bem como a informação de que o aparelho de raio-x está quebrado há mais de 30 dias. Se isso for um atendimento “dentro da normalidade”, nem imagino o que será um hospital com problemas.
Dona Alcelina tem o direito de não gostar de uma matéria, assim como os moradores de Xapuri o de denunciar as péssimas condições em que se encontra o hospital administrado pelo governo. Tanto que o fizeram reiteradas vezes, daí a audiência onde ela confirmou o que agora está negando.
Quanto à surpresa do subsecretário de Saúde, Sérgio Roberto, com a ameaça do CRM em interditar o hospital, não é de admirar semelhante reação em quem ignora os assuntos mais elementares do ramo. Não fosse a prática petista de enfiar os companheiros pela janela da administração pública, o Sr. Sérgio Roberto estaria desincumbido para seguir seus esforços na Educação, quem sabe para ajudar a livrar o Acre da desonrosa colocação no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Com mais de 12 anos de competente atuação no CRM-AC, o Dr. Miguel Ortiz confirma a declaração de que o órgão tem poderes sim para interditar hospitais, e que isso acorreu em estados como Rondônia, Pernambuco e Bahia. Ele explica que a intervenção é um procedimento administrativo que inicia com a fiscalização da unidade. Uma vez comprovados os problemas, o órgão notifica o gestor, como foi feito, e exige providências. Se estas não forem tomadas, o Conselho pode optar pela interdição.
A matéria escrita por mim causou algum alvoroço em Rio Branco, inclusive com repercussão de uma emissora de TV local, que foi ouvir do Dr. Ortiz o que ele havia dito na sessão de terça-feira. Quero crer que as autoridades do governo na área de saúde, importunadas pelas notícias que passaram a circular, vejam-se obrigadas ao esforço de minimizar o sofrimento dos moradores de Xapuri. Isso é jornalismo, ao contrário dessas louvaminhas de quem só escreve para adular os poderosos.
A “indignada” diretora do hospital Epaminondas Jácome, Alcelina da Silva Oliveira, ameaça-me com o rigor da lei caso não me “retrate” por matéria veiculada neste blog e nos jornais O Rio Branco e A Gazeta, além do site ac24horas.com, de título “CRM ameaça interditar hospital de Xapuri”. A valente gestora nega as informações publicadas, atribuindo-as ao Dr. Miguel Ortiz, assessor jurídico do Conselho Regional de Medicina e procurador do município. E acusa-me de “colocar palavras em sua boca” por estar a serviço do prefeito Vanderley Viana de Lima. A retratação já tomou corpo, com o dublê de jornalista Raimari Cardoso encarregado de fazer a justa confrontação das notícias, que do lado de lá conta com um arsenal de jornais e emissoras de rádio e TV pagos com dinheiro público.
Dona Alcelina, que me pareceu uma pessoa sensata e dedicada aos pacientes do hospital mais do que às rusgas políticas paroquianas, afirmou que exigirá as fitas da audiência de terça-feira na Câmara de Vereadores para cotejar as próprias palavras com as publicadas por mim. Poderia poupar-se de semelhante aborrecimento se lesse com maior atenção a matéria que escrevi.
É do ensaísta de Veja Cláudio de Moura Castro a máxima de que no Brasil os leitores, em sua maioria, entendem não o que está escrito, mas aquilo que julgam que o autor quis dizer. Para começar, há uma diferença entre afirmar e admitir, sobretudo quando determinadas verdades, ainda que dolorosas para todos, precisam da afirmação alheia e não a nossa, se sua simples admissão pode resultar em represálias. Como vivemos a política da retaliação petista, entendo que dona Alcelina queira desqualificar a mim e ao Dr. Miguel Ortiz, cujas intervenções na sessão de terça foram as mais lúcidas possíveis, em vez de sustentar verdades simples que todos vêem: por exemplo a de que o hospital Epaminondas Jácome, que ela dirige, possui falhas no atendimento e encontra-se em condições precárias. Nisso não precisa esquivar-se, uma vez que existe um laudo do CRM-AC que o comprova, e que por isso a isenta de responsabilidades pela informação.
Segundo o Sr. Raimari, dona Alcelina afirma “que em nenhum momento confirmou nenhum fato descrito na matéria e que sequer foi entrevistada pelo repórter”. A matéria foi baseada nas informações que integram o laudo do CRM e no próprio depoimento da gestora do hospital aos vereadores. Como a sessão foi pública e as informações esclarecedores, não reproduzi conversa de pé-de-ouvido nem achei necessário colher mais depoimentos da digníssima senhora. Cabe a ela escolher como melhor conduzir as ações do hospital, como a mim o direito de decidir se uma entrevista é necessária após elucidativas declarações públicas. Não a entrevistei e não me arrependo, visto que ela optou por negar depois o que havia dito antes.
Ao blogueiro Raimari, dona Alcelina supostamente disse que as “afirmações de que o hospital não teria condições de funcionamento e de que uma paciente morreu no ano passado por falta de uma ambulância foram feitas pelo procurador jurídico do prefeito, o doutor Miguel Ortiz.”, o que é rigorosamente verdade. Tanto que na matéria escrevi que “Há apenas uma ambulância para transporte de pacientes. Alcelina também confirmou que uma paciente morreu por não haver um segundo veículo para transportá-la a Rio Branco”. Ora, primeiro não atribuí a ela a afirmação, mas a “confirmação” do fato, ainda que ela o tenha feito de modo enviesado, já que explicou que a ambulância, no momento da morte da jovem, transportava outro paciente para Rio Branco. A questão a discutir, a partir desse ponto, é se a morte teria sido evitada se houvesse outro veículo, cuja importância foi prontamente reconhecida por dona Alcelina para outras atividades do hospital, inclusive transporte de enfermos.
Mais adiante a gestora afirma, segundo o blogueiro, reconhecer “que o hospital enfrenta algumas dificuldades por causa da reforma do prédio, mas o atendimento está acontecendo dentro da normalidade”. A denúncia do CRM, porém, de que se está usando cânulas para crianças em adultos submetidos a cirurgias sequer foi contestada, bem como a informação de que o aparelho de raio-x está quebrado há mais de 30 dias. Se isso for um atendimento “dentro da normalidade”, nem imagino o que será um hospital com problemas.
Dona Alcelina tem o direito de não gostar de uma matéria, assim como os moradores de Xapuri o de denunciar as péssimas condições em que se encontra o hospital administrado pelo governo. Tanto que o fizeram reiteradas vezes, daí a audiência onde ela confirmou o que agora está negando.
Quanto à surpresa do subsecretário de Saúde, Sérgio Roberto, com a ameaça do CRM em interditar o hospital, não é de admirar semelhante reação em quem ignora os assuntos mais elementares do ramo. Não fosse a prática petista de enfiar os companheiros pela janela da administração pública, o Sr. Sérgio Roberto estaria desincumbido para seguir seus esforços na Educação, quem sabe para ajudar a livrar o Acre da desonrosa colocação no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Com mais de 12 anos de competente atuação no CRM-AC, o Dr. Miguel Ortiz confirma a declaração de que o órgão tem poderes sim para interditar hospitais, e que isso acorreu em estados como Rondônia, Pernambuco e Bahia. Ele explica que a intervenção é um procedimento administrativo que inicia com a fiscalização da unidade. Uma vez comprovados os problemas, o órgão notifica o gestor, como foi feito, e exige providências. Se estas não forem tomadas, o Conselho pode optar pela interdição.
A matéria escrita por mim causou algum alvoroço em Rio Branco, inclusive com repercussão de uma emissora de TV local, que foi ouvir do Dr. Ortiz o que ele havia dito na sessão de terça-feira. Quero crer que as autoridades do governo na área de saúde, importunadas pelas notícias que passaram a circular, vejam-se obrigadas ao esforço de minimizar o sofrimento dos moradores de Xapuri. Isso é jornalismo, ao contrário dessas louvaminhas de quem só escreve para adular os poderosos.
Corrigenda
Na pressa em defender o ex-governador Jorge Viana dos "ataques" da revista Veja, o radialista e blogueiro Raimari Cardoso (www.raimari.blogspot.com) esqueceu ontem de antepor o "h" à palavra houve. Como não se trata do verbo ouvir, mas do verbo haver no pretérito perfeito do indicativo, o vocábulo foi erroneamente grafado. Veja:
"Se realmente ouve engavetamento da informação pelo governo passado, que o erro não se repita. Está bastante claro que transparência gera confiança, credibilidade."
Essa, porém, não foi a primeira vez que o escriba escorregou no uso do verbo. Em outro texto seu, Raimari usou a forma transitiva direta, no sentido de ter transcorrido tempo, também sem o "h".
"Se realmente ouve engavetamento da informação pelo governo passado, que o erro não se repita. Está bastante claro que transparência gera confiança, credibilidade."
Essa, porém, não foi a primeira vez que o escriba escorregou no uso do verbo. Em outro texto seu, Raimari usou a forma transitiva direta, no sentido de ter transcorrido tempo, também sem o "h".
quarta-feira, 11 de abril de 2007
Censura de novo
Archibaldo Antunes
O jornal O Rio Branco censurou artigo meu sobre a defesa canhestra que fez o deputado federal Nilson Mourão ao ex-governador e ainda comandante Jorge Viana, por conta da matéria que Veja publicou sobre o desmatamento. A censura é sintomática, pois o governo reabriu os cofres públicos aos empresários da comunicação. A gráfica Printac, que imprimia o jornal de oposição Folha do Acre, também se negou a prosseguir prestando o serviço, o que obrigará o diretor, Antonio Stélio, a procurar a praça de Rondônia e o faz pensar que o proprietário atendeu pedido da turma do PT.
Há quem tenha apostado que Binho Marques é libertário e democrata, mas esses exemplos provam que não passa de mais um tiranozinho ocupado com a manutenção do poder enquanto Jorge Viana saiu de férias.
Cabe à oposição resistir à essa gente daninha e acostumada aos salamaleques de um grupo cada vez maior de bajuladores.
O artigo sobre Nilson Mourão ainda pode ser lido aí embaixo.
O jornal O Rio Branco censurou artigo meu sobre a defesa canhestra que fez o deputado federal Nilson Mourão ao ex-governador e ainda comandante Jorge Viana, por conta da matéria que Veja publicou sobre o desmatamento. A censura é sintomática, pois o governo reabriu os cofres públicos aos empresários da comunicação. A gráfica Printac, que imprimia o jornal de oposição Folha do Acre, também se negou a prosseguir prestando o serviço, o que obrigará o diretor, Antonio Stélio, a procurar a praça de Rondônia e o faz pensar que o proprietário atendeu pedido da turma do PT.
Há quem tenha apostado que Binho Marques é libertário e democrata, mas esses exemplos provam que não passa de mais um tiranozinho ocupado com a manutenção do poder enquanto Jorge Viana saiu de férias.
Cabe à oposição resistir à essa gente daninha e acostumada aos salamaleques de um grupo cada vez maior de bajuladores.
O artigo sobre Nilson Mourão ainda pode ser lido aí embaixo.
CRM ameaça interditar hospital de Xapuri
Os serviços de saúde no Hospital Epaminondas Jácome, em Xapuri, são mais do que precários. A constatação é do Conselho Regional de Medicina do Acre (CRM), que ameaça interditar a unidade de saúde caso o governo estadual, responsável por sua administração, não tome providências. Na terça-feira, os vereadores do município se reuniram para ouvir a gestora-interina do hospital, Alcelina da Silva Oliveira. Ela confirmou as falhas no atendimento e as precárias condições do prédio.
Em relatório feito no ano passado, os técnicos do CRM constataram diversas irregularidades no Epaminondas Jácome, entre elas a falta de anestesista e banco de sangue. Há apenas uma ambulância para transporte de pacientes. Alcelina também confirmou que uma paciente morreu por não haver um segundo veículo para transportá-la a Rio Branco.
O hospital estadual não possui ambulatório para análises clínicas. O serviço tem sido feito por um centro de saúde administrado pela prefeitura de Xapuri. “Mas durante a noite e nos finais de semana, como o centro está fechado, não dispomos do serviço”, confirmou Alcelina.
Segundo o assessor jurídico do CRM, Miguel Ortiz, o relatório da entidade revelou ainda que os médicos são obrigados a usar cânulas para crianças em pacientes adultos submetidos a cirurgias.
O hospital também não dispõe de aparelho de raio-x, danificado há mais de 30 dias. “Fizemos a requisição da peça que quebrou, mas até agora não recebemos resposta da Secretaria de Saúde”, afirmou Alcelina. Ela contou ainda que um simples reparo num aparelho de ar condicionado pode demorar mais de dois meses.
Preocupação
O requerimento que originou a sessão de terça-feira foi iniciativa do vereador Iran Vasconcelos (DEM, ex-PFL). O vereador se disse preocupado com a quantidade de denúncias que recebe sobre a precariedade do hospital Epaminondas Jácome.
Segundo Alcelina, os pedidos de providência para os problemas detectados pelo CRM foram encaminhados à Secretaria de Saúde. Mas por ter passado por uma reforma inconclusa, o hospital não recebeu as devidas melhorias. Ela disse ainda que no domingo o secretário de Obras do Estado, Eduardo Vieira, foi ao município para avaliar as condições do prédio e garantiu o término das obras, abandonada pela empreiteira que já teria sido acionada na Justiça.
Em conversa com o secretário de Saúde, Osvaldo Leal, Miguel Ortiz ouviu que os benefícios à unidade de saúde foram sustados por causa do imbróglio com a empreiteira fujona.
“A população de Xapuri não tem nada a ver com isso, e o governo precisa cumprir sua obrigação de oferecer o atendimento”, disse ele.
O assessor do CRM atribuiu parte da responsabilidade à maneira como o SUS (Sistema Único de Saúde) é gerido pelo governo federal. “A União concentra as verbas, e aos estados e municípios cabem as obrigações”, disse.
Ortiz afirmou que não pode haver pacientes do município, do Estado e da União. “São todos do SUS”, esclareceu.
O prefeito Vanderley Viana de Lima (PMDB) concorda. E por isso pôs à disposição da diretoria do Epaminondas Jácome os serviços ambulatoriais do município.
Em relatório feito no ano passado, os técnicos do CRM constataram diversas irregularidades no Epaminondas Jácome, entre elas a falta de anestesista e banco de sangue. Há apenas uma ambulância para transporte de pacientes. Alcelina também confirmou que uma paciente morreu por não haver um segundo veículo para transportá-la a Rio Branco.
O hospital estadual não possui ambulatório para análises clínicas. O serviço tem sido feito por um centro de saúde administrado pela prefeitura de Xapuri. “Mas durante a noite e nos finais de semana, como o centro está fechado, não dispomos do serviço”, confirmou Alcelina.
Segundo o assessor jurídico do CRM, Miguel Ortiz, o relatório da entidade revelou ainda que os médicos são obrigados a usar cânulas para crianças em pacientes adultos submetidos a cirurgias.
O hospital também não dispõe de aparelho de raio-x, danificado há mais de 30 dias. “Fizemos a requisição da peça que quebrou, mas até agora não recebemos resposta da Secretaria de Saúde”, afirmou Alcelina. Ela contou ainda que um simples reparo num aparelho de ar condicionado pode demorar mais de dois meses.
Preocupação
O requerimento que originou a sessão de terça-feira foi iniciativa do vereador Iran Vasconcelos (DEM, ex-PFL). O vereador se disse preocupado com a quantidade de denúncias que recebe sobre a precariedade do hospital Epaminondas Jácome.
Segundo Alcelina, os pedidos de providência para os problemas detectados pelo CRM foram encaminhados à Secretaria de Saúde. Mas por ter passado por uma reforma inconclusa, o hospital não recebeu as devidas melhorias. Ela disse ainda que no domingo o secretário de Obras do Estado, Eduardo Vieira, foi ao município para avaliar as condições do prédio e garantiu o término das obras, abandonada pela empreiteira que já teria sido acionada na Justiça.
Em conversa com o secretário de Saúde, Osvaldo Leal, Miguel Ortiz ouviu que os benefícios à unidade de saúde foram sustados por causa do imbróglio com a empreiteira fujona.
“A população de Xapuri não tem nada a ver com isso, e o governo precisa cumprir sua obrigação de oferecer o atendimento”, disse ele.
O assessor do CRM atribuiu parte da responsabilidade à maneira como o SUS (Sistema Único de Saúde) é gerido pelo governo federal. “A União concentra as verbas, e aos estados e municípios cabem as obrigações”, disse.
Ortiz afirmou que não pode haver pacientes do município, do Estado e da União. “São todos do SUS”, esclareceu.
O prefeito Vanderley Viana de Lima (PMDB) concorda. E por isso pôs à disposição da diretoria do Epaminondas Jácome os serviços ambulatoriais do município.
Veja Acerta nos Dados
Altino Machado
Conversei demoradamente com Carlos Souza Júnior, secretário executivo do Instituto do Homem e Meio Ambiente (Imazon). Ele coordenou as pesquisas que resultaram no relatório da dinâmica do desmatamento no Acre, no período de 1988 a 2004, publicado pela revista Veja e que fez estremecer o Governo da Floresta.
Perguntei basicamente se a reportagem de Veja havia cometido algum equívoco na interpretação dos dados da pesquisa. Carlos Souza Júnior disse que os dados reproduzidos por Veja estão corretos, mas ponderou que a revista não deveria ter tentado desqualificar a política florestal do Acre.
- O nosso estudo se baseou em imagens de satélite. Agora os dados do desmatamento no Acre naquele período precisam ir além, sendo confrontados com as autorizações que foram expedidas pelo Ibama e Imac, para que possamos saber o percentual que ocorreu de modo legal e ilegal. Veja politizou a reportagem ao ignorar os avanços da política florestal acreana e por não ter esclarecido ao leitor que existe desmatamento legal e ilegal - afirmou o diretor do Imazon.
O desmatamento bruto no Acre, segundo o Imazon, passou de 6.149 km2 em 1988 para 16.618 km2 até 2004, representando um aumento de 10.469 km2 de áreas desmatadas em 16 anos.
- De acordo com os dados do Inpe [Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais], no mesmo período o desmatamento foi de 18.587 Km2 - comparou o pesquisador.
O melhor mesmo é o leitor baixar o estudo do Imazon e confrontá-lo com a interpretação de Veja e do Governo da Floresta. Os dados contidos nele são irrefutáveis. Clique aqui.
Conversei demoradamente com Carlos Souza Júnior, secretário executivo do Instituto do Homem e Meio Ambiente (Imazon). Ele coordenou as pesquisas que resultaram no relatório da dinâmica do desmatamento no Acre, no período de 1988 a 2004, publicado pela revista Veja e que fez estremecer o Governo da Floresta.
Perguntei basicamente se a reportagem de Veja havia cometido algum equívoco na interpretação dos dados da pesquisa. Carlos Souza Júnior disse que os dados reproduzidos por Veja estão corretos, mas ponderou que a revista não deveria ter tentado desqualificar a política florestal do Acre.
- O nosso estudo se baseou em imagens de satélite. Agora os dados do desmatamento no Acre naquele período precisam ir além, sendo confrontados com as autorizações que foram expedidas pelo Ibama e Imac, para que possamos saber o percentual que ocorreu de modo legal e ilegal. Veja politizou a reportagem ao ignorar os avanços da política florestal acreana e por não ter esclarecido ao leitor que existe desmatamento legal e ilegal - afirmou o diretor do Imazon.
O desmatamento bruto no Acre, segundo o Imazon, passou de 6.149 km2 em 1988 para 16.618 km2 até 2004, representando um aumento de 10.469 km2 de áreas desmatadas em 16 anos.
- De acordo com os dados do Inpe [Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais], no mesmo período o desmatamento foi de 18.587 Km2 - comparou o pesquisador.
O melhor mesmo é o leitor baixar o estudo do Imazon e confrontá-lo com a interpretação de Veja e do Governo da Floresta. Os dados contidos nele são irrefutáveis. Clique aqui.
segunda-feira, 9 de abril de 2007
O alquimista Nilson Mourão
Archibaldo Antunes, jornalista
O deputado federal Nilson Mourão, do PT, que já celebrou a prisão de uma jornalista inglesa por ter se recusado a revelar sua fonte, contestou matéria de Veja desta semana sobre o desmatamento no Acre. Segundo a revista, o companheiro Jorge Viana escondeu dados do Imazon sobre a devastação da floresta no período em que governou o Estado. O repórter Leonardo Coutinho, baseado em levantamento do instituto, revela que nos últimos anos foi derrubado o equivalente a 14 estádios de futebol por hora de floresta nativa.
A réplica de Mourão à reprodução da matéria foi publicada no blog do jornalista Altino Machado (www.altino.blogspot.com). O deputado petista, que já rasgou um exemplar de Veja no plenário da Câmara e acha que jornalismo é caso de polícia sempre que o noticiário é desfavorável ao governo, recorreu a sofismas para defender o ex-governador.
Sofisma, para quem não lembra, é um raciocínio com ares respeitáveis, mas com intenções cafajestes (algo como um deputado que vive de pregar a moralidade e recebe mensalão). Mourão diz, por exemplo, que a matéria induz o leitor a pensar que em oito anos de petismo não houve cuidado com a floresta e que as ações do governo não contribuíram com a preservação dos recursos naturais. Nada mais enganoso. Os dados, por si, mostram que houve negligência com o meio ambiente, e o ato de escondê-los da população só agrava a culpa de quem permitiu o descalabro.
Em seguida, segundo Machado, Nilson Mourão argumenta que “o jornalista afirma apenas parte da verdade, ou seja, que a área desmatada no Acre aumentou. Meia verdade porque a área desmatada aumentou não só no Acre, mas em toda Amazônia, no mesmo período citado”.
Essa pérola do raciocínio indutivo revela que a ciência de Mourão é a mesma dos alquimistas – aqueles lunáticos que tentavam, em vão, transformar chumbo em ouro. Primeiro porque dizer que aumentou a área desmatada no Acre não é parte de uma verdade maior, mas uma verdade em si, cuja comprovação foi feita pela leitura do satélite. Segundo porque a outra verdade – a de que o desmatamento aumentou em toda a Amazônia, e não só no Acre, – não invalida a primeira. E terceiro porque, mesmo que o ritmo do desmatamento no Acre tenha sido menor do que no resto da Amazônia brasileira, deve ser mantida a responsabilidade de quem obteve lucros políticos com a balela da “florestania”.
Em estilo obtuso, Mourão tenta explicar ainda as diferenças metodológicas entre o levantamento feito pelo Imazon e o realizado pelo Inpe. Gira em torno da tecnicidade da questão para afinal dizer que a disparidade de um por cento entre os dois estudos é fruto da precisão do primeiro, que não levou em conta as “áreas regeneradas”. Tem-se a impressão que o problema está na metodologia, na ciência, nos cientistas ou na imprensa – e não na permissividade com as motoserras.
A continuar sendo defendido dessa forma, em breve o ex-governador vai precisar de um advogado.
O deputado federal Nilson Mourão, do PT, que já celebrou a prisão de uma jornalista inglesa por ter se recusado a revelar sua fonte, contestou matéria de Veja desta semana sobre o desmatamento no Acre. Segundo a revista, o companheiro Jorge Viana escondeu dados do Imazon sobre a devastação da floresta no período em que governou o Estado. O repórter Leonardo Coutinho, baseado em levantamento do instituto, revela que nos últimos anos foi derrubado o equivalente a 14 estádios de futebol por hora de floresta nativa.
A réplica de Mourão à reprodução da matéria foi publicada no blog do jornalista Altino Machado (www.altino.blogspot.com). O deputado petista, que já rasgou um exemplar de Veja no plenário da Câmara e acha que jornalismo é caso de polícia sempre que o noticiário é desfavorável ao governo, recorreu a sofismas para defender o ex-governador.
Sofisma, para quem não lembra, é um raciocínio com ares respeitáveis, mas com intenções cafajestes (algo como um deputado que vive de pregar a moralidade e recebe mensalão). Mourão diz, por exemplo, que a matéria induz o leitor a pensar que em oito anos de petismo não houve cuidado com a floresta e que as ações do governo não contribuíram com a preservação dos recursos naturais. Nada mais enganoso. Os dados, por si, mostram que houve negligência com o meio ambiente, e o ato de escondê-los da população só agrava a culpa de quem permitiu o descalabro.
Em seguida, segundo Machado, Nilson Mourão argumenta que “o jornalista afirma apenas parte da verdade, ou seja, que a área desmatada no Acre aumentou. Meia verdade porque a área desmatada aumentou não só no Acre, mas em toda Amazônia, no mesmo período citado”.
Essa pérola do raciocínio indutivo revela que a ciência de Mourão é a mesma dos alquimistas – aqueles lunáticos que tentavam, em vão, transformar chumbo em ouro. Primeiro porque dizer que aumentou a área desmatada no Acre não é parte de uma verdade maior, mas uma verdade em si, cuja comprovação foi feita pela leitura do satélite. Segundo porque a outra verdade – a de que o desmatamento aumentou em toda a Amazônia, e não só no Acre, – não invalida a primeira. E terceiro porque, mesmo que o ritmo do desmatamento no Acre tenha sido menor do que no resto da Amazônia brasileira, deve ser mantida a responsabilidade de quem obteve lucros políticos com a balela da “florestania”.
Em estilo obtuso, Mourão tenta explicar ainda as diferenças metodológicas entre o levantamento feito pelo Imazon e o realizado pelo Inpe. Gira em torno da tecnicidade da questão para afinal dizer que a disparidade de um por cento entre os dois estudos é fruto da precisão do primeiro, que não levou em conta as “áreas regeneradas”. Tem-se a impressão que o problema está na metodologia, na ciência, nos cientistas ou na imprensa – e não na permissividade com as motoserras.
A continuar sendo defendido dessa forma, em breve o ex-governador vai precisar de um advogado.
Donald Fernandes recebe prêmio em Brasília por trabalho social
O deputado estadual Donald Fernandes (PSDB) receberá na quarta-feira, em Brasília, o Troféu Integração/Prêmio Imprensa pelo desempenho parlamentar e pelo trabalho social que desenvolve frente à Apadeq (Associação de Parentes e Amigos dos Dependentes Químicos do Acre). A distinção é conferida há 25 anos pelo apresentador Hélio Henrique, da TV A Gazeta, a personalidades e instituições do Brasil e do exterior. Entre os agraciados mais ilustres do Troféu Integração/Prêmio Imprensa consta o nome do empresário Silvio Santos, homenageado em 2006.
“Trata-se do reconhecimento pelo longo tempo de dedicação ao tratamento de pessoas que se envolveram com as drogas e por minha atuação como parlamentar. Estou satisfeito com a distinção e quero dividi-la com todos aqueles que me acompanham nessa trajetória, inclusive os que deram a volta por cima e provaram que uma nova vida é possível”, afirmou Donald Fernandes pouco antes de embarcar para a capital federal.
O deputado tucano vai receber troféu e diploma em jantar a ser realizado na noite de quarta-feira pela empresa Web TV Studios, de propriedade do apresentador Hélio Henrique.
Segundo informações do próprio apresentador, o Troféu Integração/Prêmio Imprensa foi concedido a senadores da República, ministros de Estado, embaixadores, reitores, prefeitos e governadores.
Deu na Veja
Matéria da revista revela que a devastação no Acre foi maior sob o governo de Jorge Viana
Leonardo Coutinho
O petista Jorge Viana governou o Acre por oito anos, de 1999 a 2006. Logo que chegou ao poder, percebeu que o discurso ambiental poderia lhe render projeção nacional e batizou sua gestão de "governo da floresta". No segundo ano de mandato, passou a alardear que havia contido o desmatamento em seu estado. Tornou-se um dos astros do petismo e aproximou-se do presidente Lula. Seu peso político aumentou tanto que, agora, mesmo sem mandato, disputa com José Sarney e Jader Barbalho quem apadrinhará o próximo superintendente da Sudam, a Superintendência para o Desenvolvimento da Amazônia. A imagem de Viana como protetor da natureza, no entanto, está tão ameaçada quanto a mata que ele diz defender. VEJA teve acesso a um estudo encomendado pelo próprio petista que mostra que, nos seis primeiros anos de sua gestão, a velocidade do desmatamento no Acre triplicou e chegou à marca de 995 quilômetros quadrados em 2004. É como se uma área de floresta do tamanho de catorze campos de futebol fosse derrubada por hora. Pior: o estudo, feito pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), revela ainda que, de todo o desmatamento do Acre, cerca de um terço ocorreu durante a administração de Viana. O então governador recebeu as conclusões do estudo em agosto do ano passado – e as escondeu.
Em setembro de 2003, VEJA já havia informado que a devastação no estado aumentara no governo do PT. Viana se esforçou para desqualificar a reportagem. Alegou que os números apresentados estavam errados e escalou jornalistas pagos com dinheiro público para replicar sua defesa pelo país. Em seu estado, usou dinheiro do Erário para atacar VEJA nos jornais e TV locais. "No meu governo, o desmatamento só cai", jurava ele. Poderia ter-se poupado. O estudo do Imazon, feito com base em imagens de satélite, tem um grau de precisão inédito no país e confirma o diagnóstico da destruição. No Acre, entretanto, Viana mantém sua boa imagem, principalmente entre os onguistas. Sintomático. Lá, nem os "povos da floresta" andam preocupados em manter as árvores em pé. No seringal Nova Esperança, em Xapuri, 36% da floresta dentro de sua área foi destruída. A Reserva Extrativista Chico Mendes está salpicada de pastagens. Fatos assim mostram que a falta de avaliações isentas e sem romantismo ameaça tanto a preservação ambiental quanto o crescimento econômico em um estado que já perdeu 11% de suas florestas e continua a ostentar alguns dos piores indicadores sociais do país.
Leonardo Coutinho
O petista Jorge Viana governou o Acre por oito anos, de 1999 a 2006. Logo que chegou ao poder, percebeu que o discurso ambiental poderia lhe render projeção nacional e batizou sua gestão de "governo da floresta". No segundo ano de mandato, passou a alardear que havia contido o desmatamento em seu estado. Tornou-se um dos astros do petismo e aproximou-se do presidente Lula. Seu peso político aumentou tanto que, agora, mesmo sem mandato, disputa com José Sarney e Jader Barbalho quem apadrinhará o próximo superintendente da Sudam, a Superintendência para o Desenvolvimento da Amazônia. A imagem de Viana como protetor da natureza, no entanto, está tão ameaçada quanto a mata que ele diz defender. VEJA teve acesso a um estudo encomendado pelo próprio petista que mostra que, nos seis primeiros anos de sua gestão, a velocidade do desmatamento no Acre triplicou e chegou à marca de 995 quilômetros quadrados em 2004. É como se uma área de floresta do tamanho de catorze campos de futebol fosse derrubada por hora. Pior: o estudo, feito pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), revela ainda que, de todo o desmatamento do Acre, cerca de um terço ocorreu durante a administração de Viana. O então governador recebeu as conclusões do estudo em agosto do ano passado – e as escondeu.
Em setembro de 2003, VEJA já havia informado que a devastação no estado aumentara no governo do PT. Viana se esforçou para desqualificar a reportagem. Alegou que os números apresentados estavam errados e escalou jornalistas pagos com dinheiro público para replicar sua defesa pelo país. Em seu estado, usou dinheiro do Erário para atacar VEJA nos jornais e TV locais. "No meu governo, o desmatamento só cai", jurava ele. Poderia ter-se poupado. O estudo do Imazon, feito com base em imagens de satélite, tem um grau de precisão inédito no país e confirma o diagnóstico da destruição. No Acre, entretanto, Viana mantém sua boa imagem, principalmente entre os onguistas. Sintomático. Lá, nem os "povos da floresta" andam preocupados em manter as árvores em pé. No seringal Nova Esperança, em Xapuri, 36% da floresta dentro de sua área foi destruída. A Reserva Extrativista Chico Mendes está salpicada de pastagens. Fatos assim mostram que a falta de avaliações isentas e sem romantismo ameaça tanto a preservação ambiental quanto o crescimento econômico em um estado que já perdeu 11% de suas florestas e continua a ostentar alguns dos piores indicadores sociais do país.
sexta-feira, 6 de abril de 2007
Prefeitura distribui peixe fresco a famílias carentes
A prefeitura de Xapuri garantiu a mais de 500 famílias uma Semana Santa com peixe fresco, ovos e sardinha. A secretária de Bem-Estar Social do município, Iracema Cecília de Souza, comandou a distribuição dos alimentos nos oito bairros da cidade. Foram doados 500 quilos de peixe fresco, 600 dúzias de ovos e 500 latas de sardinha.
“Em dezesseis anos a gente não tinha visto uma ação como essa”, elogiou Josefa Castro, de 72 anos. A moradora lembra que o prefeito Vanderley Viana de Lima também protagonizou a única distribuição de peixe na história de Xapuri, 16 anos atrás.
A ação da prefeitura garantiu a obediência ao rito religioso em residências onde moram católicos desempregados e sem renda. Francisca da Silva Silvino, 52 anos, disse ter “rezado muito por uma solução”, que veio com a distribuição de alimentos realizada pela Secretaria de Bem-Estar social.
“Eu e meus filhos não teríamos o que comer hoje não fosse essa iniciativa da prefeitura”, afirmou Francisca.
A Secretaria Municipal de Bem-Estar Social mantém cadastro de 400 famílias carentes, com as quais trabalha em diferentes atividades, inclusive de geração de renda. Outras cem famílias não-cadastradas também receberam os benefícios da Semana Santa.
De acordo com o assessor de comunicação do gabinete do prefeito, Josimar Tavares do Santos, a ação reitera o compromisso do prefeito em administrar para os mais humildes.
Vanderley de Lima informou que a compra dos alimentos distribuídos à população foi feita com recursos próprios.
“Estamos trabalhando para restabelecer a dignidade de pessoas que antes viviam esquecidas pelo poder público”, disse o prefeito.
terça-feira, 3 de abril de 2007
Mais do mesmo
Archibaldo Antunes, jornalista
Suspeito que o governo de Binho Marques seja uma reles extensão do antecessor por um detalhe que passou despercebido aos colegas jornalistas: até agora o governador sequer tocou no tema do direito à informação pública, por oito anos sublimada em nome de um pragmatismo que faria orgulhar Maquiavel. Tive a pachorra de reler as 2.480 palavras que compõem o discurso de posse do atual governador, e, para minha preocupação, ali não encontrei uma única referência ao tema, além do excesso de louvaminhas ao antecessor, Jorge Viana.
Se é verdade que o novo-velho governo do PT administrará o Acre em parceria com a sociedade civil organizada, conforme foi dito e reiterado nesses três primeiros meses, o direito à informação pública deve ser prioridade para que as ações governamentais se tornem cristalinas, e essa participação legitime-se no conjunto da população.
Jorge Viana, por razões que suspeito e outras que nem desconfio, nos escamoteou informações do âmbito de sua administração, tratando-a como um negócio particular. Ora, comandar o Estado é diferente de cuidar de granja, ainda que muitos eleitores tenham inteligência inferior a dos galináceos. O ex-governador deixou atrás de si um rastro de autoritarismo que levará ainda muito tempo para ser apagado, sobretudo se não atentarmos à necessidade de tornar transparentes os atos do Poder Executivo - e exigir que isso seja feito daqui por diante.
Oito anos desse jogo de esconde obrigou a criação de uma tropa de choque cujas ramificações podem ser encontradas no Judiciário, no Legislativo e na imprensa. E gerou pelo menos um momento hilariante, com o deputado Moisés Diniz (PC do B) querendo dar publicidade ao que por natureza já é público, ao apresentar projeto que tornava obrigatória a divulgação das estatísticas da Secretaria de Segurança. Não sei, sinceramente, onde Diniz seria menos desastroso – se na Assembléia Legislativa ou em sala de aula, encarregado de ensinar História a nossos filhos.
Meu pessimismo em relação ao Sr. Binho Marques no que diz respeito à falta de acesso às informações públicas tem outra razão de ser. Ao nomear para cargo importante no governo o ex-secretário de Comunicação, Aníbal Diniz, o atual governador considera irrelevantes as “meras irregularidades” cometidas por ele, entre as quais negar ao jornal Folha de S. Paulo, em 2005, acesso ao teor do contrato de mídia do governo com a ASA Publicidade. Eram de interesse público os 13 termos aditivos, que reajustaram em mais de 585% o valor do contrato, que saltou de 4 milhões de reais para mais de 27 milhões. O acesso a informações dessa natureza é importante para que o cidadão, proprietário da montanha de dinheiro que os governos manipulam com ou sem escrúpulos (mais sem do que com ela), possa julgar as ações dos administradores públicos e exigir, se for o caso, as reparações legais.
Em três meses do novo governo, a Secretaria de Justiça e Segurança Pública do Acre sequer disponibilizou as informações exigidas pelo comunista Moisés Diniz, guardadas a sete chaves no governo anterior. Basta visitar o portal do órgão (www.ac.gov.br/sejusp) e verificar que não há dados sobre a criminalidade no Estado, ainda que o Ministério da Justiça acuse a existência, ali, de um setor de estatísticas.
Essas razões, juntas, me fazem crer que no Acre continuarão obstruídos os canais de acesso ao exercício da cidadania.
Suspeito que o governo de Binho Marques seja uma reles extensão do antecessor por um detalhe que passou despercebido aos colegas jornalistas: até agora o governador sequer tocou no tema do direito à informação pública, por oito anos sublimada em nome de um pragmatismo que faria orgulhar Maquiavel. Tive a pachorra de reler as 2.480 palavras que compõem o discurso de posse do atual governador, e, para minha preocupação, ali não encontrei uma única referência ao tema, além do excesso de louvaminhas ao antecessor, Jorge Viana.
Se é verdade que o novo-velho governo do PT administrará o Acre em parceria com a sociedade civil organizada, conforme foi dito e reiterado nesses três primeiros meses, o direito à informação pública deve ser prioridade para que as ações governamentais se tornem cristalinas, e essa participação legitime-se no conjunto da população.
Jorge Viana, por razões que suspeito e outras que nem desconfio, nos escamoteou informações do âmbito de sua administração, tratando-a como um negócio particular. Ora, comandar o Estado é diferente de cuidar de granja, ainda que muitos eleitores tenham inteligência inferior a dos galináceos. O ex-governador deixou atrás de si um rastro de autoritarismo que levará ainda muito tempo para ser apagado, sobretudo se não atentarmos à necessidade de tornar transparentes os atos do Poder Executivo - e exigir que isso seja feito daqui por diante.
Oito anos desse jogo de esconde obrigou a criação de uma tropa de choque cujas ramificações podem ser encontradas no Judiciário, no Legislativo e na imprensa. E gerou pelo menos um momento hilariante, com o deputado Moisés Diniz (PC do B) querendo dar publicidade ao que por natureza já é público, ao apresentar projeto que tornava obrigatória a divulgação das estatísticas da Secretaria de Segurança. Não sei, sinceramente, onde Diniz seria menos desastroso – se na Assembléia Legislativa ou em sala de aula, encarregado de ensinar História a nossos filhos.
Meu pessimismo em relação ao Sr. Binho Marques no que diz respeito à falta de acesso às informações públicas tem outra razão de ser. Ao nomear para cargo importante no governo o ex-secretário de Comunicação, Aníbal Diniz, o atual governador considera irrelevantes as “meras irregularidades” cometidas por ele, entre as quais negar ao jornal Folha de S. Paulo, em 2005, acesso ao teor do contrato de mídia do governo com a ASA Publicidade. Eram de interesse público os 13 termos aditivos, que reajustaram em mais de 585% o valor do contrato, que saltou de 4 milhões de reais para mais de 27 milhões. O acesso a informações dessa natureza é importante para que o cidadão, proprietário da montanha de dinheiro que os governos manipulam com ou sem escrúpulos (mais sem do que com ela), possa julgar as ações dos administradores públicos e exigir, se for o caso, as reparações legais.
Em três meses do novo governo, a Secretaria de Justiça e Segurança Pública do Acre sequer disponibilizou as informações exigidas pelo comunista Moisés Diniz, guardadas a sete chaves no governo anterior. Basta visitar o portal do órgão (www.ac.gov.br/sejusp) e verificar que não há dados sobre a criminalidade no Estado, ainda que o Ministério da Justiça acuse a existência, ali, de um setor de estatísticas.
Essas razões, juntas, me fazem crer que no Acre continuarão obstruídos os canais de acesso ao exercício da cidadania.
Imbatível
Mesmo que a serviço do governo da floresta, alguns jornalistas não negam que o prefeito Vanderley Viana de Lima é o mais forte candidato à sua própria sucessão, em 2008. A notinha abaixo foi colhida da coluna de Luis Carlos Moreira Jorge, n'A Gazeta desta terça-feira, 3 de abril.
Sem prestígio
E assim mesmo este moço aparece bem em todas as pesquisas, o que leva à dedução: os seus adversários do PT de Xapuri eleitoralmente são mais fracos do que caldo de batata.
Sem prestígio
E assim mesmo este moço aparece bem em todas as pesquisas, o que leva à dedução: os seus adversários do PT de Xapuri eleitoralmente são mais fracos do que caldo de batata.
segunda-feira, 2 de abril de 2007
Incompetência no auge
Fernando Rodrigues, na Folha, edição desta segunda-feira
BRASÍLIA - A incompetência administrativa de Lula para solucionar a crise de seis meses do setor aéreo chegou ao seu zênite nos últimos três dias. O Brasil lulista emergiu à perfeição, sem disfarces.
O presidente e os ministros talvez não tivessem condições de reagir com rapidez em outubro passado, em pleno processo eleitoral. Lula não sabia se ficaria mais quatro anos no Planalto. Já em novembro e dezembro houve tempo suficiente para notar quais eram os problemas a serem atacados. O que o presidente fez de prático? Nada.
Os relatos agora indicam uma ação direta de Lula para impedir a demissão e a prisão dos controladores de vôo amotinados. O governo cedeu. Não haveria como substituí-los. Lula "teve bom senso", interpretaram os "spin doctors" palacianos. Deveriam completar: a atitude de rendição veio depois de o presidente passar meses em seu já conhecido estado de catatonia quando demandado a tomar uma decisão técnica e complexa.
Não é crível a impossibilidade de contratar 200 novos controladores de vôo em alguns meses para montar uma equipe de reserva técnica no país. Não é possível que a 10ª economia do planeta não tenha dinheiro para pagar, vá lá, US$ 10 mil por mês a esses controladores a serem recrutados, se não no Brasil, nos países vizinhos ou na América do Norte e na Europa.
Não ocorreu à equipe jeca-tatu, de pensamento insular e majoritariamente monoglota que habita a Casa Civil, Planejamento e adjacências, sugerir algo desse porte ao presidente. Esvaíram-se em conchavos para garantir suas cadeiras e outras para a companheirada petista na Esplanada.
E Lula? Esse é um fenômeno de comunicação. Ontem começaria a veicular a campanha de TV para enaltecer o PAC. Custo: R$ 7,8 milhões. O PAC não existe. E daí? Imagem, Lula sabe, é tudo
BRASÍLIA - A incompetência administrativa de Lula para solucionar a crise de seis meses do setor aéreo chegou ao seu zênite nos últimos três dias. O Brasil lulista emergiu à perfeição, sem disfarces.
O presidente e os ministros talvez não tivessem condições de reagir com rapidez em outubro passado, em pleno processo eleitoral. Lula não sabia se ficaria mais quatro anos no Planalto. Já em novembro e dezembro houve tempo suficiente para notar quais eram os problemas a serem atacados. O que o presidente fez de prático? Nada.
Os relatos agora indicam uma ação direta de Lula para impedir a demissão e a prisão dos controladores de vôo amotinados. O governo cedeu. Não haveria como substituí-los. Lula "teve bom senso", interpretaram os "spin doctors" palacianos. Deveriam completar: a atitude de rendição veio depois de o presidente passar meses em seu já conhecido estado de catatonia quando demandado a tomar uma decisão técnica e complexa.
Não é crível a impossibilidade de contratar 200 novos controladores de vôo em alguns meses para montar uma equipe de reserva técnica no país. Não é possível que a 10ª economia do planeta não tenha dinheiro para pagar, vá lá, US$ 10 mil por mês a esses controladores a serem recrutados, se não no Brasil, nos países vizinhos ou na América do Norte e na Europa.
Não ocorreu à equipe jeca-tatu, de pensamento insular e majoritariamente monoglota que habita a Casa Civil, Planejamento e adjacências, sugerir algo desse porte ao presidente. Esvaíram-se em conchavos para garantir suas cadeiras e outras para a companheirada petista na Esplanada.
E Lula? Esse é um fenômeno de comunicação. Ontem começaria a veicular a campanha de TV para enaltecer o PAC. Custo: R$ 7,8 milhões. O PAC não existe. E daí? Imagem, Lula sabe, é tudo
Deu no jornal
Sem entender
Quando se ouve a notícia de que Wanderley Viana, depois de tudo que fez e está fazendo, ainda é um candidato forte à reeleição, a conclusão a que se chega é de que as duas administrações petistas na terra de Chico Mendes foram muito ruins.
*Publicada na edição de ontem e hoje do jornal Página 20.
Quando se ouve a notícia de que Wanderley Viana, depois de tudo que fez e está fazendo, ainda é um candidato forte à reeleição, a conclusão a que se chega é de que as duas administrações petistas na terra de Chico Mendes foram muito ruins.
*Publicada na edição de ontem e hoje do jornal Página 20.
domingo, 1 de abril de 2007
Espinho na garganta do governo
Archibaldo Antunes
A sabatina da secretária de Educação do Acre, Maria Correia, essa semana na Assembléia Legislativa, mostrou que o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) continua a ser um espinho atravessado na garganta do governo. Não bastasse o fato do requerimento à secretária ter sido tratado com a conhecida malandragem do pessoal da Frente Popular, que interpôs “convite” à convocação do deputado Luiz Calixto (PDT), os parlamentares da base aliada seguiram na cantilena de que o Enem não serve como avaliador da qualidade do ensino. Não é o que dizem as autoridades no assunto, entre elas o professor e colunista de Veja Cláudio de Moura Castro, autor de mais de 30 livros sobre Educação e ferrenho defensor da eficácia do Exame. Não é também o que dizem as autoridades do Partido dos Trabalhadores, entre elas o próprio presidente Lula e Aloísio Mercadante, que na eleição do ano passado atacaram a oitava colocação do Estado de São Paulo no mesmo Enem.
A desfaçatez foi mais longe, com a utilização de dados do Saeb (Sistema de Avaliação do Ensino Básico) como prova maior de que a educação acreana melhorou. A malandragem se esconde sob a explicação que faltou. Pois o Saeb avalia o ensino sob a responsabilidade dos municípios, e se algo melhorou no ensino básico o bônus cabe aos prefeitos que fizeram o dever de casa, e não ao governo, que descumpriu com o seu. Aos deputados da oposição passou despercebida a esperteza, mas mesmo que a apontassem, ela seria ignorada pela imprensa (não é mesmo, sr. Raimari?).
Essa semana, segundo a revista Veja, a Fundação Getúlio Vargas publicará levantamento sobre a educação em todo o país, o que nos vai orientar em algumas questões pertinentes (e verdadeiras) à educação acreana. É bom ficar de olho nesses dados, porque eles nos podem revelar o tamanho da gravidade de problemas sequer mencionados na sabatina de dona Maria Correia.
A sabatina da secretária de Educação do Acre, Maria Correia, essa semana na Assembléia Legislativa, mostrou que o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) continua a ser um espinho atravessado na garganta do governo. Não bastasse o fato do requerimento à secretária ter sido tratado com a conhecida malandragem do pessoal da Frente Popular, que interpôs “convite” à convocação do deputado Luiz Calixto (PDT), os parlamentares da base aliada seguiram na cantilena de que o Enem não serve como avaliador da qualidade do ensino. Não é o que dizem as autoridades no assunto, entre elas o professor e colunista de Veja Cláudio de Moura Castro, autor de mais de 30 livros sobre Educação e ferrenho defensor da eficácia do Exame. Não é também o que dizem as autoridades do Partido dos Trabalhadores, entre elas o próprio presidente Lula e Aloísio Mercadante, que na eleição do ano passado atacaram a oitava colocação do Estado de São Paulo no mesmo Enem.
A desfaçatez foi mais longe, com a utilização de dados do Saeb (Sistema de Avaliação do Ensino Básico) como prova maior de que a educação acreana melhorou. A malandragem se esconde sob a explicação que faltou. Pois o Saeb avalia o ensino sob a responsabilidade dos municípios, e se algo melhorou no ensino básico o bônus cabe aos prefeitos que fizeram o dever de casa, e não ao governo, que descumpriu com o seu. Aos deputados da oposição passou despercebida a esperteza, mas mesmo que a apontassem, ela seria ignorada pela imprensa (não é mesmo, sr. Raimari?).
Essa semana, segundo a revista Veja, a Fundação Getúlio Vargas publicará levantamento sobre a educação em todo o país, o que nos vai orientar em algumas questões pertinentes (e verdadeiras) à educação acreana. É bom ficar de olho nesses dados, porque eles nos podem revelar o tamanho da gravidade de problemas sequer mencionados na sabatina de dona Maria Correia.
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