Fernando Rodrigues, na Folha, edição desta segunda-feira
BRASÍLIA - A incompetência administrativa de Lula para solucionar a crise de seis meses do setor aéreo chegou ao seu zênite nos últimos três dias. O Brasil lulista emergiu à perfeição, sem disfarces.
O presidente e os ministros talvez não tivessem condições de reagir com rapidez em outubro passado, em pleno processo eleitoral. Lula não sabia se ficaria mais quatro anos no Planalto. Já em novembro e dezembro houve tempo suficiente para notar quais eram os problemas a serem atacados. O que o presidente fez de prático? Nada.
Os relatos agora indicam uma ação direta de Lula para impedir a demissão e a prisão dos controladores de vôo amotinados. O governo cedeu. Não haveria como substituí-los. Lula "teve bom senso", interpretaram os "spin doctors" palacianos. Deveriam completar: a atitude de rendição veio depois de o presidente passar meses em seu já conhecido estado de catatonia quando demandado a tomar uma decisão técnica e complexa.
Não é crível a impossibilidade de contratar 200 novos controladores de vôo em alguns meses para montar uma equipe de reserva técnica no país. Não é possível que a 10ª economia do planeta não tenha dinheiro para pagar, vá lá, US$ 10 mil por mês a esses controladores a serem recrutados, se não no Brasil, nos países vizinhos ou na América do Norte e na Europa.
Não ocorreu à equipe jeca-tatu, de pensamento insular e majoritariamente monoglota que habita a Casa Civil, Planejamento e adjacências, sugerir algo desse porte ao presidente. Esvaíram-se em conchavos para garantir suas cadeiras e outras para a companheirada petista na Esplanada.
E Lula? Esse é um fenômeno de comunicação. Ontem começaria a veicular a campanha de TV para enaltecer o PAC. Custo: R$ 7,8 milhões. O PAC não existe. E daí? Imagem, Lula sabe, é tudo
segunda-feira, 2 de abril de 2007
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