Descentrar recursos parece ser a solução para os graves problemas da saúde no Acre. A constatação foi feita ontem pelos deputados estaduais Donald Fernandes (PSDB), Luiz Calixto (PDT), Chagas Romão (PMDB) e N. Lima (DEM), que aproveitaram evento promovido pela Assembléia Legislativa em Sena Madureira para visitar o hospital João Câncio Fernandes. Trata-se da única unidade de saúde do Acre que goza de autonomia financeira, e assim consegue oferecer atendimento de qualidade aos moradores.
Com oito médicos e 62 leitos, dos quais 54 cadastrados no SUS (Sistema Único de Saúde), o hospital de Sena Madureira dispõe de quase 120 mil reais mensais para tocar suas atividades. Isso garante o funcionamento dos serviços oferecidos aos pacientes. A descentralização orçamentária, segundo a diretora da instituição, Antônia Gadelha, foi a maneira encontrada para driblar a burocracia e aumentar a eficiência.
“O estado arca com as despesas de pessoal, de luz e das reformas, mas os serviços são bancados com os repasses do SUS”, afirmou Antônia.
Donald considerou o número de médicos insuficiente. A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomenda um médico para cada grupo de mil habitantes. “Oito médicos ainda é pouco para uma população de 45 mil pessoas”, disse o deputado tucano.
Autonomia
Antônia explicou que a descentralização financeira depende muito do gestor do hospital e da participação da comunidade. Ela acompanhou a visita dos deputados ao prédio, que passa por reforma, e forneceu informações sobre o funcionamento dos serviços.
As evidências de que a autonomia financeira concede maior eficiência a uma unidade de saúde foi constada pelo parlamentares. O estado é mais lento em fazer pequenas melhorias. Um exemplo é a reforma do prédio, cujo prazo de 90 dias para execução vai completar um ano em julho.
Apesar de problemas como a precariedade de quem atua no setor de radiologia, os serviços do hospital João Câncio Fernandes foram elogiados pelos deputados.
quinta-feira, 31 de maio de 2007
Deputados vão à Sena Madureira debater desenvolvimento no Alto Purus
Termina daqui a pouco o encontro entre deputados estaduais, vereadores e outras lideranças dos municípios de Santa Rosa, Sena Madureira, Manoel Urbano e Bujari. O presidente da Assembléia Legislativa, Edvaldo Magalhães, é o responsável pela iniciativa. O evento, segundo o deputado Luiz Calixto, "tira da reclusão a Aleac e a coloca em contato direto com a poulação".
Com abertura às 9 horas, a programação teve exposição do secretário Gilberto Siqueira sobre os diagnósticos da regional do Alto Purus. Grupos temáticos debateram os temas Infra-estrutura, Desenvolvimento econômico e Ações básicas na área social.
Calixto foi enfático ao destacar que é preciso mais ação ao governo. "Precisamos desatracar da fase do planejamento e navegar nas execuções", disse.
Com abertura às 9 horas, a programação teve exposição do secretário Gilberto Siqueira sobre os diagnósticos da regional do Alto Purus. Grupos temáticos debateram os temas Infra-estrutura, Desenvolvimento econômico e Ações básicas na área social.
Calixto foi enfático ao destacar que é preciso mais ação ao governo. "Precisamos desatracar da fase do planejamento e navegar nas execuções", disse.
quarta-feira, 30 de maio de 2007
Sibá Machado preside Conselho de Ética do Senado
GABRIELA GUERREIRO, da Folha Online, em Brasília
Um acordo entre a base e a oposição permitiu que a presidência do Conselho de Ética do Senado ficasse com Sibá Machado (PT-AC), aliado do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL). A chapa --que recebeu 15 votos favoráveis-- colocou Adelmir Santana (DEM-DF) na vice-presidência do Conselho de Ética.
Inicialmente, o bloco PT-PMDB queria que o vice fosse Wellington Salgado (PMDB-MG). Mas os integrantes do Democratas reivindicaram o posto. O senador Heráclito Fortes (DEM-PI) disse que o partido tinha direito a ficar com a vice-presidência por ter uma das maiores bancadas do Senado.
A chapa Sibá-Adelmir recebeu um voto em branco para a presidência, mas favorável à nomeação do senador do Democratas.
Essa foi a primeira reunião do Conselho de Ética da atual legislatura. Em reunião realizada ontem, o PT decidiu que Sibá iria representar o partido na disputa pelo comando do Conselho de Ética. Durante a reunião, os petistas decidiram que o partido não irá se manifestar, inicialmente, sobre a representação encaminhada pelo PSOL contra Renan sobre a acusação da empreiteira Mendes Júnior ter pago o aluguel e pensão da jornalista Mônica Veloso --com quem o presidente do Senado tem uma filha.
O presidente do Conselho de Ética do Senado poderá arquivar ou despachar sobre o caso Renan, se o corregedor-geral da Casa, Romeu Tuma (DEM-SP), decidir que há elementos para instaurar processo contra ele.
O corregedor disse, porém, que os integrantes do conselho têm autonomia para rejeitar a decisão do presidente do órgão. "Os membros poderão rejeitar a decisão dele e apresentar outra proposta. Acredito que poderá pedir para aguardar um pouco mais."
Tuma disse que a corregedoria quer ouvir o depoimento do jornalista da revista "Veja" responsável pela denúncia contra Renan, o lobista da Mendes Júnior Cláudio Gontijo, além do advogado da jornalista Mônica Veloso.
Comentário deste blog: Com Sibá Machado na presidência do Conselho de Ética do Senado e Tião Viana conduzindo a CPI do Apagão Aéreo é de se esperar que nenhum companheiro ou neo-companheiro seja punido. Os petistas que viviam de denunciar maracutaias agora se esmeram em escondê-las da população
Um acordo entre a base e a oposição permitiu que a presidência do Conselho de Ética do Senado ficasse com Sibá Machado (PT-AC), aliado do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL). A chapa --que recebeu 15 votos favoráveis-- colocou Adelmir Santana (DEM-DF) na vice-presidência do Conselho de Ética.
Inicialmente, o bloco PT-PMDB queria que o vice fosse Wellington Salgado (PMDB-MG). Mas os integrantes do Democratas reivindicaram o posto. O senador Heráclito Fortes (DEM-PI) disse que o partido tinha direito a ficar com a vice-presidência por ter uma das maiores bancadas do Senado.
A chapa Sibá-Adelmir recebeu um voto em branco para a presidência, mas favorável à nomeação do senador do Democratas.
Essa foi a primeira reunião do Conselho de Ética da atual legislatura. Em reunião realizada ontem, o PT decidiu que Sibá iria representar o partido na disputa pelo comando do Conselho de Ética. Durante a reunião, os petistas decidiram que o partido não irá se manifestar, inicialmente, sobre a representação encaminhada pelo PSOL contra Renan sobre a acusação da empreiteira Mendes Júnior ter pago o aluguel e pensão da jornalista Mônica Veloso --com quem o presidente do Senado tem uma filha.
O presidente do Conselho de Ética do Senado poderá arquivar ou despachar sobre o caso Renan, se o corregedor-geral da Casa, Romeu Tuma (DEM-SP), decidir que há elementos para instaurar processo contra ele.
O corregedor disse, porém, que os integrantes do conselho têm autonomia para rejeitar a decisão do presidente do órgão. "Os membros poderão rejeitar a decisão dele e apresentar outra proposta. Acredito que poderá pedir para aguardar um pouco mais."
Tuma disse que a corregedoria quer ouvir o depoimento do jornalista da revista "Veja" responsável pela denúncia contra Renan, o lobista da Mendes Júnior Cláudio Gontijo, além do advogado da jornalista Mônica Veloso.
Comentário deste blog: Com Sibá Machado na presidência do Conselho de Ética do Senado e Tião Viana conduzindo a CPI do Apagão Aéreo é de se esperar que nenhum companheiro ou neo-companheiro seja punido. Os petistas que viviam de denunciar maracutaias agora se esmeram em escondê-las da população
Governo desrespeita lei e radiologistas pressionam via Assembléia Legislativa
A Associação dos Técnicos em Radiologia do Acre iniciou, com apoio do deputado Donald Fernandes (PSDB), um movimento para que o governo estadual cumpra as determinações legais que regulamentam o exercício da profissão. No Acre, os radiologistas têm jornada de trabalho de 40 horas semanais, quando a lei prevê 24 horas de atividades nesse período. Os profissionais também reclamam da falta de equipamento de segurança para exercer a profissão. O governo não fornece sequer o dosímetro, equipamento capaz de detectar a quantidade de radiação que atinge o radiologista. Cada dosímetro custa apenas 8 reais.
“É uma profissão de risco, insalubre, e cujas normas de segurança vêm sendo desrespeitadas pelo governo do estado”, afirmou o presidente da Associação, Jean Marcos Lunier.
Ontem os representantes da categoria compareceram à Assembléia Legislativa. O deputado Donald Fernandes apresentou indicação ao governo para que se cumpram as normas estabelecidas na lei federal 7.394/85.
“O governo não pode contrariar uma lei federal”, argumentou o parlamentar tucano, informando ainda que encaminhou pedido de apuração das denúncias à delegacia Regional do Trabalho.
Risco maior
A lei que regulamentou a profissão de radiologista começou a ser descumprida no governo de Orleir Cameli, afirmou Lunier. Hoje existem profissionais com trinta anos de serviço que ainda não se aposentaram, apesar da exigência legal ser de 25 anos de atividade.
Segundo Lunier, a categoria cobra também do governo do estado um plano de cargos e salários. A inexistência de um obriga os radiologistas a dobrarem plantões, o que aumenta o risco de contaminação.
“Não queremos do governo nada além do que prevê a lei 7.394”, afirmou o representante da categoria.
“É uma profissão de risco, insalubre, e cujas normas de segurança vêm sendo desrespeitadas pelo governo do estado”, afirmou o presidente da Associação, Jean Marcos Lunier.
Ontem os representantes da categoria compareceram à Assembléia Legislativa. O deputado Donald Fernandes apresentou indicação ao governo para que se cumpram as normas estabelecidas na lei federal 7.394/85.
“O governo não pode contrariar uma lei federal”, argumentou o parlamentar tucano, informando ainda que encaminhou pedido de apuração das denúncias à delegacia Regional do Trabalho.
Risco maior
A lei que regulamentou a profissão de radiologista começou a ser descumprida no governo de Orleir Cameli, afirmou Lunier. Hoje existem profissionais com trinta anos de serviço que ainda não se aposentaram, apesar da exigência legal ser de 25 anos de atividade.
Segundo Lunier, a categoria cobra também do governo do estado um plano de cargos e salários. A inexistência de um obriga os radiologistas a dobrarem plantões, o que aumenta o risco de contaminação.
“Não queremos do governo nada além do que prevê a lei 7.394”, afirmou o representante da categoria.
terça-feira, 29 de maio de 2007
Ministro do STF manda soltar Zuleido Veras, dono da Gautama
Do uol
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deferiu os pedidos de liminar em habeas corpus do empresário Zuleido Soares Veras, dono da empresa Gautama, e de mais 4 pessoas investigadas pela Operação Navalha, da Polícia Federal.
Segundo Mendes, não foram encontrados nos autos os requisitos que autorizam a prisão preventiva de Zuleido. Segundo a Polícia Federal, ele é suspeito de liderar um esquema de desvio de verbas de obras públicas federais - esquema investigado pela Operação Navalha.
Também foram beneficiados pela decisão os suspeitos Maria de Fátima Palmeira (diretora da construtora e braço-direito de Zuleido), Vicente Vasconcelos Coni (diretor da Gautama no Maranhão), João Manoel Soares Barros (funcionário da Gautama) e Abelardo Sampaio Lopes Filho (diretor da Gautama, e que já está solto).
Comentário deste blog: A Justiça que não tarda quase sempre falha. Entendeu?
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deferiu os pedidos de liminar em habeas corpus do empresário Zuleido Soares Veras, dono da empresa Gautama, e de mais 4 pessoas investigadas pela Operação Navalha, da Polícia Federal.
Segundo Mendes, não foram encontrados nos autos os requisitos que autorizam a prisão preventiva de Zuleido. Segundo a Polícia Federal, ele é suspeito de liderar um esquema de desvio de verbas de obras públicas federais - esquema investigado pela Operação Navalha.
Também foram beneficiados pela decisão os suspeitos Maria de Fátima Palmeira (diretora da construtora e braço-direito de Zuleido), Vicente Vasconcelos Coni (diretor da Gautama no Maranhão), João Manoel Soares Barros (funcionário da Gautama) e Abelardo Sampaio Lopes Filho (diretor da Gautama, e que já está solto).
Comentário deste blog: A Justiça que não tarda quase sempre falha. Entendeu?
As desculpas que não calham a Calheiros
Do blog do jornalista Reinaldo Azevedo
O espetáculo que se viu nesta segunda no Senado só não foi mais patético porque estamos nos acostumando ao descalabro. Afinal, já vimos um presidente dizer em rede nacional que seu partido fez caixa dois para pagar a sua campanha e que ele de nada sabia; já vimos cabeças coroadas desse mesmo partido preparar uma trama para enlamear um adversário, sem que um só malandro tenha sido punido; como relata Diogo Mainardi na sua coluna desta semana, um empreiteiro tem relações muito especiais com a Presidência da República, e isso também é visto como coisa normal. Por que ficar chocado com Renan Calheiros?
Mesmo assim, fiquei. Fiquei um tanto chocado já com a reportagem da VEJA. E olhem que a revista, à diferença do que sugeriu Renan, não avançou um milímetro em sua vida pessoal. Nada! Esta só entrou como elemento da narrativa à medida que o problema transitava da esfera privada para a pública; à medida que o funcionário de uma empreiteira virou protagonista da história.
Leia a íntegra do texto aqui.
O espetáculo que se viu nesta segunda no Senado só não foi mais patético porque estamos nos acostumando ao descalabro. Afinal, já vimos um presidente dizer em rede nacional que seu partido fez caixa dois para pagar a sua campanha e que ele de nada sabia; já vimos cabeças coroadas desse mesmo partido preparar uma trama para enlamear um adversário, sem que um só malandro tenha sido punido; como relata Diogo Mainardi na sua coluna desta semana, um empreiteiro tem relações muito especiais com a Presidência da República, e isso também é visto como coisa normal. Por que ficar chocado com Renan Calheiros?
Mesmo assim, fiquei. Fiquei um tanto chocado já com a reportagem da VEJA. E olhem que a revista, à diferença do que sugeriu Renan, não avançou um milímetro em sua vida pessoal. Nada! Esta só entrou como elemento da narrativa à medida que o problema transitava da esfera privada para a pública; à medida que o funcionário de uma empreiteira virou protagonista da história.
Leia a íntegra do texto aqui.
Leitor quer resposta de radialista
Um leitor que não quis se identificar deixou neste blog o seguinte comentário:
Ao Raimari,
Já se passaram quase quarenta dias, e neste momento peço-lhe que publique e divulgue, não somente aqui como na emissora em que você trabalha, se melhorou o Hospital de Xapuri. Pelo menos as grávidas poderiam ser atendidas aqui mesmo. E agora que Elas têm que ir ao Município de Brasiléia se não quiserem ir a Capital?
O que vc tem a dizer? Se a culpa era da Aucelina, agora a culpa é de quem?
Você que fez tanta questão de quimar a imagem da Aucelina, por que fechou a boca agora?
Por acaso vc foi visitar o prédio e observou o que foi melhorado?
Comentário do blog: Não estranho que o leitor (ou leitora) tenha postado seu comentário aqui, mesmo que dirigido a quem possui um blog. Pois ao contrário da postura que se adota neste espaço, o Xapuri Agora, do radialista Raimari Cardoso, prefere censurar as opiniões que lhe são contrárias ou que contrariam a política que o autor defende. Eu mesmo tentei, sem sucesso, postar dois ou três recados lá depois que Raimari postou os seus aqui. Em vão. A opinião única, o monólogo que não admite réplica se consolidaram no reino do petismo, em detrimento da liberdade de expressão. E esse comportamento é reproduzido por todo militante que têm acesso aos jornais ou toca por conta própria uma simples página na Internet.
Ao Raimari,
Já se passaram quase quarenta dias, e neste momento peço-lhe que publique e divulgue, não somente aqui como na emissora em que você trabalha, se melhorou o Hospital de Xapuri. Pelo menos as grávidas poderiam ser atendidas aqui mesmo. E agora que Elas têm que ir ao Município de Brasiléia se não quiserem ir a Capital?
O que vc tem a dizer? Se a culpa era da Aucelina, agora a culpa é de quem?
Você que fez tanta questão de quimar a imagem da Aucelina, por que fechou a boca agora?
Por acaso vc foi visitar o prédio e observou o que foi melhorado?
Comentário do blog: Não estranho que o leitor (ou leitora) tenha postado seu comentário aqui, mesmo que dirigido a quem possui um blog. Pois ao contrário da postura que se adota neste espaço, o Xapuri Agora, do radialista Raimari Cardoso, prefere censurar as opiniões que lhe são contrárias ou que contrariam a política que o autor defende. Eu mesmo tentei, sem sucesso, postar dois ou três recados lá depois que Raimari postou os seus aqui. Em vão. A opinião única, o monólogo que não admite réplica se consolidaram no reino do petismo, em detrimento da liberdade de expressão. E esse comportamento é reproduzido por todo militante que têm acesso aos jornais ou toca por conta própria uma simples página na Internet.
ACM passa mal no plenário do Senado e sessão é interrompida
GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
O senador Antonio Carlos Magalhães (DEM-BA) se sentiu mal na tarde desta terça-feira no plenário da Casa. Ele saiu andando em direção ao seu gabinete, mas acabou caindo antes de chegar a sua sala. O gabinete de ACM fica próximo do plenário.
Segundo o Senado, ACM está recebendo atendimento médico. Ainda não se sabe o que aconteceu com ele.
Em abril deste ano, ACM chegou a ser internado no InCor (Instituto do Coração) do Hospital das Clínicas, em São Paulo, com insuficiência cardíaca. Ele é cardiopata, portador de insuficiência cardíaca congestiva, em decorrência de um infarto, ocorrido em 1989.
Antes disso, o senador ficou internado no mesmo hospital para se recuperar de uma pneumonia e disfunção renal.
Por conta do episódio, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), chegou a interromper a sessão desta terça-feira. A sessão já foi retomada.
da Folha Online, em Brasília
O senador Antonio Carlos Magalhães (DEM-BA) se sentiu mal na tarde desta terça-feira no plenário da Casa. Ele saiu andando em direção ao seu gabinete, mas acabou caindo antes de chegar a sua sala. O gabinete de ACM fica próximo do plenário.
Segundo o Senado, ACM está recebendo atendimento médico. Ainda não se sabe o que aconteceu com ele.
Em abril deste ano, ACM chegou a ser internado no InCor (Instituto do Coração) do Hospital das Clínicas, em São Paulo, com insuficiência cardíaca. Ele é cardiopata, portador de insuficiência cardíaca congestiva, em decorrência de um infarto, ocorrido em 1989.
Antes disso, o senador ficou internado no mesmo hospital para se recuperar de uma pneumonia e disfunção renal.
Por conta do episódio, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), chegou a interromper a sessão desta terça-feira. A sessão já foi retomada.
segunda-feira, 28 de maio de 2007
Duas matérias
"Renan passa manhã em casa preparando apresentação de sua defesa" (da folhaonline, sobre a enrascada em que se meteu o presidente do Senado, Renan Calheiros).
"Ministro japonês se suicida em meio a escândalo político" (do ogloboonline, sobre o ministro da Agricultura, Florestas e Pesca do Japão, acusado de desviar recursos públicos).
Comentário deste blog: ainda temos muito que aprender com os orientais.
"Ministro japonês se suicida em meio a escândalo político" (do ogloboonline, sobre o ministro da Agricultura, Florestas e Pesca do Japão, acusado de desviar recursos públicos).
Comentário deste blog: ainda temos muito que aprender com os orientais.
domingo, 27 de maio de 2007
De volta
Após período "fora do ar" por dificuldades de acesso, estou de volta. Peço desculpas aos visitantes deste blog. E lhes sou grato pelo tempo que dispensam ao que aqui é publicado.
O neto do criador de porcos
A entrevista do escritor José Saramago ao Jornal da Globo me comoveu. Pois não é todo dia que o neto de um criador de porcos ganha o maior prêmio das letras mundiais: o Nobel de Literatura. A mãe, analfabeta, esfregava escadas para sobreviver. A infância do menino Saramago foi pobre, cheia de moscas, carente de livros, escassa de comida. No enredo do mais mirabolante romance talvez soasse inverossímil que uma mulher analfabeta, filha de rudes criadores de porcos, pudesse dar à luz um gênio da literatura. Mas a vida real é cheia de caprichos. E mais fantástica que qualquer ficção.
Saramago nos deixa a lição do desapego. Detentor do Nobel, pergunta-se o que é o prêmio se comparado ao Universo. Nada. No fundo, tudo é insignificante, afirma. Essa noção nos dá a dimensão exata das coisas, de todas as coisas que desejamos, por maior que hoje nos pareçam. Ante a verdade proposta pelo escritor português, pus-me a pensar naqueles que se engalfinham por dinheiro, cargos, honrarias. Perdem tempo, ao ignorar o essencial. Miram o supérfluo através das lentes embaciadas da miopia intelectual.
O filósofo José Saramago é um polidor de lentes, como foi Espinosa.
“As pessoas se tornam máquinas de ganhar dinheiro. Ou de tentar ganhar dinheiro”, pontua ao falar sobre as oliveiras que ele viu na infância em Azinhaga, e que a União Européia pagou para que fossem arrancadas e assim se mantivesse alto o preço do azeite.
A vida simples que leva o escritor nas Ilhas Canárias contrasta com a glória que se espera de quem se tornou best-seller. E recebeu da Academia Sueca o prêmio de um milhão de dólares. É que o polidor de lentes enxerga o indispensável – e se compraz em viver consoante sua filosofia.
Aos 82 anos de idade, José Saramago parece ter se despido das vaidades. E concentra-se no que é preciso ser feito. Mesmo quando está enfermo, escreve todos os dias. Trata-se, afinal, de sua maior vocação.
O neto do criador de porcos de Azinhaga tem muito a nos ensinar com seus próximos livros. Leiamos José Saramago. Sua literatura nos desembacia as lentes.
Saramago nos deixa a lição do desapego. Detentor do Nobel, pergunta-se o que é o prêmio se comparado ao Universo. Nada. No fundo, tudo é insignificante, afirma. Essa noção nos dá a dimensão exata das coisas, de todas as coisas que desejamos, por maior que hoje nos pareçam. Ante a verdade proposta pelo escritor português, pus-me a pensar naqueles que se engalfinham por dinheiro, cargos, honrarias. Perdem tempo, ao ignorar o essencial. Miram o supérfluo através das lentes embaciadas da miopia intelectual.
O filósofo José Saramago é um polidor de lentes, como foi Espinosa.
“As pessoas se tornam máquinas de ganhar dinheiro. Ou de tentar ganhar dinheiro”, pontua ao falar sobre as oliveiras que ele viu na infância em Azinhaga, e que a União Européia pagou para que fossem arrancadas e assim se mantivesse alto o preço do azeite.
A vida simples que leva o escritor nas Ilhas Canárias contrasta com a glória que se espera de quem se tornou best-seller. E recebeu da Academia Sueca o prêmio de um milhão de dólares. É que o polidor de lentes enxerga o indispensável – e se compraz em viver consoante sua filosofia.
Aos 82 anos de idade, José Saramago parece ter se despido das vaidades. E concentra-se no que é preciso ser feito. Mesmo quando está enfermo, escreve todos os dias. Trata-se, afinal, de sua maior vocação.
O neto do criador de porcos de Azinhaga tem muito a nos ensinar com seus próximos livros. Leiamos José Saramago. Sua literatura nos desembacia as lentes.
Quando se confunde o público com o privado
Ao elevar o tom no debate que se trava em torno de supostas irregularidades em contras-cheques da Procuradoria-Geral do Estado, o ex-procurador Edson Manchini confundiu questões pessoais com relações institucionais, prerrogativas particulares com deveres públicos. Levantada pelo deputado estadual Donald Fernandes, do PSDB, que se baseou em indícios fornecidos por uma fonte que prefere manter-se no anonimato, a suspeita precisa ser esclarecida doa a quem doer.
Reagir com destempero à disposição do deputado em investigar o caso é dar margem a algumas suposições, entre elas à de que os vencimentos dos ex-procuradores foram de fato engordados por artimanhas. Mesmo que se prove o contrário do que se supõe ante a reação desproporcional de Edson Machini, é preciso frisar que seu comportamento contraria a lógica das relações institucionais. Se elas não prevalecem, é porque nossas autoridades, em sua maioria, não distinguem público de privado.
Manchini foi infeliz ao responder ao deputado em tom ameaçador. Pois Donald não representa a si mesmo, mas uma parcela significativa da população acreana. Esses cidadãos, e outros a eles ligados pelos princípios da igualdade perante a lei, têm o direito de saber a destinação que se dá ao dinheiro público.
Criou-se no Acre, porém, a noção equivocada de que alguns iluminados podem dispor dos bens públicos ao bel prazer. Oito anos de governo petista transcorreram sem uma única prestação de contas quanto à destinação das verbas públicas, como se os administradores estaduais não devessem satisfações aos verdadeiros donos do dinheiro que é muitas vezes dissipado em inutilidades.
Edson Manchini parece emprenhado por essa noção deturpada de que o poder conferido pela população isenta o eleito da fiscalização rigorosa. Parece ignorar que quanto maior o privilégio do servidor público, maior deve ser sua sujeição à transparência.
Reagir com destempero à disposição do deputado em investigar o caso é dar margem a algumas suposições, entre elas à de que os vencimentos dos ex-procuradores foram de fato engordados por artimanhas. Mesmo que se prove o contrário do que se supõe ante a reação desproporcional de Edson Machini, é preciso frisar que seu comportamento contraria a lógica das relações institucionais. Se elas não prevalecem, é porque nossas autoridades, em sua maioria, não distinguem público de privado.
Manchini foi infeliz ao responder ao deputado em tom ameaçador. Pois Donald não representa a si mesmo, mas uma parcela significativa da população acreana. Esses cidadãos, e outros a eles ligados pelos princípios da igualdade perante a lei, têm o direito de saber a destinação que se dá ao dinheiro público.
Criou-se no Acre, porém, a noção equivocada de que alguns iluminados podem dispor dos bens públicos ao bel prazer. Oito anos de governo petista transcorreram sem uma única prestação de contas quanto à destinação das verbas públicas, como se os administradores estaduais não devessem satisfações aos verdadeiros donos do dinheiro que é muitas vezes dissipado em inutilidades.
Edson Manchini parece emprenhado por essa noção deturpada de que o poder conferido pela população isenta o eleito da fiscalização rigorosa. Parece ignorar que quanto maior o privilégio do servidor público, maior deve ser sua sujeição à transparência.
O PAC tem de parar
Diogo Mainardi, da revista Veja
A imprensa acoberta Lula. Quer ver como isso acontece? No último dia 17, o esquema de propinas da empreiteira Gautama foi desmantelado pela Polícia Federal. No mesmo dia, o Tribunal Superior Eleitoral divulgou que a empreiteira Andrade Gutierrez se tornara a maior mantenedora do PT, tendo doado oficialmente ao partido, no ano passado, mais de 6 milhões de reais, 2 dos quais depois da campanha presidencial. Ninguém se deu ao trabalho de associar os fatos. Ninguém comparou as duas empreiteiras. As regalias que a Gautama ofereceu aos políticos de todos os partidos foram detalhadas pela imprensa. As regalias que a Andrade Gutierrez ofereceu a Lula foram caridosamente escondidas.
É só para isso que eu sirvo. Meu dedo está eternamente apontado para o peito de Lula. Eu sou a bússola do lulismo, o ponteiro magnetizado destes tempos ruins. Se a maior parte da imprensa acha que um presente dado por uma empreiteira a um secretário de Obras nos cafundós de Alagoas é diferente de um presente dado por uma empreiteira ao presidente da República, eu acho o contrário. A amizade entre os donos da Andrade Gutierrez e Lula é conhecida. Assim como é conhecida a generosidade com que eles sempre o trataram. A Gautama deu 20.000 reais ao sobrinho de ACM? Uma das donas da Andrade Gutierrez deu uma cirurgia plástica a Lurian. A Gautama ofereceu um passeio de barco em Salvador a Dilma Rousseff? Uma das donas da Andrade Gutierrez ofereceu uma estada de seis meses em Paris a Lurian. A Gautama entregou um pacote com 100.000 reais no gabinete de Silas Rondeau? A Andrade Gutierrez, por meio da Telemar, entregou bem mais do que isso à Gamecorp. E continua a entregar. Quanto? Oito milhões de reais? Doze milhões de reais?
Nos últimos meses, a Gautama corrompia políticos e servidores públicos para ter acesso ao dinheiro do PAC. A meta era fazer obras modestas em áreas distantes. A Andrade Gutierrez pertence a outra categoria de empreiteira. Disputa todas as maiores verbas do PAC, dos 2,47 bilhões de reais para construir navios petroleiros aos 3,7 bilhões de reais destinados à usina hidrelétrica de Belo Monte. Dois dias antes de ser afastado do ministério, Silas Rondeau declarou: "O PAC está muito acima de um prefeito, de um assessor. O PAC é maior do que a navalha". Ele está certo. O PAC é infinitamente maior do que a Gautama. Maior e mais rico. Se uma empreiteira de fundo de quintal faz um estrago tão grande, subornando prefeitos do interior e assessores de ministros, imagine o que pode ocorrer nos maiores projetos. O PAC tem de parar imediatamente. O melhor caminho é decretar uma moratória das obras públicas, ao mesmo tempo em que o Congresso instala uma CPI e contrata uma auditoria independente para esquadrinhar os repasses do governo. É isso ou a Andrade Gutierrez aceita pagar para todos nós uma plástica no nariz
A imprensa acoberta Lula. Quer ver como isso acontece? No último dia 17, o esquema de propinas da empreiteira Gautama foi desmantelado pela Polícia Federal. No mesmo dia, o Tribunal Superior Eleitoral divulgou que a empreiteira Andrade Gutierrez se tornara a maior mantenedora do PT, tendo doado oficialmente ao partido, no ano passado, mais de 6 milhões de reais, 2 dos quais depois da campanha presidencial. Ninguém se deu ao trabalho de associar os fatos. Ninguém comparou as duas empreiteiras. As regalias que a Gautama ofereceu aos políticos de todos os partidos foram detalhadas pela imprensa. As regalias que a Andrade Gutierrez ofereceu a Lula foram caridosamente escondidas.
É só para isso que eu sirvo. Meu dedo está eternamente apontado para o peito de Lula. Eu sou a bússola do lulismo, o ponteiro magnetizado destes tempos ruins. Se a maior parte da imprensa acha que um presente dado por uma empreiteira a um secretário de Obras nos cafundós de Alagoas é diferente de um presente dado por uma empreiteira ao presidente da República, eu acho o contrário. A amizade entre os donos da Andrade Gutierrez e Lula é conhecida. Assim como é conhecida a generosidade com que eles sempre o trataram. A Gautama deu 20.000 reais ao sobrinho de ACM? Uma das donas da Andrade Gutierrez deu uma cirurgia plástica a Lurian. A Gautama ofereceu um passeio de barco em Salvador a Dilma Rousseff? Uma das donas da Andrade Gutierrez ofereceu uma estada de seis meses em Paris a Lurian. A Gautama entregou um pacote com 100.000 reais no gabinete de Silas Rondeau? A Andrade Gutierrez, por meio da Telemar, entregou bem mais do que isso à Gamecorp. E continua a entregar. Quanto? Oito milhões de reais? Doze milhões de reais?
Nos últimos meses, a Gautama corrompia políticos e servidores públicos para ter acesso ao dinheiro do PAC. A meta era fazer obras modestas em áreas distantes. A Andrade Gutierrez pertence a outra categoria de empreiteira. Disputa todas as maiores verbas do PAC, dos 2,47 bilhões de reais para construir navios petroleiros aos 3,7 bilhões de reais destinados à usina hidrelétrica de Belo Monte. Dois dias antes de ser afastado do ministério, Silas Rondeau declarou: "O PAC está muito acima de um prefeito, de um assessor. O PAC é maior do que a navalha". Ele está certo. O PAC é infinitamente maior do que a Gautama. Maior e mais rico. Se uma empreiteira de fundo de quintal faz um estrago tão grande, subornando prefeitos do interior e assessores de ministros, imagine o que pode ocorrer nos maiores projetos. O PAC tem de parar imediatamente. O melhor caminho é decretar uma moratória das obras públicas, ao mesmo tempo em que o Congresso instala uma CPI e contrata uma auditoria independente para esquadrinhar os repasses do governo. É isso ou a Andrade Gutierrez aceita pagar para todos nós uma plástica no nariz
João Lima e Edinei Muniz vão concorrer nas eleições do Sinteac
Do site de notícias ac24horas.com
Os professores João Lima, diretor da Escola Jose Rodrigues Leite e Edinei Muniz, professor da biologia na mesma escola, encabeçam uma chapa visando a disputa da diretoria do Sindicato dos Trabalhadores em Educação.
Segundo eles, a situação do movimento sindical da educação é lamentável, dizem que a falta de identidade e de preocupações com os interesses da categoria, fez com a entidade se afastasse cada vez mais da luta dos trabalhadores. "Nossa chapa tem uma missão histórica, resgatar o sindicato da mão daqueles que o dilapidaram moralmente" diz João Lima, candidato a presidente.
Edinei Muniz, candidato a vice na chapa diz que irá realizar uma ampla discussão visando a mudança de rumos da entidade. "Temos proposta para fazer o Sinteac avançar. Portanto, faremos uma campanha de propostas. Agora, não deixaremos, em hipótese alguma de apontar os vícios que acabaram por deixar a entidade na situação que está. Seremos duros contra os pelegos, pode ter certeza" diz Edinei dando o tom da campanha da chapa.
Os professores João Lima, diretor da Escola Jose Rodrigues Leite e Edinei Muniz, professor da biologia na mesma escola, encabeçam uma chapa visando a disputa da diretoria do Sindicato dos Trabalhadores em Educação.
Segundo eles, a situação do movimento sindical da educação é lamentável, dizem que a falta de identidade e de preocupações com os interesses da categoria, fez com a entidade se afastasse cada vez mais da luta dos trabalhadores. "Nossa chapa tem uma missão histórica, resgatar o sindicato da mão daqueles que o dilapidaram moralmente" diz João Lima, candidato a presidente.
Edinei Muniz, candidato a vice na chapa diz que irá realizar uma ampla discussão visando a mudança de rumos da entidade. "Temos proposta para fazer o Sinteac avançar. Portanto, faremos uma campanha de propostas. Agora, não deixaremos, em hipótese alguma de apontar os vícios que acabaram por deixar a entidade na situação que está. Seremos duros contra os pelegos, pode ter certeza" diz Edinei dando o tom da campanha da chapa.
Novo termômetro da educação
Claudio de Moura Castro, colunista de Veja
Tipicamente, a ciência gera os avanços que se transformam em tecnologia. Mas há o caminho inverso, pois avanços tecnológicos podem permitir saltos na ciência. Com a tecnologia do microscópio, os micróbios passaram de conjectura a entes reais. O telescópio revelou astros invisíveis a olho nu. Na economia, o conceito de PIB engendrou novas análises. Mais adiante, veio o IDH, revelando o outro lado do desenvolvimento. Na educação, o Brasil acaba de ganhar um novo termômetro: o Ideb. Trata-se de um índice de excelência da educação, que permite novas análises.
O Ideb é um indicador engenhoso, que combina a velocidade de avanço dos alunos dentro da escola com o nível de rendimento nos testes da Prova Brasil. Foi calculado para a 4ª e a 8ª séries e para a última série do ensino médio. Quanto menos repetência, maior o índice. Quanto mais altos os escores na Prova Brasil, maior o índice. O Ideb premia municípios ou escolas cujos alunos aprendem mais e repetem menos. Portanto, se a escola aprovar quem não sabe, para reduzir a repetência, perderá nos escores de rendimento escolar. A que peneirar os melhores, com o objetivo de gerar escores superiores, terá mais repetência, puxando para baixo o índice.
Sem revirar tudo de pernas para o ar, o Ideb mostra algumas novidades. Consolida-se a liderança do Centro-Sul, premiando a continuidade das suas políticas educativas. Do Rio Grande até Minas Gerais, os resultados são sempre superiores. A surpresa é que nesse time acaba de entrar o Espírito Santo e sair o Rio de Janeiro. Depois de liderar por mais de dois séculos, o Rio afundou para o meio da distribuição, equiparando-se com o Acre, Sergipe e outros estados pobres. São Paulo é reabilitado pelo Ideb, aparecendo em 1º, 1º e 4º (na 4ª, 8ª e 11ª séries). Perdão para a sua tão vilipendiada política de promoção automática? Apesar de quinze estados terem maiores gastos per capita, a educação de Minas está entre as melhores. Ou seja, gastar bem vale mais do que gastar muito.
Vínhamos observando os avanços do Centro-Oeste. De fato, está bufando no cangote do Centro-Sul, apesar de sua recentíssima colonização. A grande surpresa são os novos estados e ex-territórios, sempre subestimados. Rapidamente subiram, mesclando-se com o Centro-Oeste. Com dezoito anos de idade, o Tocantins desponta em 6º lugar (na 8ª série), mostrando que é possível criar um sistema educativo adequado em tempo recorde. Bela lição. Querendo, educação melhor não é apenas para os netos.
Em contraste, os velhos Norte e Nordeste permanecem firmes na rabeira. Foram ultrapassados até pelos ex-territórios. No ensino médio, raspando na trave, escapam o Ceará e Sergipe. Alagoas e Amazonas carregam a lanterninha. E que surpresa ver Acre, Amapá e Roraima se descolarem do Norte e Nordeste. A maior vergonha é o Distrito Federal. Na 4ª série, vai bem (2º lugar). Mas, nos níveis seguintes, cai para 13º e 9º. Com custo por aluno de quatro vezes a média nacional, é inaceitável que a politicagem de Brasília tenha provocado tão lamentáveis conseqüências.
Nos municípios, o que mais chama atenção é ver a qualidade fugir das capitais. De fato, poucas estão acima da média nacional. Curitiba é a melhor capital. Contudo, há mais de 400 municípios com educação melhor. Recentemente, ouvi depoimentos de diretoras de escolas da periferia de uma grande capital. A conflagração urbana domina a agenda. Discorreram sobre todas as desgraceiras e falaram de tudo, menos de educação. Se educação de qualidade não está na agenda delas, como poderíamos querer que se materializasse? Nem por milagre.
As grandes estrelas são municípios pouco conhecidos. Quem ouviu falar de Trajano de Morais? Pois, pasmem, tem o melhor ensino fundamental do Brasil. Mas o quarto pior (Piraí) está também no estado do Rio. Barra do Chapéu, a melhor 4ª série do país, está no Vale do Ribeira, uma região pobre do estado de São Paulo. Ou seja, para ultrapassar o desempenho das capitais não é necessário mais do que prefeitos dedicados e o feijão-com-arroz bem-feito. Se o ensino de qualidade fosse tão caro, como poderia ocorrer em municípios pobres?
Claudio de Moura Castro é economista.
Comentário deste blog: O texto confirma argumentos de que o sempre confuso deputado comunista Moisés Diniz errou mais uma vez ao comemorar os resultados do Ideb para o Acre.
Tipicamente, a ciência gera os avanços que se transformam em tecnologia. Mas há o caminho inverso, pois avanços tecnológicos podem permitir saltos na ciência. Com a tecnologia do microscópio, os micróbios passaram de conjectura a entes reais. O telescópio revelou astros invisíveis a olho nu. Na economia, o conceito de PIB engendrou novas análises. Mais adiante, veio o IDH, revelando o outro lado do desenvolvimento. Na educação, o Brasil acaba de ganhar um novo termômetro: o Ideb. Trata-se de um índice de excelência da educação, que permite novas análises.
O Ideb é um indicador engenhoso, que combina a velocidade de avanço dos alunos dentro da escola com o nível de rendimento nos testes da Prova Brasil. Foi calculado para a 4ª e a 8ª séries e para a última série do ensino médio. Quanto menos repetência, maior o índice. Quanto mais altos os escores na Prova Brasil, maior o índice. O Ideb premia municípios ou escolas cujos alunos aprendem mais e repetem menos. Portanto, se a escola aprovar quem não sabe, para reduzir a repetência, perderá nos escores de rendimento escolar. A que peneirar os melhores, com o objetivo de gerar escores superiores, terá mais repetência, puxando para baixo o índice.
Sem revirar tudo de pernas para o ar, o Ideb mostra algumas novidades. Consolida-se a liderança do Centro-Sul, premiando a continuidade das suas políticas educativas. Do Rio Grande até Minas Gerais, os resultados são sempre superiores. A surpresa é que nesse time acaba de entrar o Espírito Santo e sair o Rio de Janeiro. Depois de liderar por mais de dois séculos, o Rio afundou para o meio da distribuição, equiparando-se com o Acre, Sergipe e outros estados pobres. São Paulo é reabilitado pelo Ideb, aparecendo em 1º, 1º e 4º (na 4ª, 8ª e 11ª séries). Perdão para a sua tão vilipendiada política de promoção automática? Apesar de quinze estados terem maiores gastos per capita, a educação de Minas está entre as melhores. Ou seja, gastar bem vale mais do que gastar muito.
Vínhamos observando os avanços do Centro-Oeste. De fato, está bufando no cangote do Centro-Sul, apesar de sua recentíssima colonização. A grande surpresa são os novos estados e ex-territórios, sempre subestimados. Rapidamente subiram, mesclando-se com o Centro-Oeste. Com dezoito anos de idade, o Tocantins desponta em 6º lugar (na 8ª série), mostrando que é possível criar um sistema educativo adequado em tempo recorde. Bela lição. Querendo, educação melhor não é apenas para os netos.
Em contraste, os velhos Norte e Nordeste permanecem firmes na rabeira. Foram ultrapassados até pelos ex-territórios. No ensino médio, raspando na trave, escapam o Ceará e Sergipe. Alagoas e Amazonas carregam a lanterninha. E que surpresa ver Acre, Amapá e Roraima se descolarem do Norte e Nordeste. A maior vergonha é o Distrito Federal. Na 4ª série, vai bem (2º lugar). Mas, nos níveis seguintes, cai para 13º e 9º. Com custo por aluno de quatro vezes a média nacional, é inaceitável que a politicagem de Brasília tenha provocado tão lamentáveis conseqüências.
Nos municípios, o que mais chama atenção é ver a qualidade fugir das capitais. De fato, poucas estão acima da média nacional. Curitiba é a melhor capital. Contudo, há mais de 400 municípios com educação melhor. Recentemente, ouvi depoimentos de diretoras de escolas da periferia de uma grande capital. A conflagração urbana domina a agenda. Discorreram sobre todas as desgraceiras e falaram de tudo, menos de educação. Se educação de qualidade não está na agenda delas, como poderíamos querer que se materializasse? Nem por milagre.
As grandes estrelas são municípios pouco conhecidos. Quem ouviu falar de Trajano de Morais? Pois, pasmem, tem o melhor ensino fundamental do Brasil. Mas o quarto pior (Piraí) está também no estado do Rio. Barra do Chapéu, a melhor 4ª série do país, está no Vale do Ribeira, uma região pobre do estado de São Paulo. Ou seja, para ultrapassar o desempenho das capitais não é necessário mais do que prefeitos dedicados e o feijão-com-arroz bem-feito. Se o ensino de qualidade fosse tão caro, como poderia ocorrer em municípios pobres?
Claudio de Moura Castro é economista.
Comentário deste blog: O texto confirma argumentos de que o sempre confuso deputado comunista Moisés Diniz errou mais uma vez ao comemorar os resultados do Ideb para o Acre.
Pelega
Do blog do professor Ednei Muniz
Almerinda Cunha, inimiga número 1 dos trabalhadores em educação, prepara mais um ‘esquema’ para continuar iludindo a boa-fé dos trabalhadores em educação. Articula, com apoio do governo, um forte esquema para manter o Sinteac no cabresto. Na cabeça, Manuel Lima, o suspeito presidente da CUT/Acre.
Almerinda Cunha, inimiga número 1 dos trabalhadores em educação, prepara mais um ‘esquema’ para continuar iludindo a boa-fé dos trabalhadores em educação. Articula, com apoio do governo, um forte esquema para manter o Sinteac no cabresto. Na cabeça, Manuel Lima, o suspeito presidente da CUT/Acre.
quarta-feira, 23 de maio de 2007
Frase
"As pessoas transformam-se em máquinas de ganhar dinheiro. Ou de tentar ganhar dinheiro”.
José Saramago, maior escritor vivo da língua portuguesa, no Jornal da Globo de ontem.
José Saramago, maior escritor vivo da língua portuguesa, no Jornal da Globo de ontem.
terça-feira, 22 de maio de 2007
Detran firma contrato de R$ 3,7 milhões com empresa para cuidar de pouco mais de 5 radares
Roberto Vaz, do site de notícias ac24horas.com
O Diário Oficial do Estado traz em sua edição de hoje o resumo do contrato que o Departamento Estadual de Trânsito assinou com a empresa Elizeu Kopp e Cia Ltda. O Governo do Acre vai desembolsar mensalmente para manter funcionando os pouco mais de cinco radares espalhados pela capital a importância de R$ 308.977,37, o que gera um custo anual de mais de R$ 3,7 milhões.
Só para manter o pagamento do radar em dia o Detran precisará multar, por dia, cerca de 110 carros ou 3,4 mil veículos ao mês nas infrações mais leves, que hoje gira em torno de R$ 90 reais.
Segundo o extrato do contrato publicado no DO, o termo de aditivo com a firma Elizeu Kopp e Cia Ltda garante terá validade de 12 meses, a contar de 1º de abril deste ano.
Procurado pela reportagem de ac24horas para justificar o contrato assinado pelo órgão, o diretor do Detran Acre, Francisco Cesário não foi encontrado no seu local de trabalho. A sua secretária de nome Mônica informou que ele havia saído para uma reunião e depois retornaria a ligação, o que acabou não acontecendo.
O deputado Luiz Calixto (PDT/AC) informou na manhã desta terça-feira que vai pedir para a Assembléia Legislativa do Acre instale uma CPI para apurar as denúncias que envolvem a administração de Francisco Cesário no Detran.
O assessor de comunicação do governo, jornalista Itaã Arruda, informou à reportagem de ac24horas que são cinco radares estáticos e sete fixos e que o processo para realização do aditivo por mais 12 meses "foi feito de forma muito meticulosa". Segundo Itaã, o diretor do Detran, Francisco Cesário demorou três meses para concluir o estudo e que foram feitas consultas em outros estados e comparação de preço com outras empresas. Sobre a ausência do diretor no seu local de trabalho, o assessor justificou que ele não estava no local de trabalho porque foi convocado para reunião no Deracre.
Comentário deste blog: A meticulosidade no serviço público custa caro demais à patuléia.
O Diário Oficial do Estado traz em sua edição de hoje o resumo do contrato que o Departamento Estadual de Trânsito assinou com a empresa Elizeu Kopp e Cia Ltda. O Governo do Acre vai desembolsar mensalmente para manter funcionando os pouco mais de cinco radares espalhados pela capital a importância de R$ 308.977,37, o que gera um custo anual de mais de R$ 3,7 milhões.
Só para manter o pagamento do radar em dia o Detran precisará multar, por dia, cerca de 110 carros ou 3,4 mil veículos ao mês nas infrações mais leves, que hoje gira em torno de R$ 90 reais.
Segundo o extrato do contrato publicado no DO, o termo de aditivo com a firma Elizeu Kopp e Cia Ltda garante terá validade de 12 meses, a contar de 1º de abril deste ano.
Procurado pela reportagem de ac24horas para justificar o contrato assinado pelo órgão, o diretor do Detran Acre, Francisco Cesário não foi encontrado no seu local de trabalho. A sua secretária de nome Mônica informou que ele havia saído para uma reunião e depois retornaria a ligação, o que acabou não acontecendo.
O deputado Luiz Calixto (PDT/AC) informou na manhã desta terça-feira que vai pedir para a Assembléia Legislativa do Acre instale uma CPI para apurar as denúncias que envolvem a administração de Francisco Cesário no Detran.
O assessor de comunicação do governo, jornalista Itaã Arruda, informou à reportagem de ac24horas que são cinco radares estáticos e sete fixos e que o processo para realização do aditivo por mais 12 meses "foi feito de forma muito meticulosa". Segundo Itaã, o diretor do Detran, Francisco Cesário demorou três meses para concluir o estudo e que foram feitas consultas em outros estados e comparação de preço com outras empresas. Sobre a ausência do diretor no seu local de trabalho, o assessor justificou que ele não estava no local de trabalho porque foi convocado para reunião no Deracre.
Comentário deste blog: A meticulosidade no serviço público custa caro demais à patuléia.
E Rondeau afinal "rodou"
O ministro das Minas e Energia, Silas Rondeau, pediu demissão do cargo agora à noite. Já não era sem tempo. Os padrinhos políticos já pediam que o ministro se afastasse. Acuado, ele atendeu.
Leia mais em O Globo.
Leia mais em O Globo.
Lula adia para a noite decisão sobre ministro
Do site de notícias G1
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu-se por cerca de uma hora com o ministro das Minas e Energia, Silas Rondeau, mas ainda não tomou uma decisão sobre a demissão. A definição é esperada ainda para esta terça-feira (22) após uma nova conversa, prevista para a noite.
Lula teve de interromper a reunião, da qual participavam também os ministros Dilma Rousseff (Casa Civil) e Tarso Genro (Justiça), por conta de atrasos na agenda oficial.
Silas Rondeau fica no Palácio do Planalto e não volta para o Ministério, a fim de aguardar o novo encontro, segundo fontes do Palácio do Planalto.
Leia mais aqui.
Comentário deste blog: Lula se acostumou às denúncias de corrupção. Somada a isso, sua conhecida pachorra em tomar decisões talvez adie mais essa para depois do Natal. De 2008.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu-se por cerca de uma hora com o ministro das Minas e Energia, Silas Rondeau, mas ainda não tomou uma decisão sobre a demissão. A definição é esperada ainda para esta terça-feira (22) após uma nova conversa, prevista para a noite.
Lula teve de interromper a reunião, da qual participavam também os ministros Dilma Rousseff (Casa Civil) e Tarso Genro (Justiça), por conta de atrasos na agenda oficial.
Silas Rondeau fica no Palácio do Planalto e não volta para o Ministério, a fim de aguardar o novo encontro, segundo fontes do Palácio do Planalto.
Leia mais aqui.
Comentário deste blog: Lula se acostumou às denúncias de corrupção. Somada a isso, sua conhecida pachorra em tomar decisões talvez adie mais essa para depois do Natal. De 2008.
Donald quer informações sobre salários pagos aos procuradores
O líder do PSDB na Assembléia Legislativa, deputado Donald Fernandes, apresentou há pouco requerimento ao secretário do Servidor e Gestão Pública, Clovis Alves de Melo, pedindo informações sobre o pagamento dos procuradores do estado do Acre. Donald afirmou ter recebido denúncia de que há irregularidades nos contras-cheques dos procuradores, que estariam recebendo teto acima do permitido pela lei pela incorporação de benefícios indevidos.
“Não quero fazer denúncia vazia, por isso solicito as informações do governo e adianto que manterei sigilo sobre a fonte que me passou as informações”, disse o tucano.
Ele qualificou de “agressivas” as declarações do ex-procurador Edson Manchini em resposta ao que foi antecipado pelo deputado em matéria veiculada no ac24horas.com.
“Não vejo porque isso pode me comprometer. Se o deputado quer uma briga ele vai ter. Mas é bom que esteja ciente do que está dizendo sob pena de pagar caro por inverdades que possa cometer”, reagiu na ocasião o ex-procurador.
Manchini admitiu que alguns procuradores podem alcançar valores superiores a R$ 22 mil, se juntados salários, gratificações e outros benefícios.
Defesa e contra-ataque
O deputado Taumaturgo Filho (PT) defendeu os procuradores estaduais. Ele disse que todos os benefícios pagos a eles têm como base a legislação brasileira e estadual.
Em resposta, o deputado Luiz Calixto (PDT) afirmou que leis aprovadas na Assembléia Legislativa, como a que equipara o anuênio dos procuradores aos dos demais servidores do estado, continuam a ser descumpridas pelos procuradores.
“Não quero fazer denúncia vazia, por isso solicito as informações do governo e adianto que manterei sigilo sobre a fonte que me passou as informações”, disse o tucano.
Ele qualificou de “agressivas” as declarações do ex-procurador Edson Manchini em resposta ao que foi antecipado pelo deputado em matéria veiculada no ac24horas.com.
“Não vejo porque isso pode me comprometer. Se o deputado quer uma briga ele vai ter. Mas é bom que esteja ciente do que está dizendo sob pena de pagar caro por inverdades que possa cometer”, reagiu na ocasião o ex-procurador.
Manchini admitiu que alguns procuradores podem alcançar valores superiores a R$ 22 mil, se juntados salários, gratificações e outros benefícios.
Defesa e contra-ataque
O deputado Taumaturgo Filho (PT) defendeu os procuradores estaduais. Ele disse que todos os benefícios pagos a eles têm como base a legislação brasileira e estadual.
Em resposta, o deputado Luiz Calixto (PDT) afirmou que leis aprovadas na Assembléia Legislativa, como a que equipara o anuênio dos procuradores aos dos demais servidores do estado, continuam a ser descumpridas pelos procuradores.
segunda-feira, 21 de maio de 2007
Fruet critica CPI do Apagão Aéreo
"A Câmara da não-decisão está criando a CPI da não-investigação." A afirmação é do deputado Gustavo Fruet (PR), ao fim da primeira semana de trabalho da CPI do Apagão Aéreo, marcada por manobras da base governista para evitar o aprofundamento das investigações. Além da derrubada de requerimentos apresentados pela oposição, Fruet denuncia a falta de assessoria técnica à CPI, o desinteresse pela requisição de documentos essenciais à apuração e até mesmo a intenção de membros governistas de evitar a transmissão das sessões da comissão pela TV Câmara.
Na primeira semana de sessões deliberativas, o comando da CPI não permitiu que fosse colocado em pauta requerimento de Fruet pedindo ao Tribunal de Contas da União documentos sobre auditorias envolvendo o sistema aeroportuário. "Até agora não temos documentos, a não ser o relatório da Polícia Federal sobre o acidente com o avião da Gol, que é público", critica o deputado. "Enquanto a CPI da Câmara decide se vai pedir documentos, a do Senado já solicitou audiência ao presidente do TCU", compara.
Na quinta-feira, o presidente da comissão, deputado Marcelo Castro, encerrou a sessão na qual eram tomados os depoimentos do chefe da comissão da Aeronáutica que investiga o acidente entre o avião da Gol e o jato Legacy, coronel Rufino Ferreira, e do chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes (Cenipa), brigadeiro Jorge Kersul, em razão do início da ordem do dia no plenário. Apenas dois deputados haviam feito perguntas a Kersul.
"Em dias de votação, raramente depoimentos são marcados antes da ordem do dia, que é previsível", diz Gustavo Fruet, que vai apresentar requerimento para que os horários de depoimentos sejam a alterados. "Do contrário, vamos pedir a convocação de sessões extraordinárias", adianta.
O deputado - que já integrou outras duas CPIs (a do Proer e a dos Correios) - diz também que esta é a primeira comissão a não contar com uma assessoria técnica. "Desde o início insistimos para que fosse requisitada assessoria de técnicos do TCU, mas o comando da CPI não fez essa solicitação. A menos que o relator esteja montando sua equipe", afirma Fruet.
Para o deputado, também falta transparência à CPI. "Pela primeira vez numa CPI vi a base do governo pedir para que a TV Câmara não transmitisse a sessão", afirma. De acordo com Fruet, o regimento interno prevê a realização de sessões reservadas, mas isso pressupõe a exclusão também de outros veículos de comunicação, o que não ocorreu.
Para o deputado paranaense, o desempenho da CPI até agora reforça os problemas do Legislativo denunciados por ele durante a campanha para a presidência da Câmara, em janeiro, representando a chamada Terceira Via. "Na época, dissemos que esta é a Câmara da não-decisão, em função da sujeição da pauta ao grande número de Medidas Provisórias enviadas pelo governo. Agora, temos a CPI da não-investigação", afirma Fruet.
De acordo com o deputado, até segunda-feira os representantes da oposição na CPI do Apagão Aéreo irão apresentar cerca de 100 requerimentos, solicitando uma série de documentos e convocação de depoentes. "Queremos saber, entre outras coisas, quais os gastos do sistema aeroportuário nos últimos anos, os cortes orçamentários e os detalhes sobre contratações de controladores de vôo", informa.
Fonte: www.psdb.org.br
Na primeira semana de sessões deliberativas, o comando da CPI não permitiu que fosse colocado em pauta requerimento de Fruet pedindo ao Tribunal de Contas da União documentos sobre auditorias envolvendo o sistema aeroportuário. "Até agora não temos documentos, a não ser o relatório da Polícia Federal sobre o acidente com o avião da Gol, que é público", critica o deputado. "Enquanto a CPI da Câmara decide se vai pedir documentos, a do Senado já solicitou audiência ao presidente do TCU", compara.
Na quinta-feira, o presidente da comissão, deputado Marcelo Castro, encerrou a sessão na qual eram tomados os depoimentos do chefe da comissão da Aeronáutica que investiga o acidente entre o avião da Gol e o jato Legacy, coronel Rufino Ferreira, e do chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes (Cenipa), brigadeiro Jorge Kersul, em razão do início da ordem do dia no plenário. Apenas dois deputados haviam feito perguntas a Kersul.
"Em dias de votação, raramente depoimentos são marcados antes da ordem do dia, que é previsível", diz Gustavo Fruet, que vai apresentar requerimento para que os horários de depoimentos sejam a alterados. "Do contrário, vamos pedir a convocação de sessões extraordinárias", adianta.
O deputado - que já integrou outras duas CPIs (a do Proer e a dos Correios) - diz também que esta é a primeira comissão a não contar com uma assessoria técnica. "Desde o início insistimos para que fosse requisitada assessoria de técnicos do TCU, mas o comando da CPI não fez essa solicitação. A menos que o relator esteja montando sua equipe", afirma Fruet.
Para o deputado, também falta transparência à CPI. "Pela primeira vez numa CPI vi a base do governo pedir para que a TV Câmara não transmitisse a sessão", afirma. De acordo com Fruet, o regimento interno prevê a realização de sessões reservadas, mas isso pressupõe a exclusão também de outros veículos de comunicação, o que não ocorreu.
Para o deputado paranaense, o desempenho da CPI até agora reforça os problemas do Legislativo denunciados por ele durante a campanha para a presidência da Câmara, em janeiro, representando a chamada Terceira Via. "Na época, dissemos que esta é a Câmara da não-decisão, em função da sujeição da pauta ao grande número de Medidas Provisórias enviadas pelo governo. Agora, temos a CPI da não-investigação", afirma Fruet.
De acordo com o deputado, até segunda-feira os representantes da oposição na CPI do Apagão Aéreo irão apresentar cerca de 100 requerimentos, solicitando uma série de documentos e convocação de depoentes. "Queremos saber, entre outras coisas, quais os gastos do sistema aeroportuário nos últimos anos, os cortes orçamentários e os detalhes sobre contratações de controladores de vôo", informa.
Fonte: www.psdb.org.br
domingo, 20 de maio de 2007
sábado, 19 de maio de 2007
Rumo ao chavismo
Diogo Mainardi, de Veja
Acusei Lula de reintroduzir a censura prévia no Brasil. Eu sei que ninguém mais se incomoda com ele. Eu sei que o antilulismo ficou datado. Mas Lula tem um plano de longo prazo. O risco é termos de aturar o lulismo para sempre.
A censura prévia está sendo reintroduzida por meio da Portaria 264. O artigo 4° determina que os programas de TV, antes de ir ao ar, devem ser vistoriados e autorizados pelo Ministério da Justiça. Mas há algo ainda pior do que isso. Algo que espantosamente parece ter passado despercebido. O artigo 5° da mesma portaria estabelece as bases para a censura dos programas jornalísticos. Trata-se do maior atentado de Lula à liberdade de informação. Se no futuro ele quiser censurar o Jornal Nacional ou o Fantástico, a Portaria 264 lhe dará o instrumento legal.
É melhor ir aos poucos, de frase em frase, para que o AI-5 lulista fique bem caracterizado. O artigo 5° estipula que os programas jornalísticos estão isentos da classificação indicativa. As emissoras de TV não terão de pedir autorização prévia do governo para transmitir seus noticiários, contrariamente ao que acontecerá com os programas de entretenimento. Até aí tudo certo. O autoritarismo do governo só se manifesta mais adiante, no parágrafo 2°, que diz: "A não atribuição de classificação indicativa aos programas de que trata este artigo" -- e, repito, o artigo 5° inclui os programas jornalísticos -- "não isenta o responsável pelos abusos cometidos, cabendo ao Departamento de Justiça e Classificação encaminhar seu parecer aos órgãos competentes".
O significado desse parágrafo é claro: os telejornais estão livres da classificação indicativa, mas terão de se submeter às mesmas regras censórias dos demais programas. Como nos tempos da ditadura militar, o noticiário será fiscalizado e eventualmente punido pelo governo. Quando se trata de Lula, eu sempre penso o pior. Se os telejornais sofrerem as mesmas restrições dos outros programas, como manda o artigo 5° da Portaria 264, a criminalidade, que todas as pesquisas apontam como o maior problema do país, será devidamente acobertada. Em caso de tiroteio numa favela, o Jornal Nacional só poderá mostrar aquilo que uma criança de 6 anos está apta a ver. Lula quer que a TV apresente uma realidade edulcorada, em que a violência não apareça em toda a sua brutalidade. O ideal lulista é um noticiário infantilizado, para menores de idade. Não podendo impedir o derramamento de sangue causado pelos criminosos, Lula impedirá que a TV mostre todo esse sangue.
O diretor do Departamento de Justiça e Classificação, José Eduardo Romão, é o grande defensor da Portaria 264. Na semana passada, irritado com as emissoras de TV, ele ameaçou "mudar o nível" do ataque do governo. Declarou numa entrevista que, a partir de agora, "passará a discutir a questão das concessões de rádio e televisão". As emissoras, segundo ele, falam "como se fossem indivíduos privados titulares de direitos à liberdade de expressão, mas não o são. São titulares de concessões dadas pelo estado brasileiro". Isso mesmo: o Ministério da Justiça lulista está dizendo que a liberdade de expressão não se aplica às TVs. É um passo seguro rumo ao chavismo.
Acusei Lula de reintroduzir a censura prévia no Brasil. Eu sei que ninguém mais se incomoda com ele. Eu sei que o antilulismo ficou datado. Mas Lula tem um plano de longo prazo. O risco é termos de aturar o lulismo para sempre.
A censura prévia está sendo reintroduzida por meio da Portaria 264. O artigo 4° determina que os programas de TV, antes de ir ao ar, devem ser vistoriados e autorizados pelo Ministério da Justiça. Mas há algo ainda pior do que isso. Algo que espantosamente parece ter passado despercebido. O artigo 5° da mesma portaria estabelece as bases para a censura dos programas jornalísticos. Trata-se do maior atentado de Lula à liberdade de informação. Se no futuro ele quiser censurar o Jornal Nacional ou o Fantástico, a Portaria 264 lhe dará o instrumento legal.
É melhor ir aos poucos, de frase em frase, para que o AI-5 lulista fique bem caracterizado. O artigo 5° estipula que os programas jornalísticos estão isentos da classificação indicativa. As emissoras de TV não terão de pedir autorização prévia do governo para transmitir seus noticiários, contrariamente ao que acontecerá com os programas de entretenimento. Até aí tudo certo. O autoritarismo do governo só se manifesta mais adiante, no parágrafo 2°, que diz: "A não atribuição de classificação indicativa aos programas de que trata este artigo" -- e, repito, o artigo 5° inclui os programas jornalísticos -- "não isenta o responsável pelos abusos cometidos, cabendo ao Departamento de Justiça e Classificação encaminhar seu parecer aos órgãos competentes".
O significado desse parágrafo é claro: os telejornais estão livres da classificação indicativa, mas terão de se submeter às mesmas regras censórias dos demais programas. Como nos tempos da ditadura militar, o noticiário será fiscalizado e eventualmente punido pelo governo. Quando se trata de Lula, eu sempre penso o pior. Se os telejornais sofrerem as mesmas restrições dos outros programas, como manda o artigo 5° da Portaria 264, a criminalidade, que todas as pesquisas apontam como o maior problema do país, será devidamente acobertada. Em caso de tiroteio numa favela, o Jornal Nacional só poderá mostrar aquilo que uma criança de 6 anos está apta a ver. Lula quer que a TV apresente uma realidade edulcorada, em que a violência não apareça em toda a sua brutalidade. O ideal lulista é um noticiário infantilizado, para menores de idade. Não podendo impedir o derramamento de sangue causado pelos criminosos, Lula impedirá que a TV mostre todo esse sangue.
O diretor do Departamento de Justiça e Classificação, José Eduardo Romão, é o grande defensor da Portaria 264. Na semana passada, irritado com as emissoras de TV, ele ameaçou "mudar o nível" do ataque do governo. Declarou numa entrevista que, a partir de agora, "passará a discutir a questão das concessões de rádio e televisão". As emissoras, segundo ele, falam "como se fossem indivíduos privados titulares de direitos à liberdade de expressão, mas não o são. São titulares de concessões dadas pelo estado brasileiro". Isso mesmo: o Ministério da Justiça lulista está dizendo que a liberdade de expressão não se aplica às TVs. É um passo seguro rumo ao chavismo.
sexta-feira, 18 de maio de 2007
Deu no ac24horas.com
Deputado Donald Fernandes quer investigação sobre possíveis pagamentos irregulares na PGE
O deputado Donald Fernandes (PSDB) promete para a próxima terça-feira um pronunciamento bombástico que pode complicar a vida do ex-procurador chefe da Procuradoria Geral do Estado do Acre – PGE/Ac -, Edson Manchini, que hoje ocupa a chefia do gabinete civil de Binho Marques.
A denúncia, segundo o deputado, é de grandes proporções. "Fui informado que existem procuradores do estado recebendo salários de mais de R$ 24.000,00, acima do teto do funcionalismo público e, bem maior do que o salário do governador, que foi reduzido recentemente para pouco mais de R$ 18 mil", revelou o deputado sem querer citar nomes, uma vez que solicitará do órgão informações concretas sobre o caso.
No documento que enviará a Procuradoria Geral do Estado, o deputado questionará, também, possíveis irregularidades no pagamento de gratificações e outras vantagens, segundo ele "ao arrepio da lei."
Além disso, revela o líder do PSDB na Aleac, que há indícios de que alguns procuradores gozam férias de 60 dias e recebem gratificações de doutoramento sem ser portador do respectivo título.
Procurado pela reportagem de ac24horas.com, o Dr. Edson Manchini não confirmou, mas também não desmentiu algumas das supostas irregularidades, preferindo afirmar que "tudo que fez em benefício dos procuradores quando dirigiu a PGE, foi de acordo com a lei".
Mesmo desmentindo que o salário de um procurador possa ultrapassar a casa dos R$ 24 mil, ao afirmar que o cargo paga R$ 9.100,00 para um procurador em início de carreira e pouco mais de R$ 11 mil para o último nível, Manchini deixa escapar que alguns procuradores podem alcançar valores superiores a R$ 22 mil, se juntados salários, gratificações e outros benefícios.
"Não vejo porque isso pode me comprometer. Se o deputado quer uma briga ele vai ter. Mas é bom que esteja ciente do que está dizendo sob pena de pagar caro por inverdades que possa cometer", reagiu o Dr. Manchini ao referir-se (em tom ameaçador) às pretensões do líder tucano.
Na suposição do ex-dirigente da PGE, essas denúncias estão vindo a público pelas mãos de alguns defensores públicos que pleiteiam judicialmente revisão constitucional de algumas vantagens hoje oferecidas aos procuradores. E para fechar seu ponto de vista sobre suas suposições das denúncias chegadas ao deputado, ele disparou: "os defensores deveriam está preocupados em defender a população ao invés de comparar salários".
E continuou o seu ponto de vista com relação ao assunto dizendo que "quem conhece a legislação sabe que a Lei Complementar 45 em seu art. 41, garante a legalidade de todas as vantagens auferidas pelos procuradores. É uma pena que o deputado não se preocupe em se informar sobre essas vantagens", criticou Manchini.
Ao finalizar Edson Manchini disse que quando foi procurador chefe da PGE não tinha poderes para incluir valores extras em contracheques de qualquer servidor, uma vez que a folha de pagamento é feita através de um programa de computador conhecido como Safira, administrado pela Secretaria do Servidor e Gestão Pública.
Roberto Vaz - redação ac24horas.com
Rio Branco, Acre
O deputado Donald Fernandes (PSDB) promete para a próxima terça-feira um pronunciamento bombástico que pode complicar a vida do ex-procurador chefe da Procuradoria Geral do Estado do Acre – PGE/Ac -, Edson Manchini, que hoje ocupa a chefia do gabinete civil de Binho Marques.
A denúncia, segundo o deputado, é de grandes proporções. "Fui informado que existem procuradores do estado recebendo salários de mais de R$ 24.000,00, acima do teto do funcionalismo público e, bem maior do que o salário do governador, que foi reduzido recentemente para pouco mais de R$ 18 mil", revelou o deputado sem querer citar nomes, uma vez que solicitará do órgão informações concretas sobre o caso.
No documento que enviará a Procuradoria Geral do Estado, o deputado questionará, também, possíveis irregularidades no pagamento de gratificações e outras vantagens, segundo ele "ao arrepio da lei."
Além disso, revela o líder do PSDB na Aleac, que há indícios de que alguns procuradores gozam férias de 60 dias e recebem gratificações de doutoramento sem ser portador do respectivo título.
Procurado pela reportagem de ac24horas.com, o Dr. Edson Manchini não confirmou, mas também não desmentiu algumas das supostas irregularidades, preferindo afirmar que "tudo que fez em benefício dos procuradores quando dirigiu a PGE, foi de acordo com a lei".
Mesmo desmentindo que o salário de um procurador possa ultrapassar a casa dos R$ 24 mil, ao afirmar que o cargo paga R$ 9.100,00 para um procurador em início de carreira e pouco mais de R$ 11 mil para o último nível, Manchini deixa escapar que alguns procuradores podem alcançar valores superiores a R$ 22 mil, se juntados salários, gratificações e outros benefícios.
"Não vejo porque isso pode me comprometer. Se o deputado quer uma briga ele vai ter. Mas é bom que esteja ciente do que está dizendo sob pena de pagar caro por inverdades que possa cometer", reagiu o Dr. Manchini ao referir-se (em tom ameaçador) às pretensões do líder tucano.
Na suposição do ex-dirigente da PGE, essas denúncias estão vindo a público pelas mãos de alguns defensores públicos que pleiteiam judicialmente revisão constitucional de algumas vantagens hoje oferecidas aos procuradores. E para fechar seu ponto de vista sobre suas suposições das denúncias chegadas ao deputado, ele disparou: "os defensores deveriam está preocupados em defender a população ao invés de comparar salários".
E continuou o seu ponto de vista com relação ao assunto dizendo que "quem conhece a legislação sabe que a Lei Complementar 45 em seu art. 41, garante a legalidade de todas as vantagens auferidas pelos procuradores. É uma pena que o deputado não se preocupe em se informar sobre essas vantagens", criticou Manchini.
Ao finalizar Edson Manchini disse que quando foi procurador chefe da PGE não tinha poderes para incluir valores extras em contracheques de qualquer servidor, uma vez que a folha de pagamento é feita através de um programa de computador conhecido como Safira, administrado pela Secretaria do Servidor e Gestão Pública.
Roberto Vaz - redação ac24horas.com
Rio Branco, Acre
Tião "Petróleo" Viana vai comandar CPI
A CPI do Apagão Aéreo vai ser comandada por uma coleguinha de Lula. Trata-se do senador Tião Viana, defensor da prospecção de petróleo e gás natural no Acre. Tá bom, admito que a notícia é velha para a Internet, mas é fresquinha para os diários. Assim é que os jornais de hoje trazem na capa o anúnico de que Tião vai presidir a CPI da Pizza Pronta.
Mas a notícia que ora se comemora pode ter um revés profundo, pois o perigo da egolatria que ataca alguns de nossos políticos (entre eles os irmãos Viana, que são atraídos pelos holofotes como os insetos pela luz) é que nem sempre o estardalhaço que fazem agora em torno de um tema vai ser positivamente repercutido amanhã. O caso do petróleo é um exemplo. Repetido ad nauseam pela assessoria do senador para abafar a denúncia de que o suplente Anibal Diniz recebeu do governo no período em que teria de ter se desincompatibilizado do cargo de secretário de Comunicação, a emenda ficou pior que o soneto. A resistência criada em torno da prospecção foi tanta, inclusive dentro do próprio governo, que o senador precisou acionar os quatro jornalistas que mantém em sua assessoria para responder aos "ataques" (aqui se delineia outro aspecto de sua personalidade, já que qualquer discordância, por mínima e coerente que seja, acaba por virar declaração de guerra a quem ousa discordar). Como a CPI vai acabar em pizza e a imprensa mais uma vez não vai perdoar os companheiros, há grande possibilidade de Tião Viana sair uma vez mais chamuscado do episódio, como aconteceu quando recorreu ao STF para impedir o depoimento do caseiro Francenildo Costa - lembram-se dele, coitado? Ainda que o cargo de presidente seja o segundo mais importante de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, já que a estrela é sempre o relator.
A matéria do Página 20 começa dizendo que "Nunca um presidente de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado foi tão cumprimentado e respaldado politicamente como foi ontem o senador Tião Viana (PT-AC), ao ser eleito por unanimidade para presidir a CPI instalada pela chamada Câmara Alta do país para investigar as causas dos sucessivos apagões aéreos ocorridos no Brasil". Argh!
Não precisa ser adivinho para prever que a CPI vai dar em nada. O Congresso vai se desmoralizar um pouco mais, e com a ajuda dos companheiros baterá no fundo do poço. Com ou sem petróleo.
Mas a notícia que ora se comemora pode ter um revés profundo, pois o perigo da egolatria que ataca alguns de nossos políticos (entre eles os irmãos Viana, que são atraídos pelos holofotes como os insetos pela luz) é que nem sempre o estardalhaço que fazem agora em torno de um tema vai ser positivamente repercutido amanhã. O caso do petróleo é um exemplo. Repetido ad nauseam pela assessoria do senador para abafar a denúncia de que o suplente Anibal Diniz recebeu do governo no período em que teria de ter se desincompatibilizado do cargo de secretário de Comunicação, a emenda ficou pior que o soneto. A resistência criada em torno da prospecção foi tanta, inclusive dentro do próprio governo, que o senador precisou acionar os quatro jornalistas que mantém em sua assessoria para responder aos "ataques" (aqui se delineia outro aspecto de sua personalidade, já que qualquer discordância, por mínima e coerente que seja, acaba por virar declaração de guerra a quem ousa discordar). Como a CPI vai acabar em pizza e a imprensa mais uma vez não vai perdoar os companheiros, há grande possibilidade de Tião Viana sair uma vez mais chamuscado do episódio, como aconteceu quando recorreu ao STF para impedir o depoimento do caseiro Francenildo Costa - lembram-se dele, coitado? Ainda que o cargo de presidente seja o segundo mais importante de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, já que a estrela é sempre o relator.
A matéria do Página 20 começa dizendo que "Nunca um presidente de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado foi tão cumprimentado e respaldado politicamente como foi ontem o senador Tião Viana (PT-AC), ao ser eleito por unanimidade para presidir a CPI instalada pela chamada Câmara Alta do país para investigar as causas dos sucessivos apagões aéreos ocorridos no Brasil". Argh!
Não precisa ser adivinho para prever que a CPI vai dar em nada. O Congresso vai se desmoralizar um pouco mais, e com a ajuda dos companheiros baterá no fundo do poço. Com ou sem petróleo.
quinta-feira, 17 de maio de 2007
Lição de confusa parcialidade
Interesante a lógica do Apedeuta. O Sinteac não presta, não tem identidade porque faz uma greve "inoportuna" contra o governo do PT. O Sinteac de Xapuri não presta, não tem identidade porque não ousa deflagrar greve contra a prefeitura. Se estudasse um pouco de lógica elementar, ramo da filosofia criado por Aristóteles, o Apedeuta perceberia a confusão dos elementos em seus raciocínios tortuosos. Alguém precisa avisar ao rapaz que não adianta escrever longos e indignados textos se eles contêm partes desiguais que comprometem o todo.
Eu já não ligo para esses deslizes. Mas tem gente que repara.
Veja por si mesmo em "Balaio de Gatos".
Eu já não ligo para esses deslizes. Mas tem gente que repara.
Veja por si mesmo em "Balaio de Gatos".
Pequeno trecho de "Amazônia dos Brabos"
O livro está pronto e em breve poderá ser lido por alguns. Ele conta a história de João Gabriel de Carvalho e Mello, desbravador do Acre, entremeada por episódios que trouxeram para cá Luiz Galvez e empurraram Plácido de Castro para a guerra contra a Bolívia. É claro que romanceei uns fatos, assim como me mantive fiel a outros.
Não pretendo ganhar o Nobel de Literatura, mas o escrevi e o reescrevi duas vezes como se fosse concorrer ao prêmio. O livro ficou pronto antes da minissérie "Amazônia", de Glória Perez, o que não lhe confere mérito algum. Enviei os originais a algumas editoras, que o recusaram. Não os reenviei a elas após a exibição da Globo. Talvez o faça agora com a obra pronta, o selo do Senado Federal no frontispício. Sou grato so senador Geraldo Mesquita Júnior pela iniciativa. Ele tem usado a cota de suas publicações para nos enriquecer com obras importantes, entre as quais espero vá figurar meu romance. Quem decidirá isso serão meus futuros leitores.
Longa introdução para um trecho breve. Mas ainda resta dizer que João Gabriel de Carvalho e Mello foi um homem de coragem e muita fibra. Passou mais de vinte anos dentro do seringal Tauariá, no Amazonas, antes de regressar a Uruburetama (CE), sua terra natal. A seca de 1877 o mandaria de volta à floresta, dessa vez mais longe do Amazonas, para fundar o seringal Anajás, em 88. As terras pertenciam à Bolívia. No rastro de João Gabriel, vieram outros e mais outros, que deram origem ao bravo povo acreano e desencadearam os conflitos armados contra nossos hermanos. A tenacidade do desbravador me comoveu quando li "Formação Histórica do Acre", de Leandro Tocantins. Vislumbro em muitos acreanos a firmeza de caráter que encontrei nesse que deveria ser nosso mártir. Em reconhecimento à sua importância, lhe fiz duas modestas homenagens. A primeira foi recontar sua história. A segunda foi batizar meu filho, que tem um ano e dez meses, de João Gabriel. Espero que ele não só goste do nome como honre o significado que ele tem para mim.
Afinal o trecho do livro:
"O casamento se deu na igreja da cidade e a festa reuniu duas dezenas de amigos e parentes das partes. Os músicos de Cardoso vieram animar o fandango, que entrou pela noite e terminou com um filho de Filó Genésia dormindo no galinheiro e dois cachorros fuçando nos restos de comida. No mesmo dia da cerimônia Mariana mudou-se para casa que tinha sido dos pais do noivo, ganhando deste um vestido novo de chita – não para vestir, como lhe disse um João Gabriel prenhe de felicidade e olhos faiscantes, mas tão-somente para tirar.
Viveram em idílio as primeiras semanas do matrimônio, que foram também as semanas de estio. As sementes de feijão lançadas na terra não vingaram, e o casal viu, entre enamorado e apreensivo, algumas levas de retirantes famélicos a trinta passos da janela, na estrada de pó. Eram apenas contornos de gente, esbatidos de sol, as carnes comidas pela fome e o rosto poento revelando a miséria a que estavam condenados. Uns vinham lhes bater à porta, gestos humildes e voz sumida, a pedir água pelo amor de Deus. Também tinham fome aquelas criaturas martirizadas pela desgraça. Mas o máximo que os recém-casados podiam lhes dar de comer era uma cuia de farinha e um pedaço de rapadura. Às vezes nem isso.
Essas cenas de horror atrapalhavam a disposição de Mariana para o amor de todas as noites, um amor feito com tanto desejo que fazia balançar como febre as vigas do teto. Nos dias, porém, em que eles avistavam uma turba de retirantes, João Gabriel sabia que a noite na cama de varas seria apenas de mornidão.
No primeiro ano da seca eles se agüentaram com o resto da colheita feita nos meses que antecederam o estio. Mas o martírio crescia na desproporção das plantas que minguavam ao castigo do sol. A terra rachava. Os dias faiscavam, insuportáveis de tanta luz e calor.
O curral que levantara com a ajuda de Mariana continuava vazio, já que não puderam contar com o dinheiro da plantação de milho e arroz para comprar as novilhas. Quando soube pela mulher que ela esperava um filho seu, lastimou não ter no cercado ao menos uma rês que garantisse ao rebento temporão um punhado de leite.
Enquanto sulcava a terra para o plantio de novas sementes de milho e arroz, sementes que provavelmente se perderiam no mormaço dos dias, o sertanejo lamentava que a chegada do filho fosse de precisão como a deles, que já quase viviam sob as graças do acaso. E foi por isso que decidiu ir ao tio da mulher propor-lhe um negócio. Nada pediria ao homem não fosse a emergência da situação."
Não pretendo ganhar o Nobel de Literatura, mas o escrevi e o reescrevi duas vezes como se fosse concorrer ao prêmio. O livro ficou pronto antes da minissérie "Amazônia", de Glória Perez, o que não lhe confere mérito algum. Enviei os originais a algumas editoras, que o recusaram. Não os reenviei a elas após a exibição da Globo. Talvez o faça agora com a obra pronta, o selo do Senado Federal no frontispício. Sou grato so senador Geraldo Mesquita Júnior pela iniciativa. Ele tem usado a cota de suas publicações para nos enriquecer com obras importantes, entre as quais espero vá figurar meu romance. Quem decidirá isso serão meus futuros leitores.
Longa introdução para um trecho breve. Mas ainda resta dizer que João Gabriel de Carvalho e Mello foi um homem de coragem e muita fibra. Passou mais de vinte anos dentro do seringal Tauariá, no Amazonas, antes de regressar a Uruburetama (CE), sua terra natal. A seca de 1877 o mandaria de volta à floresta, dessa vez mais longe do Amazonas, para fundar o seringal Anajás, em 88. As terras pertenciam à Bolívia. No rastro de João Gabriel, vieram outros e mais outros, que deram origem ao bravo povo acreano e desencadearam os conflitos armados contra nossos hermanos. A tenacidade do desbravador me comoveu quando li "Formação Histórica do Acre", de Leandro Tocantins. Vislumbro em muitos acreanos a firmeza de caráter que encontrei nesse que deveria ser nosso mártir. Em reconhecimento à sua importância, lhe fiz duas modestas homenagens. A primeira foi recontar sua história. A segunda foi batizar meu filho, que tem um ano e dez meses, de João Gabriel. Espero que ele não só goste do nome como honre o significado que ele tem para mim.
Afinal o trecho do livro:
"O casamento se deu na igreja da cidade e a festa reuniu duas dezenas de amigos e parentes das partes. Os músicos de Cardoso vieram animar o fandango, que entrou pela noite e terminou com um filho de Filó Genésia dormindo no galinheiro e dois cachorros fuçando nos restos de comida. No mesmo dia da cerimônia Mariana mudou-se para casa que tinha sido dos pais do noivo, ganhando deste um vestido novo de chita – não para vestir, como lhe disse um João Gabriel prenhe de felicidade e olhos faiscantes, mas tão-somente para tirar.
Viveram em idílio as primeiras semanas do matrimônio, que foram também as semanas de estio. As sementes de feijão lançadas na terra não vingaram, e o casal viu, entre enamorado e apreensivo, algumas levas de retirantes famélicos a trinta passos da janela, na estrada de pó. Eram apenas contornos de gente, esbatidos de sol, as carnes comidas pela fome e o rosto poento revelando a miséria a que estavam condenados. Uns vinham lhes bater à porta, gestos humildes e voz sumida, a pedir água pelo amor de Deus. Também tinham fome aquelas criaturas martirizadas pela desgraça. Mas o máximo que os recém-casados podiam lhes dar de comer era uma cuia de farinha e um pedaço de rapadura. Às vezes nem isso.
Essas cenas de horror atrapalhavam a disposição de Mariana para o amor de todas as noites, um amor feito com tanto desejo que fazia balançar como febre as vigas do teto. Nos dias, porém, em que eles avistavam uma turba de retirantes, João Gabriel sabia que a noite na cama de varas seria apenas de mornidão.
No primeiro ano da seca eles se agüentaram com o resto da colheita feita nos meses que antecederam o estio. Mas o martírio crescia na desproporção das plantas que minguavam ao castigo do sol. A terra rachava. Os dias faiscavam, insuportáveis de tanta luz e calor.
O curral que levantara com a ajuda de Mariana continuava vazio, já que não puderam contar com o dinheiro da plantação de milho e arroz para comprar as novilhas. Quando soube pela mulher que ela esperava um filho seu, lastimou não ter no cercado ao menos uma rês que garantisse ao rebento temporão um punhado de leite.
Enquanto sulcava a terra para o plantio de novas sementes de milho e arroz, sementes que provavelmente se perderiam no mormaço dos dias, o sertanejo lamentava que a chegada do filho fosse de precisão como a deles, que já quase viviam sob as graças do acaso. E foi por isso que decidiu ir ao tio da mulher propor-lhe um negócio. Nada pediria ao homem não fosse a emergência da situação."
Imprensa: sintomas da doença do servilismo
Do blog do jornalista Reinaldo Azevedo
Se, por algum milagre, todos os homens públicos brasileiros decidissem ser honestos —isto é, não roubar (tá, gente, estou falando por hipótese...) —, seria preciso fechar boa parte da imprensa brasileira. O chamado jornalismo investigativo, sem dúvida, faz bem para a democracia à medida que denuncia muita safadeza. Mas também torna a impresa dependente de uma droga: se escasseiam as denúncias, ela fica sem ter o que fazer, burocratiza-se, fica chata. Qual é tese, Reinaldo? É a seguinte: boa parte do jornalismo não sabe mais cobrir questões institucionais, que dizem respeito às liberdades e aos direitos individuais. Temo que uma política conduzida por homens honestos poderia instalar uma ditadura virtuosa no Brasil sem que a tal sociedade civil desse um pio.
Estão aí as duas CPIs do Apagão Aéreo. Parece que ninguém confia muito nelas. Vivemos uma espécie de entressafra das acusações de corrupção — sim, isso passa; os nossos homens públicos estão longe daquela honestidade de que falo no primeiro parágrafo. De todo modo, os temas institucionais continuariam aí, com ou sem lambança, à espera do devido tratamento. Que não vem. Parece que já nos esquecemos um tanto do sentido da liberdade. Estamos sempre atrás de um “crime”. Ou, então, nos perdemos ao garantir a exposição de quantas versões houver de uma história — deixando de dizer, afinal de contas, ao leitor o que é fato e o que é fantasia. Juntam-se a esses dois fatores emburrecedores da imprensa um terceiro: o pensamento politicamente correto, que, entre nós, veste a camiseta do petismo. Pronto. O desastre está consumado.
Falei até agora em tese. Dou exemplos. Reparem no silêncio da maior parte do jornalismo sobre a volta da censura prévia no país. Muito bem: alguns pretendem que o governo esteja apenas empenhado em fazer a classificação da programação, o que existiria em outros países. Diogo Mainardi tratou disso em sua coluna. Alguém se apressou em ler o tal manual do Ministério da Justiça, em que se confere uma pontuação para os programas? O texto, de maneira escandalosa, faz a apologia de valores que nada têm de técnicos, mas de ideológicos. A questão de fundo é a seguinte: achamos que devem ser as famílias a responder primordialmente pela educação moral de nossas crianças ou o Estado? O que vai ao ar na TV é matéria de interesse público também? Claro que sim. Mas o caminho democrático, liberal (a nossa imprensa acredita mesmo nos valores de uma sociedade livre?), é a auto-regulamentação, jamais a censura prévia. Diogo certamente continuará a tratar do assunto. E eu também. (Leia mais aqui).
Comentário deste blog: Gostaria de saber qual seria a opinião de Reinaldo Azevedo sobre a imprensa acreana.
Se, por algum milagre, todos os homens públicos brasileiros decidissem ser honestos —isto é, não roubar (tá, gente, estou falando por hipótese...) —, seria preciso fechar boa parte da imprensa brasileira. O chamado jornalismo investigativo, sem dúvida, faz bem para a democracia à medida que denuncia muita safadeza. Mas também torna a impresa dependente de uma droga: se escasseiam as denúncias, ela fica sem ter o que fazer, burocratiza-se, fica chata. Qual é tese, Reinaldo? É a seguinte: boa parte do jornalismo não sabe mais cobrir questões institucionais, que dizem respeito às liberdades e aos direitos individuais. Temo que uma política conduzida por homens honestos poderia instalar uma ditadura virtuosa no Brasil sem que a tal sociedade civil desse um pio.
Estão aí as duas CPIs do Apagão Aéreo. Parece que ninguém confia muito nelas. Vivemos uma espécie de entressafra das acusações de corrupção — sim, isso passa; os nossos homens públicos estão longe daquela honestidade de que falo no primeiro parágrafo. De todo modo, os temas institucionais continuariam aí, com ou sem lambança, à espera do devido tratamento. Que não vem. Parece que já nos esquecemos um tanto do sentido da liberdade. Estamos sempre atrás de um “crime”. Ou, então, nos perdemos ao garantir a exposição de quantas versões houver de uma história — deixando de dizer, afinal de contas, ao leitor o que é fato e o que é fantasia. Juntam-se a esses dois fatores emburrecedores da imprensa um terceiro: o pensamento politicamente correto, que, entre nós, veste a camiseta do petismo. Pronto. O desastre está consumado.
Falei até agora em tese. Dou exemplos. Reparem no silêncio da maior parte do jornalismo sobre a volta da censura prévia no país. Muito bem: alguns pretendem que o governo esteja apenas empenhado em fazer a classificação da programação, o que existiria em outros países. Diogo Mainardi tratou disso em sua coluna. Alguém se apressou em ler o tal manual do Ministério da Justiça, em que se confere uma pontuação para os programas? O texto, de maneira escandalosa, faz a apologia de valores que nada têm de técnicos, mas de ideológicos. A questão de fundo é a seguinte: achamos que devem ser as famílias a responder primordialmente pela educação moral de nossas crianças ou o Estado? O que vai ao ar na TV é matéria de interesse público também? Claro que sim. Mas o caminho democrático, liberal (a nossa imprensa acredita mesmo nos valores de uma sociedade livre?), é a auto-regulamentação, jamais a censura prévia. Diogo certamente continuará a tratar do assunto. E eu também. (Leia mais aqui).
Comentário deste blog: Gostaria de saber qual seria a opinião de Reinaldo Azevedo sobre a imprensa acreana.
O PT e seus parceiros
Do blog do jornalista Fernando Rodrigues:
PT, empreiteiras e bancos – Andrade Gutierrez e Santander lideram lista de financiadores do partido em 2006, revela reportagem da Folha de hoje (só para assinantes do jornal e do UOL). Dados do TSE mostram que as empreiteiras repassaram R$ 12,47 milhões para os cofres do partido em 2006, à frente dos bancos, com R$ 8,8 milhões. Apenas a Andrade Gutierrez colaborou com metade das doações de construtoras, com R$ 6,4 milhões.
Cometário de Rodrigues: o PT é o partido do establishment.
Leia mais aqui.
PT, empreiteiras e bancos – Andrade Gutierrez e Santander lideram lista de financiadores do partido em 2006, revela reportagem da Folha de hoje (só para assinantes do jornal e do UOL). Dados do TSE mostram que as empreiteiras repassaram R$ 12,47 milhões para os cofres do partido em 2006, à frente dos bancos, com R$ 8,8 milhões. Apenas a Andrade Gutierrez colaborou com metade das doações de construtoras, com R$ 6,4 milhões.
Cometário de Rodrigues: o PT é o partido do establishment.
Leia mais aqui.
quarta-feira, 16 de maio de 2007
Outra leitura recomendada
Hoje a minha filha Clara (9 anos) em ligou de Florianópolis para dizer que na nova casa instalaram o telefone antigo. Mas a melhor notícia foi a publicação do livro infantil "Braboletas e Ciúminsetos", da mãe Vássia Vanessa, minha ex. Agendado para junho o lançamento, a obra sai com o selo Letras Brasileiras.
A notícia, claro, me deixou mais do que feliz porque ontem mesmo recebi a confirmação de que meu romance, "Amazônia dos Brabos" está impresso no Senado. Só faltam enviar os primeiros volumes da tiragem de 5 mil exemplares. Antecipo que haverá noite de autógrafos.
E vivam as letras nacionais!
Leitura recomendada
Em 1989, o então candidato a presidente da República pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, estava em uma festa com a pequena Lurian quando o ator Antonio Fagundes se aproximou e perguntou quantos filhos ele tinha. “Quatro, todos homens”, respondeu o petista, para revolta da menina. Filha de Lula com a enfermeira Mirian Cordeiro, Lurian só teria a paternidade revelada no dia 26 de abril de 1989, por obra de uma matéria do jornalista Luiz Maklouf Carvalho, do JT (Jornal da Tarde).
No mesmo ano, Maklouf publicaria reportagem sobre nepotismo em cinco das 13 prefeituras conquistadas pelo Partido dos Trabalhadores. Entre os prefeitos que empregavam parentes estava Celso Daniel, assassinado em janeiro de 2002 em circunstâncias misteriosas. Outras sete testemunhas do caso também morreram.
As duas histórias estão no livro Já vi esse filme, publicado pela Geração Editorial em 2005. A obra reúne as matérias de Maklouf sobre Lula e o PT. Fatos dos bastidores das campanhas presidenciais e denúncias de corrupção nas gestões municipais de petistas foram documentados por Maklouf e reunidos no livro.
Um dos maiores escândalos do PT, o caso CPEM, é retratado na obra. Em 1997, a Consultoria para Empresas e Municípios (CPEM), ligada ao compadre de Lula, Roberto Teixeira, foi acusada por um dos mais importantes quadros do partido, o economista Paulo de Tarso Venceslau, de superfaturar serviços para as prefeituras petistas do interior paulista. Segundo Venceslau, a CPEM era admitida sem licitação e chegou a fraudar assinaturas de documentos e manipular balancetes para aumentar seus lucros, vinculados à receita do ICMS municipal.
Venceslau acusava a CPEM de operar junto às administrações petistas com a finalidade de canalizar dinheiro para o PT. Escreveu cartas detalhando as evidências de corrupção aos principais nomes do partido, entre eles Eduardo Suplicy, Aloísio Mercadante, José Dirceu, José Genoíno e para o próprio Lula. Não recebeu respostas.
Na entrevista ao JT, Venceslau afirmou que Paulo Okamoto era o responsável em arrecadar recursos das prefeituras para o Partido dos Trabalhadores. Em 2006 o nome de Okamoto apareceria envolvido no maior escândalo da história da República brasileira: o mensalão.
Instalada as CPIs dos Correios e dos Bingos, o Supremo Tribunal Federal negou pedido de quebra de sigilo fiscal, bancário e telefônico de Okamoto, mas os técnicos das comissões descobriram 161 ligações entre o presidente do Sebrae e os principais investigados do mensalão. O levantamento foi feito a partir dos dados telefônicos de Delúbio Soares, Duda Mendonça, José Dirceu e do ex-secretário do PT Silvio Pereira.
Maklouf também enfeixou no livro o episódio do empréstimo contraído por quatro deputados federais, entre eles José Genoino, o mensaleiro Paulo Rocha e Ricardo Moraes, do Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas. Moraes admitiu prática de corrupção, escuta telefônica clandestina e invasão do Sindicato dos Metalúrgicos. Expulso do PT, o deputado participaria mais tarde da Caravana da Cidadania.
A sanha totalitária dos companheiros seria exposta em matéria do jornalista sobre o fechamento do jornal “Brasil Agora”, do PT, porque a executiva nacional do partido tentou censurar dois artigos que acabaram sendo publicados, à revelia, no informativo.
Já vi esse filme é o relato da trajetória de políticos com discursos moralizantes e prática mendaz. Trata-se de leitura indispensável para quem precisa enfrentar a sanguinolência de PTelhos que, mesmo ante reiteradas demonstrações de canalhice dos companheiros, continuam a imputar aos outros aquilo que eles têm de pior.
No mesmo ano, Maklouf publicaria reportagem sobre nepotismo em cinco das 13 prefeituras conquistadas pelo Partido dos Trabalhadores. Entre os prefeitos que empregavam parentes estava Celso Daniel, assassinado em janeiro de 2002 em circunstâncias misteriosas. Outras sete testemunhas do caso também morreram.
As duas histórias estão no livro Já vi esse filme, publicado pela Geração Editorial em 2005. A obra reúne as matérias de Maklouf sobre Lula e o PT. Fatos dos bastidores das campanhas presidenciais e denúncias de corrupção nas gestões municipais de petistas foram documentados por Maklouf e reunidos no livro.
Um dos maiores escândalos do PT, o caso CPEM, é retratado na obra. Em 1997, a Consultoria para Empresas e Municípios (CPEM), ligada ao compadre de Lula, Roberto Teixeira, foi acusada por um dos mais importantes quadros do partido, o economista Paulo de Tarso Venceslau, de superfaturar serviços para as prefeituras petistas do interior paulista. Segundo Venceslau, a CPEM era admitida sem licitação e chegou a fraudar assinaturas de documentos e manipular balancetes para aumentar seus lucros, vinculados à receita do ICMS municipal.
Venceslau acusava a CPEM de operar junto às administrações petistas com a finalidade de canalizar dinheiro para o PT. Escreveu cartas detalhando as evidências de corrupção aos principais nomes do partido, entre eles Eduardo Suplicy, Aloísio Mercadante, José Dirceu, José Genoíno e para o próprio Lula. Não recebeu respostas.
Na entrevista ao JT, Venceslau afirmou que Paulo Okamoto era o responsável em arrecadar recursos das prefeituras para o Partido dos Trabalhadores. Em 2006 o nome de Okamoto apareceria envolvido no maior escândalo da história da República brasileira: o mensalão.
Instalada as CPIs dos Correios e dos Bingos, o Supremo Tribunal Federal negou pedido de quebra de sigilo fiscal, bancário e telefônico de Okamoto, mas os técnicos das comissões descobriram 161 ligações entre o presidente do Sebrae e os principais investigados do mensalão. O levantamento foi feito a partir dos dados telefônicos de Delúbio Soares, Duda Mendonça, José Dirceu e do ex-secretário do PT Silvio Pereira.
Maklouf também enfeixou no livro o episódio do empréstimo contraído por quatro deputados federais, entre eles José Genoino, o mensaleiro Paulo Rocha e Ricardo Moraes, do Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas. Moraes admitiu prática de corrupção, escuta telefônica clandestina e invasão do Sindicato dos Metalúrgicos. Expulso do PT, o deputado participaria mais tarde da Caravana da Cidadania.
A sanha totalitária dos companheiros seria exposta em matéria do jornalista sobre o fechamento do jornal “Brasil Agora”, do PT, porque a executiva nacional do partido tentou censurar dois artigos que acabaram sendo publicados, à revelia, no informativo.
Já vi esse filme é o relato da trajetória de políticos com discursos moralizantes e prática mendaz. Trata-se de leitura indispensável para quem precisa enfrentar a sanguinolência de PTelhos que, mesmo ante reiteradas demonstrações de canalhice dos companheiros, continuam a imputar aos outros aquilo que eles têm de pior.
PSDB realiza convenção estadual no domingo
Depois de quase 20 anos de sua fundação no estado,o PSDB realiza a primeira convenção estadual para escolha do diretório e de sua executiva. O atual presidente da sigla, Tião Bocalom, visitou agora há pouco os principais veículos de comunicação da capital para falar sobre o evento, que vai ocorrer na sede do partido, no centro, a partir das 8 horas do dia 20.
A chapa encabeçada por Bocalom será homologada, já que não há concorrentes.
A chapa encabeçada por Bocalom será homologada, já que não há concorrentes.
terça-feira, 15 de maio de 2007
Deu n'O Globo Online
Fábrica de camisinha começa a funcionar em junho, diz jornal
O Globo Online desta terça-feira destaca que o Brasil terá sua primeira fábrica de preservativos com uso de látex de seringueira. O empreendimento, financiado pela Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), será inaugurado em junho, na reserva Extrativista Chico Mendes. A Suframa afirma que o negócio vai beneficiar 420 produtores da reserva, localizada nos municípios de Xapuri e Brasiléia. O texto é assinado pela repórter Amanda Mata, da Agência Brasil.
Segundo o jornal, a fábrica faz parte de um pacote de 45 projetos que receberam incentivos fiscais da Suframa e serão implementados no Acre, Rondônia, Roraima, Amazonas e Amapá. O órgão estima a produção de camisinhas em 200 milhões de unidades por ano.
“O investimento na indústria de preservativos usando látex natural é fruto das taxas de serviços recolhidas pela Suframa no pólo industrial de Manaus”, explicou o superintendente adjunto de projetos da Suframa, Oldemar Ianck.
Comentário do blog: é importante atentar para a informação do último parágrafo. O governo do PT passou oito anos falando nesse projeto, mas sequer o viabilizou financeiramente. Foi preciso abrir um duto no governo federal, com verbas geradas em Manaus, para o empreendimento sair. Mais uma prova de que a economia acreana continua incipiente e que quase nada foi feito para mudar essa realidade.
O Globo Online desta terça-feira destaca que o Brasil terá sua primeira fábrica de preservativos com uso de látex de seringueira. O empreendimento, financiado pela Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), será inaugurado em junho, na reserva Extrativista Chico Mendes. A Suframa afirma que o negócio vai beneficiar 420 produtores da reserva, localizada nos municípios de Xapuri e Brasiléia. O texto é assinado pela repórter Amanda Mata, da Agência Brasil.
Segundo o jornal, a fábrica faz parte de um pacote de 45 projetos que receberam incentivos fiscais da Suframa e serão implementados no Acre, Rondônia, Roraima, Amazonas e Amapá. O órgão estima a produção de camisinhas em 200 milhões de unidades por ano.
“O investimento na indústria de preservativos usando látex natural é fruto das taxas de serviços recolhidas pela Suframa no pólo industrial de Manaus”, explicou o superintendente adjunto de projetos da Suframa, Oldemar Ianck.
Comentário do blog: é importante atentar para a informação do último parágrafo. O governo do PT passou oito anos falando nesse projeto, mas sequer o viabilizou financeiramente. Foi preciso abrir um duto no governo federal, com verbas geradas em Manaus, para o empreendimento sair. Mais uma prova de que a economia acreana continua incipiente e que quase nada foi feito para mudar essa realidade.
segunda-feira, 14 de maio de 2007
Frase do dia
"A CPI do Apagão Aéreo está apagadinha".
Do senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC) cansado do jogo do governo Lula no Congresso para esconder falcatruas.
Do senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC) cansado do jogo do governo Lula no Congresso para esconder falcatruas.
Queimadas são a 2ª maior causa do aquecimento global
Do site da revista Veja
As queimadas realizadas para o desmatamento de áreas florestais são a 2ª maior fonte de emissões de gases do efeito estufa, de acordo com um relatório publicado nesta segunda-feira pela ONG ambiental Global Canopy Programme. Segundo o documento, as queimadas respondem por 18% a 25% das emissões de gases do efeito estufa, atrás somente das emissões provocadas pelo uso de energia. A estatística revela que o combate ao desmatamento é a forma mais fácil e barata de mitigar a ação do aquecimento global, conforme disse a ONG.
Leia mais aqui
As queimadas realizadas para o desmatamento de áreas florestais são a 2ª maior fonte de emissões de gases do efeito estufa, de acordo com um relatório publicado nesta segunda-feira pela ONG ambiental Global Canopy Programme. Segundo o documento, as queimadas respondem por 18% a 25% das emissões de gases do efeito estufa, atrás somente das emissões provocadas pelo uso de energia. A estatística revela que o combate ao desmatamento é a forma mais fácil e barata de mitigar a ação do aquecimento global, conforme disse a ONG.
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Deu no Estadão
Jorge mentiu quando anunciou medidas de combate à violência
No enterro da missionária Dorothy Stang, o então governador do Acre, Jorge Viana, representando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, anunciou providências “imediatas” contra a violência na região. A primeira medida seria uma ação dura para desarmar fazendeiros, prender jagunços, apurar denúncias de violência e combater a grilagem.
A outra previa maior rapidez na execução da reforma agrária, sobretudo o modelo de desenvolvimento sustentável pelo qual a irmã Dorothy lutava. Foram também encaminhados pedidos de proteção da Polícia Federal em favor de líderes ameaçados de morte.
Passados dois anos, contudo, a relatora da Organização das Nações Unidas (ONU) para direitos humanos, Hina Jilani, se diz alarmada com o número de assassinatos de ativistas no Brasil e indica que um dos problemas é a "impunidade persistente". Em documento divulgado no mês passado, ela relata que até ativistas que trabalham em projetos do governo federal são alvo de ameaças.
É o caso dos frades Xavier Plassat e Silvano Rezende e de Lúcio de Avelar e Jorge Vieira, da Pastoral da Terra do Pará. Os quatro passaram a sofrer ameaças e tentativas de assassinatos após participar do desenvolvimento do Plano Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo, lançado em 2003 por Lula.
Comentário do Blog: Não foi a primeira vez que Jorge Viana mentiu, e o pior é que muitas de suas mentiras foram endossadas por uma imprensa acrítica e dócil. Quantos projetos governamentais foram anunciados com pirotecnia para morrerem nas gavetas do Executivo? Quantos votos não renderam as pantomimas vianistas em época de eleição sem que os resultados do que estava sendo propalado viessem em seguida à empulhação? O senso crítico precisa ser a arma do eleitor contra o estelionato político neste país.
No enterro da missionária Dorothy Stang, o então governador do Acre, Jorge Viana, representando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, anunciou providências “imediatas” contra a violência na região. A primeira medida seria uma ação dura para desarmar fazendeiros, prender jagunços, apurar denúncias de violência e combater a grilagem.
A outra previa maior rapidez na execução da reforma agrária, sobretudo o modelo de desenvolvimento sustentável pelo qual a irmã Dorothy lutava. Foram também encaminhados pedidos de proteção da Polícia Federal em favor de líderes ameaçados de morte.
Passados dois anos, contudo, a relatora da Organização das Nações Unidas (ONU) para direitos humanos, Hina Jilani, se diz alarmada com o número de assassinatos de ativistas no Brasil e indica que um dos problemas é a "impunidade persistente". Em documento divulgado no mês passado, ela relata que até ativistas que trabalham em projetos do governo federal são alvo de ameaças.
É o caso dos frades Xavier Plassat e Silvano Rezende e de Lúcio de Avelar e Jorge Vieira, da Pastoral da Terra do Pará. Os quatro passaram a sofrer ameaças e tentativas de assassinatos após participar do desenvolvimento do Plano Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo, lançado em 2003 por Lula.
Comentário do Blog: Não foi a primeira vez que Jorge Viana mentiu, e o pior é que muitas de suas mentiras foram endossadas por uma imprensa acrítica e dócil. Quantos projetos governamentais foram anunciados com pirotecnia para morrerem nas gavetas do Executivo? Quantos votos não renderam as pantomimas vianistas em época de eleição sem que os resultados do que estava sendo propalado viessem em seguida à empulhação? O senso crítico precisa ser a arma do eleitor contra o estelionato político neste país.
domingo, 13 de maio de 2007
PSDB expõe enganação da CUT e do PT em jornais
Do blog do jornalista Reinaldo Azevedo
Uau! Finalmente, um pouco de política. O PSDB decidiu comprar, com um anúncio publicado em vários jornais, uma boa briga com o PT, a CUT e o governo federal. Já não era sem tempo. Um evento com todas as tintas de surrealismo está em curso em São Paulo.
Como o texto dos tucanos informa, a questão é basicamente a seguinte: o PT e a CUT, de que Luiz Marinho, atual ministro da Previdência, é o chefão, querem que os funcionários públicos contratados em São Paulo pela Lei 500 – basicamente, professores – se aposentem pelo INSS. O governo Serra os quer, e essa é a reivindicação deles, no SP-Prev, o sistema de aposentadoria estadual. O governo de São Paulo já recorreu à Justiça para que a transferência para o órgão federal não ocorra. Por que a insistência do Planalto? Porque se estima em R$ 15 bilhões o valor que seria transferido para o órgão subordinado ao ministério de Luiz Marinho.
Já noticiei aqui a questão e reitero: os mais de 200 mil falsos temporários (a maioria professores) e o governo Serra querem a mesma coisa. E quem impede que se faça o certo? O governo federal, que ameaça o governo de São Paulo com retaliação se sua vontade não for cumprida.
Pois bem. A Apeosp, o sindicato petista e cutista dos professores da rede oficial de ensino, deveria estar em defesa dos seus representados, certo? Certo. Mas não está. Em vez de protestar contra o governo federal, resolveu deflagrar protestos e greve contra, PASMEM!, o governo do Estado, prejudicando os alunos, as crianças. Contra o governo Lula e Luiz Marinho, até agora, não disse uma vírgula.
Esse é o dado mais perverso do petismo e do cutismo. Eles se consideram os defensores naturais e únicos da "craçe trabaiadora”, mesmo quando, objetivamente, militam contra seus óbvios direitos.
Vocês acompanharam aqui a saga, que terá continuidade, das Mafaldinhas e Remelentos na USP. Lembram-se daquele professor, um certo Henrique Carneiro, que foi falar na Reitoria? Qual era a sua proposta? Uma greve geral de todos os servidores da educação. Contra o governo de São Paulo, juntando a Apeoesp e as universidades.
Essa gente já ultrapassou o limite da desmoralização
Uau! Finalmente, um pouco de política. O PSDB decidiu comprar, com um anúncio publicado em vários jornais, uma boa briga com o PT, a CUT e o governo federal. Já não era sem tempo. Um evento com todas as tintas de surrealismo está em curso em São Paulo.
Como o texto dos tucanos informa, a questão é basicamente a seguinte: o PT e a CUT, de que Luiz Marinho, atual ministro da Previdência, é o chefão, querem que os funcionários públicos contratados em São Paulo pela Lei 500 – basicamente, professores – se aposentem pelo INSS. O governo Serra os quer, e essa é a reivindicação deles, no SP-Prev, o sistema de aposentadoria estadual. O governo de São Paulo já recorreu à Justiça para que a transferência para o órgão federal não ocorra. Por que a insistência do Planalto? Porque se estima em R$ 15 bilhões o valor que seria transferido para o órgão subordinado ao ministério de Luiz Marinho.
Já noticiei aqui a questão e reitero: os mais de 200 mil falsos temporários (a maioria professores) e o governo Serra querem a mesma coisa. E quem impede que se faça o certo? O governo federal, que ameaça o governo de São Paulo com retaliação se sua vontade não for cumprida.
Pois bem. A Apeosp, o sindicato petista e cutista dos professores da rede oficial de ensino, deveria estar em defesa dos seus representados, certo? Certo. Mas não está. Em vez de protestar contra o governo federal, resolveu deflagrar protestos e greve contra, PASMEM!, o governo do Estado, prejudicando os alunos, as crianças. Contra o governo Lula e Luiz Marinho, até agora, não disse uma vírgula.
Esse é o dado mais perverso do petismo e do cutismo. Eles se consideram os defensores naturais e únicos da "craçe trabaiadora”, mesmo quando, objetivamente, militam contra seus óbvios direitos.
Vocês acompanharam aqui a saga, que terá continuidade, das Mafaldinhas e Remelentos na USP. Lembram-se daquele professor, um certo Henrique Carneiro, que foi falar na Reitoria? Qual era a sua proposta? Uma greve geral de todos os servidores da educação. Contra o governo de São Paulo, juntando a Apeoesp e as universidades.
Essa gente já ultrapassou o limite da desmoralização
Blog do Stelio
O jornalista Antonio Stélio aderiu à Era dos Blogs. Recebi por e-mail a informação de que ele se inicia nessa arte pós-moderna dos que escrevem muito para ser lido por bem poucos. No primeiro post, Stélio nos dá uma pista de que o conteúdo porventura intimista não vai interferir na disposição política, fartamente demonstrada nesses últimos anos. Selecionei um trecho do texto de número um para dividir com os leitores do Xapuri Verdade:
Imagine você que aquela pessoa que tanto lhe sacaneia está sem cabeça, é um sem cabeça, como um sem-teto, sem-terra e sem-coração... Corte a cabeça de seus desafetos... Imaginariamente. Isso faz um bem danado.
Hoje mesmo acordei pensando no Jorge Viana andando sem cabeça pela cidade: isso seria um enorme bem para a humanidade, pois o fascista, pasmem, anda (com cabeça) por toda a Rio Branco com seguranças da Policia Militar, três meganhas remunerados pelo Estado prestando serviços fora de suas funções sociais. E mais: o governo ainda paga dois motoristas que estão a disposição dele 24 horas por dia. E não pára por ai: até gasolina o governo fornece, abastecendo três carros do ex-governador, que ainda tem uma cota livre de passagens aéreas, e mais dois assessores que trabalham diretamente com ele, mas que ocupam cargos de confiança no governo. Tudo isso, claro, com a autorização expressa do Binho que, aos poucos, vai deixando cair sua máscara de bom moço. Quando deito, e fecho os olhos, imagino toda essa gentalha, que fede à distância, perambulando por ai sem cabeça, mulas-sem-cabeça assombrando criancinhas inocentes, e devorando o erário com empáfia e ganância.
Para acessar clique aqui.
Imagine você que aquela pessoa que tanto lhe sacaneia está sem cabeça, é um sem cabeça, como um sem-teto, sem-terra e sem-coração... Corte a cabeça de seus desafetos... Imaginariamente. Isso faz um bem danado.
Hoje mesmo acordei pensando no Jorge Viana andando sem cabeça pela cidade: isso seria um enorme bem para a humanidade, pois o fascista, pasmem, anda (com cabeça) por toda a Rio Branco com seguranças da Policia Militar, três meganhas remunerados pelo Estado prestando serviços fora de suas funções sociais. E mais: o governo ainda paga dois motoristas que estão a disposição dele 24 horas por dia. E não pára por ai: até gasolina o governo fornece, abastecendo três carros do ex-governador, que ainda tem uma cota livre de passagens aéreas, e mais dois assessores que trabalham diretamente com ele, mas que ocupam cargos de confiança no governo. Tudo isso, claro, com a autorização expressa do Binho que, aos poucos, vai deixando cair sua máscara de bom moço. Quando deito, e fecho os olhos, imagino toda essa gentalha, que fede à distância, perambulando por ai sem cabeça, mulas-sem-cabeça assombrando criancinhas inocentes, e devorando o erário com empáfia e ganância.
Para acessar clique aqui.
O novo Dops
Diogo Mainardi, colunista de Veja
"O lulismo reintroduziu oficialmente a censura
prévia no Brasil em 9 de fevereiro deste ano,
por meio da Portaria 264, que regulamenta
a classificação indicativa dos filmes e dos
programas de TV. Lula está conduzindo o
país a um fechamento lento, gradual e seguro"
Sabe quem é Themis Lobato? Sabe quem é Marina Sotero? Sabe quem é Valéria Godoi? Sabe quem é Demetrius França? Sabe quem é Edson Junior? Sabe quem é Rodrigo da Cunha? Todos eles pertencem ao Dops lulista. Foram contratados pelo governo para fazer a censura prévia dos programas de TV. O Dops lulista está instalado no Ministério da Justiça. É conhecido como Dejus. Nos círculos lulistas, a censura prévia ganhou outro nome. Agora é chamada de "classificação indicativa".
O lulismo reintroduziu oficialmente a censura prévia no Brasil em 9 de fevereiro deste ano, por meio da Portaria 264, que regulamenta a classificação indicativa dos filmes e dos programas de TV. O artigo 4º estabelece que a análise das obras deverá ser "realizada previamente" por analistas contratados pelo Ministério da Justiça. Repito: previamente. Isso significa que, antes de mandar um programa ao ar, a emissora de TV terá de negociar seu conteúdo com os censores. Corta aqui. Corta ali. Muda acolá.
No momento, o Dops lulista pode contar apenas com seis censores: os seis citados na abertura deste artigo. Eles têm entre 22 e 26 anos. Menos um, que já passou dos 40. Uma das censoras acaba de se formar em pedagogia. Outra é estudante de artes cênicas. Outro é administrador de empresas. Além dos seis censores, o Dops lulista pode dispor também de uns estagiários da Universidade de Brasília. A partir de agora, esse grupo passará a mandar em sua TV, decidindo o que você está apto e o que você não está apto a ver.
A principal referência dos censores contratados pelo Ministério da Justiça é o Manual da Nova Classificação Indicativa. Que de indicativa, aliás, não tem rigorosamente nada. Ela é impositiva. De fato, os lulistas arrogaram-se o direito de determinar de que forma e em que horário um programa poderá ser transmitido. A emissora que desobedecer às ordens será denunciada ao Ministério Público, que terá o poder inclusive de cassar sua concessão.
O Manual da Nova Classificação Indicativa define autoritariamente o horário dos programas. Mas é bem pior do que isso. Ele define também o que é bom e o que é ruim para os espectadores, avaliando os aspectos "positivos e negativos" de cada obra. Se o Dops lulista achar que um programa cumpre sua "finalidade educativa", com "respeito e estímulo à diversidade", ele ganha pontos. Caso contrário, perde. Uma cena de Jack Bauer dando um tiro no peito de um terrorista árabe pode ser considerada mais imprópria do que uma cena de um cruel latifundiário do Pará dando um tiro no peito de um sem-terra indefeso. Confie em Themis Lobato. Ela sabe o que é melhor para você.
Lula é cria de Ernesto Geisel. Agora ele tomou o caminho inverso ao de seu criador. Ernesto Geisel conduziu o Brasil a uma abertura lenta, gradual e segura. Lula está conduzindo o Brasil a um fechamento lento, gradual e seguro.
"O lulismo reintroduziu oficialmente a censura
prévia no Brasil em 9 de fevereiro deste ano,
por meio da Portaria 264, que regulamenta
a classificação indicativa dos filmes e dos
programas de TV. Lula está conduzindo o
país a um fechamento lento, gradual e seguro"
Sabe quem é Themis Lobato? Sabe quem é Marina Sotero? Sabe quem é Valéria Godoi? Sabe quem é Demetrius França? Sabe quem é Edson Junior? Sabe quem é Rodrigo da Cunha? Todos eles pertencem ao Dops lulista. Foram contratados pelo governo para fazer a censura prévia dos programas de TV. O Dops lulista está instalado no Ministério da Justiça. É conhecido como Dejus. Nos círculos lulistas, a censura prévia ganhou outro nome. Agora é chamada de "classificação indicativa".
O lulismo reintroduziu oficialmente a censura prévia no Brasil em 9 de fevereiro deste ano, por meio da Portaria 264, que regulamenta a classificação indicativa dos filmes e dos programas de TV. O artigo 4º estabelece que a análise das obras deverá ser "realizada previamente" por analistas contratados pelo Ministério da Justiça. Repito: previamente. Isso significa que, antes de mandar um programa ao ar, a emissora de TV terá de negociar seu conteúdo com os censores. Corta aqui. Corta ali. Muda acolá.
No momento, o Dops lulista pode contar apenas com seis censores: os seis citados na abertura deste artigo. Eles têm entre 22 e 26 anos. Menos um, que já passou dos 40. Uma das censoras acaba de se formar em pedagogia. Outra é estudante de artes cênicas. Outro é administrador de empresas. Além dos seis censores, o Dops lulista pode dispor também de uns estagiários da Universidade de Brasília. A partir de agora, esse grupo passará a mandar em sua TV, decidindo o que você está apto e o que você não está apto a ver.
A principal referência dos censores contratados pelo Ministério da Justiça é o Manual da Nova Classificação Indicativa. Que de indicativa, aliás, não tem rigorosamente nada. Ela é impositiva. De fato, os lulistas arrogaram-se o direito de determinar de que forma e em que horário um programa poderá ser transmitido. A emissora que desobedecer às ordens será denunciada ao Ministério Público, que terá o poder inclusive de cassar sua concessão.
O Manual da Nova Classificação Indicativa define autoritariamente o horário dos programas. Mas é bem pior do que isso. Ele define também o que é bom e o que é ruim para os espectadores, avaliando os aspectos "positivos e negativos" de cada obra. Se o Dops lulista achar que um programa cumpre sua "finalidade educativa", com "respeito e estímulo à diversidade", ele ganha pontos. Caso contrário, perde. Uma cena de Jack Bauer dando um tiro no peito de um terrorista árabe pode ser considerada mais imprópria do que uma cena de um cruel latifundiário do Pará dando um tiro no peito de um sem-terra indefeso. Confie em Themis Lobato. Ela sabe o que é melhor para você.
Lula é cria de Ernesto Geisel. Agora ele tomou o caminho inverso ao de seu criador. Ernesto Geisel conduziu o Brasil a uma abertura lenta, gradual e segura. Lula está conduzindo o Brasil a um fechamento lento, gradual e seguro.
sexta-feira, 11 de maio de 2007
Marina não sabe o que diz
Da coluna do Claudio Humberto
A ministra Marina Silva (Meio Ambiente) anda falando demais. Na semana passada, ela afirmou já ter o "sinal verde" do presidente Lula para fixar em 2% a taxa de compensação ambiental. Uma fonte do Palácio do Planalto nega enfaticamente que Lula tenha batido o martelo. Vários empresários já foram a Brasília se queixar que o aumento da taxa pode inviabilizar novos negócios em energia e mineração no Brasil.
A ministra Marina Silva (Meio Ambiente) anda falando demais. Na semana passada, ela afirmou já ter o "sinal verde" do presidente Lula para fixar em 2% a taxa de compensação ambiental. Uma fonte do Palácio do Planalto nega enfaticamente que Lula tenha batido o martelo. Vários empresários já foram a Brasília se queixar que o aumento da taxa pode inviabilizar novos negócios em energia e mineração no Brasil.
quinta-feira, 10 de maio de 2007
Vanderley Viana exibe “vassoura ecológica” em programa de TV
Em Xapuri, as garrafas plásticas de refrigerante que tanto degradam o meio ambiente estão sendo armazenadas. Elas vão virar utensílios domésticos nas mãos de 15 pessoas escolhidas pela prefeitura do município para integrar a fábrica de vassouras ecológicas. A informação é do prefeito Vanderley Viana de Lima (PMDB), em entrevista hoje pela manhã no programa Bom Dia Rio Branco, do SBT local.
“Estamos livrando a cidade das garrafas plásticas e gerando emprego e renda, metas de nossa administração”, afirmou o prefeito.
A fábrica de vassouras ecológicas é a única da região Norte e terá inicialmente capacidade mínima para confeccionar 2 mil unidades. Cada vassoura é feita com cinco garrafas peti.
O projeto recebeu apoio do senador Geraldo Mesquita Jr. (PMDB). O parlamentar enviou ao município duas pessoas para treinar os selecionados. Segundo Vanderley Viana, 20 por cento do que for arrecadado pela fábrica será investido na melhoria e expansão do empreendimento, e os outros 80 por cento serão distribuídos pelos operários.
Ele afirmou que o negócio é uma “grande solução para o meio ambiente”. A vice-prefeita de Sena Madureira, Wânia Pinheiro, se interessou pela iniciativa e vai trabalhar para replicá-la no seu município.
“Queremos que o projeto seja abraçado por todos os prefeitos que se preocupam com a preservação ambiental”, disse Vanderley.
Parceria com o governo
O prefeito comemorou ainda a parceria firmada com o governo estadual. A aproximação vai resultar no asfaltamento de algumas ruas de Xapuri, como a 17 de Novembro e 6 de Agosto. Fontes do Deracre teriam garantido que as obras serão iniciadas na próxima semana.
Vanderley Viana também visitou a Gerência de Desenvolvimento Urbano da Caixa Econômica Federal e a Amac (Associação dos Municípios do Acre).
“Queremos o máximo de parceiros dispostos a ajudar Xapuri renascer”, disse o prefeito em alusão ao slogan de sua administração.
“Estamos livrando a cidade das garrafas plásticas e gerando emprego e renda, metas de nossa administração”, afirmou o prefeito.
A fábrica de vassouras ecológicas é a única da região Norte e terá inicialmente capacidade mínima para confeccionar 2 mil unidades. Cada vassoura é feita com cinco garrafas peti.
O projeto recebeu apoio do senador Geraldo Mesquita Jr. (PMDB). O parlamentar enviou ao município duas pessoas para treinar os selecionados. Segundo Vanderley Viana, 20 por cento do que for arrecadado pela fábrica será investido na melhoria e expansão do empreendimento, e os outros 80 por cento serão distribuídos pelos operários.
Ele afirmou que o negócio é uma “grande solução para o meio ambiente”. A vice-prefeita de Sena Madureira, Wânia Pinheiro, se interessou pela iniciativa e vai trabalhar para replicá-la no seu município.
“Queremos que o projeto seja abraçado por todos os prefeitos que se preocupam com a preservação ambiental”, disse Vanderley.
Parceria com o governo
O prefeito comemorou ainda a parceria firmada com o governo estadual. A aproximação vai resultar no asfaltamento de algumas ruas de Xapuri, como a 17 de Novembro e 6 de Agosto. Fontes do Deracre teriam garantido que as obras serão iniciadas na próxima semana.
Vanderley Viana também visitou a Gerência de Desenvolvimento Urbano da Caixa Econômica Federal e a Amac (Associação dos Municípios do Acre).
“Queremos o máximo de parceiros dispostos a ajudar Xapuri renascer”, disse o prefeito em alusão ao slogan de sua administração.
terça-feira, 8 de maio de 2007
Prefeito é destratado e impedido de entrar na Fundação Chico Mendes
Entidade será acionada judicialmente por constrangimento ilegal, calúnia, injúria e difamação
O constrangimento vivido na tarde de hoje pelo prefeito de Xapuri (município distante 153 km da capital), Vanderley Viana de Lima (PMDB), ao ser impedido por uma funcionária de entrar na Fundação Chico Mendes, deve virar ação judicial. O chefe de gabinete da prefeitura, Joscires de Oliveira Ângelo, afirmou que a procuradoria jurídica do município prepara a ação com base em “constrangimento ilegal, calúnia, injúria e difamação” contra a entidade.
Segundo nota de repúdio enviada à presidente da Fundação Chico Mendes, Elenira Mendes, filha do ecologista assassinado, o prefeito estava acompanhado de uma autoridade de outro município quando se dirigiu ao prédio da instituição e o impediram de entrar. Vanderley de Lima também foi destratado e agredido verbalmente na presença de várias testemunhas.
A nota condena a atitude da funcionária da fundação e afirma que o episódio macula a memória de Chico Mendes, responsável pela “heróica luta pela nivelação da igualdade social do povo xapuriense” e alerta para a “inversão de valores e de posturas que levam à opressão, ao desrespeito, à falta de compreensão e à agressividade barata” que tem origem, segundo o Ângelo, nas diferenças políticas do município.
De acordo com o chefe de gabinete, o episódio deve gerar ainda um inquérito policial. “A Fundação Chico Mendes é um local público e o prefeito Vanderley Viana de Lima, uma autoridade constituída pela soberania do voto da maioria dos moradores desta cidade”, afirmou.
O procurador jurídico de Xapuri, Miguel Ortiz, deverá protocolar nesta quarta-feira a ação judicial contra a entidade.
“Não podemos permitir que divergências políticas, salutares à democracia em que vivemos, se transformem em abusos ainda piores do que esse vivido hoje pelo prefeito”, afirmou Ângelo.
O constrangimento vivido na tarde de hoje pelo prefeito de Xapuri (município distante 153 km da capital), Vanderley Viana de Lima (PMDB), ao ser impedido por uma funcionária de entrar na Fundação Chico Mendes, deve virar ação judicial. O chefe de gabinete da prefeitura, Joscires de Oliveira Ângelo, afirmou que a procuradoria jurídica do município prepara a ação com base em “constrangimento ilegal, calúnia, injúria e difamação” contra a entidade.
Segundo nota de repúdio enviada à presidente da Fundação Chico Mendes, Elenira Mendes, filha do ecologista assassinado, o prefeito estava acompanhado de uma autoridade de outro município quando se dirigiu ao prédio da instituição e o impediram de entrar. Vanderley de Lima também foi destratado e agredido verbalmente na presença de várias testemunhas.
A nota condena a atitude da funcionária da fundação e afirma que o episódio macula a memória de Chico Mendes, responsável pela “heróica luta pela nivelação da igualdade social do povo xapuriense” e alerta para a “inversão de valores e de posturas que levam à opressão, ao desrespeito, à falta de compreensão e à agressividade barata” que tem origem, segundo o Ângelo, nas diferenças políticas do município.
De acordo com o chefe de gabinete, o episódio deve gerar ainda um inquérito policial. “A Fundação Chico Mendes é um local público e o prefeito Vanderley Viana de Lima, uma autoridade constituída pela soberania do voto da maioria dos moradores desta cidade”, afirmou.
O procurador jurídico de Xapuri, Miguel Ortiz, deverá protocolar nesta quarta-feira a ação judicial contra a entidade.
“Não podemos permitir que divergências políticas, salutares à democracia em que vivemos, se transformem em abusos ainda piores do que esse vivido hoje pelo prefeito”, afirmou Ângelo.
Frase do dia
"O PAC empacou". Paulo Rabello de Castro, presidente do Conselho de Planejamento da Fecomercio SP, fazendo coro a empresários que até agora não viram os efeitos do Programa de Aceleração do Crescimento do governo Lula. Na Folha de S. Paulo, edição desta terça-feira.
Marajás da saúde
O líder do PSDB na Assembléia Legislativa, Donald Fernandes, criticou na sessão desta terça-feira o valor pago aos médicos contratados pela Secretaria de Saúde do estado para dar plantão no Juruá. Segundo o tucano, eles recebem 1 mil reais por dia de trabalho. O mais grave, segundo Donald, é que o pagamento não consta no contra-cheque dos profissionais.
"Encaminho ao secretário Osvaldo Leal (Saúde) requerimento para esclarecer de que forma essas altas somas estão sendo pagas e quais os critérios para a contratação", afirmou o parlamentar.
Donald acredita que o valor pago aos médicos estimula a permanência deles na capital, já que a diária de 1 mil reais é alta em relação ao que os profissionais ganham por mês nos municípios.
"Com essa política haverá desistímulo à permanência no interior do estado", acredita o deputado.
"Encaminho ao secretário Osvaldo Leal (Saúde) requerimento para esclarecer de que forma essas altas somas estão sendo pagas e quais os critérios para a contratação", afirmou o parlamentar.
Donald acredita que o valor pago aos médicos estimula a permanência deles na capital, já que a diária de 1 mil reais é alta em relação ao que os profissionais ganham por mês nos municípios.
"Com essa política haverá desistímulo à permanência no interior do estado", acredita o deputado.
Lula quer que papa divulgue bolsa família
EDUARDO SCOLESE
LETÍCIA SANDER
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que pedirá ao papa Bento 16 que seja uma espécie de garoto-propaganda para divulgar pelo mundo os programas sociais do governo de combate à pobreza.
No encontro com o papa, nesta quinta-feira, além de enfatizar o papel do Bolsa Família, principal programa de transferência de renda do governo federal e que atende hoje a cerca de 11 milhões de famílias, Lula disse que deseja conversar com Bento 16 sobre o "processo de degradação da estrutura familiar brasileira".
O presidente citou a questão familiar em entrevista pela manhã a rede católica de rádios. Antes, havia falado a emissoras católicas de TV, o que ainda não foi ao ar. Voltou a discursar sobre o tema da família à tarde, no encontro do Conselho Nacional da Juventude, no Planalto.
Às rádios, Lula disse que os problemas sociais e da juventude do país somente serão resolvidos por meio da família. "Achar que o Estado pode resolver tudo é no mínimo uma grande heresia", disse.
À tarde, Lula seguiu na mesma linha e usou um exemplo de sua própria infância para exemplificar a questão. "[Quando] passava na feira, eu via aquelas maçãs da Argentina, tinha vontade de pegar uma e sair correndo, porque dinheiro eu nunca tinha para comprar. Entretanto, eu nunca fiz, porque eu tinha medo de que a minha mãe passasse vergonha se eu fosse pego com alguma coisa que não era minha." Leia mais aqui.
Comentário do blog: Heresia mesmo é Lula querer que o papa saia fazendo propaganda eleitoral do governo do PT. Daqui a pouco o presidente estará dispensado intermediários para despachar direto com Deus-pai-todo-poderoso. Amém.
LETÍCIA SANDER
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que pedirá ao papa Bento 16 que seja uma espécie de garoto-propaganda para divulgar pelo mundo os programas sociais do governo de combate à pobreza.
No encontro com o papa, nesta quinta-feira, além de enfatizar o papel do Bolsa Família, principal programa de transferência de renda do governo federal e que atende hoje a cerca de 11 milhões de famílias, Lula disse que deseja conversar com Bento 16 sobre o "processo de degradação da estrutura familiar brasileira".
O presidente citou a questão familiar em entrevista pela manhã a rede católica de rádios. Antes, havia falado a emissoras católicas de TV, o que ainda não foi ao ar. Voltou a discursar sobre o tema da família à tarde, no encontro do Conselho Nacional da Juventude, no Planalto.
Às rádios, Lula disse que os problemas sociais e da juventude do país somente serão resolvidos por meio da família. "Achar que o Estado pode resolver tudo é no mínimo uma grande heresia", disse.
À tarde, Lula seguiu na mesma linha e usou um exemplo de sua própria infância para exemplificar a questão. "[Quando] passava na feira, eu via aquelas maçãs da Argentina, tinha vontade de pegar uma e sair correndo, porque dinheiro eu nunca tinha para comprar. Entretanto, eu nunca fiz, porque eu tinha medo de que a minha mãe passasse vergonha se eu fosse pego com alguma coisa que não era minha." Leia mais aqui.
Comentário do blog: Heresia mesmo é Lula querer que o papa saia fazendo propaganda eleitoral do governo do PT. Daqui a pouco o presidente estará dispensado intermediários para despachar direto com Deus-pai-todo-poderoso. Amém.
segunda-feira, 7 de maio de 2007
Frase do dia
"A palavra é o canhão do homem livre", do escritor Antonio Sepulveda, no Jornal do Brasil desta segunda-feira. Leia o artigo aqui (para acessar é preciso fazer cadastro).
E Binho afinal arrumou o que fazer
Se o governo está parado, o governador Binho Marques arrumou o que fazer. A nova função é criar neologismos, ou seja, inventar palavras para nos enriquecer o vocabulário.
Na sua preleção de hoje, na Assembléia Legislativa, quando falou para vereadores de todos os municípios do Acre, Binho usou um termo novo, o tal de "empoderamento", que a imprensa já passou a replicar sem consultas aos dicionários. Fui a dois - o Aurélio e o Houaiss - e constatei que se trata de uma novidade vocabular, já que os lingüistas ignoram o que o seja "empoderar" ou "empoderamento".
Se o terceiro governo do PT não conseguir gerar riquezas, como não foi possível nos dois primeiros mandatos de Jorge Viana, ao menos os companheiros nos deixarão mais ricos de significados.
Ilhas da fantasia
Sempre que ouço um discurso do governador Binho Marques tenho a forte impressão de que a criatura não vê a hora de romper com o criador. Hoje na Aleac, por exemplo, o companheiro disse que não adianta criarem-se ilhas de fantasia em alguns pontos do Acre enquanto em outros não houver serviços mínimos a oferecer aos excluídos. Não seria uma indireta ao antecessor, Jorge Viana, que investiu em milionárias obras de urbanização em Rio Branco, enquanto o interior ficou ao Deus dará? Ou os petistas acreanos chegaram ao ponto de que tudo o que dizem se voltam contra eles próprios, tal a ginástica que precisam fazer para repetir as mesmas baboseiras de maneiras diferentes?
Binho afirmou, por exemplo, que o governo não pode desperdiçar recursos para que o estado rompa com a forte dependência dos repasses federais, etc e etc. Perguntei cá aos meus botões se o caso não se aplica aos recursos (mais de R$ 1 milhão por mês) que serão transferidos do Estado aos donos dos veículos de comunicação. Primeiro condenei os repasses. Depois entendi que a causa é nobre, já que sem o apoio da imprensa a população não poderá acompanhar os debates oficiais, agora eivados de "empoderamentos".
Na sua preleção de hoje, na Assembléia Legislativa, quando falou para vereadores de todos os municípios do Acre, Binho usou um termo novo, o tal de "empoderamento", que a imprensa já passou a replicar sem consultas aos dicionários. Fui a dois - o Aurélio e o Houaiss - e constatei que se trata de uma novidade vocabular, já que os lingüistas ignoram o que o seja "empoderar" ou "empoderamento".
Se o terceiro governo do PT não conseguir gerar riquezas, como não foi possível nos dois primeiros mandatos de Jorge Viana, ao menos os companheiros nos deixarão mais ricos de significados.
Ilhas da fantasia
Sempre que ouço um discurso do governador Binho Marques tenho a forte impressão de que a criatura não vê a hora de romper com o criador. Hoje na Aleac, por exemplo, o companheiro disse que não adianta criarem-se ilhas de fantasia em alguns pontos do Acre enquanto em outros não houver serviços mínimos a oferecer aos excluídos. Não seria uma indireta ao antecessor, Jorge Viana, que investiu em milionárias obras de urbanização em Rio Branco, enquanto o interior ficou ao Deus dará? Ou os petistas acreanos chegaram ao ponto de que tudo o que dizem se voltam contra eles próprios, tal a ginástica que precisam fazer para repetir as mesmas baboseiras de maneiras diferentes?
Binho afirmou, por exemplo, que o governo não pode desperdiçar recursos para que o estado rompa com a forte dependência dos repasses federais, etc e etc. Perguntei cá aos meus botões se o caso não se aplica aos recursos (mais de R$ 1 milhão por mês) que serão transferidos do Estado aos donos dos veículos de comunicação. Primeiro condenei os repasses. Depois entendi que a causa é nobre, já que sem o apoio da imprensa a população não poderá acompanhar os debates oficiais, agora eivados de "empoderamentos".
domingo, 6 de maio de 2007
Lógica de cabaré
O deputado estadual Moisés Diniz (PC do B) resolveu sair em defesa da colocação do Acre no Ideb, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica. A matéria foi publicada no jornal Página 20 de sábado. Para ele, o 12º lugar no levantamento prova que a educação do Acre, um "estado-criança", está no rumo certo.
Como o comunista ora se apresenta sob a capa da tolice, ora sob o manto da esperteza, não sei se no caso do Ideb ele está sendo tonto ou arguto. O fato é que sua defesa se ampara não no mérito da educação acreana, mas no demérito de outros estados. É a sua lógica de cabaré falando alto.
Para o deputado as coisas aqui vão bem quando estão piores no resto do país. Trata-se, claro, de um sofisma, que rapidamente revela sua vileza se trocarmos os elementos das premissas. Se no lugar da educação colocarmos, por exemplo, a miséria, o comunista dirá que ela é satisfatória no Acre, já que em São Paulo e no Rio de Janeiro há miseráveis em pior situação que os daqui. Claro que isso é uma inversão da coerência, que em Diniz sempre se apresenta subjugada às suas vinculações políticas.
Citar o estado falimentar do Acre como critério para comemoração no levantamento é outra insensatez de quem mais tarde terá de defender os "avanços" sociais do PT. O argumento também invalida outra afirmação do deputado, uma vez que a escola melhor pontuada no Ideb fica em uma das zonas mais carentes do Distrito Federal. Carência de recursos não é o principal problema da educação acreana, e o próprio concorda com isso quando se refere ao Paraná e Rio de Janeiro como exemplos dos que em algum ponto do levantamento ficaram abaixo de nós.
Mas a informação de que nenhum município acreano figura entre as 243 cidades que atingiram 5 pontos ou mais no índice que vai de zero a dez sequer foi mencionada pelo comunista. Esse seria o aspecto mais relevante da questão para quem deseja tratá-lo com seriedade. Começar por admitir que fomos reprovados no levantamento seria um gesto de grandeza que não se viu ainda em Moisés Diniz. Nele, infelizmente, o educador se apequena ante o político. Apressado em apresentar argumentos favoráveis ao governo dos companheiros, o parlamentar enfia o professor no bolso do paletó sempre que sobe à tribuna da Aleac.
Diniz se distingue pela frivolidade. Tem sido pródigo em apresentar projetos inócuos, como o que obriga o governo a dar publicidade às informações da Secretaria de Segurança Pública, dever a que o governo se vê obrigado por imposição constitucional. Ou aquele outro que permite a um empresário escorchado pela carga tributária adotar um estudante, fazendo as vezes de Estado enquanto o governo malbarata o dinheiro da patuléia em publicidade da Companhia de $elva.
A educação, como se vê, é um tema recorrente nos discursos do deputado Diniz. Professor de História com experiência em sala de aula, ele quer se mostrar atento às questões pertinentes ao assunto. Estou seguro de que sua atuação seria bem mais útil dentro da escola (onde poderia lutar para melhorar a colocação do Acre no Ideb e no Enem), que na Assembléia Legislativa.
É uma sugestão que deixo a seus eleitores.
Como o comunista ora se apresenta sob a capa da tolice, ora sob o manto da esperteza, não sei se no caso do Ideb ele está sendo tonto ou arguto. O fato é que sua defesa se ampara não no mérito da educação acreana, mas no demérito de outros estados. É a sua lógica de cabaré falando alto.
Para o deputado as coisas aqui vão bem quando estão piores no resto do país. Trata-se, claro, de um sofisma, que rapidamente revela sua vileza se trocarmos os elementos das premissas. Se no lugar da educação colocarmos, por exemplo, a miséria, o comunista dirá que ela é satisfatória no Acre, já que em São Paulo e no Rio de Janeiro há miseráveis em pior situação que os daqui. Claro que isso é uma inversão da coerência, que em Diniz sempre se apresenta subjugada às suas vinculações políticas.
Citar o estado falimentar do Acre como critério para comemoração no levantamento é outra insensatez de quem mais tarde terá de defender os "avanços" sociais do PT. O argumento também invalida outra afirmação do deputado, uma vez que a escola melhor pontuada no Ideb fica em uma das zonas mais carentes do Distrito Federal. Carência de recursos não é o principal problema da educação acreana, e o próprio concorda com isso quando se refere ao Paraná e Rio de Janeiro como exemplos dos que em algum ponto do levantamento ficaram abaixo de nós.
Mas a informação de que nenhum município acreano figura entre as 243 cidades que atingiram 5 pontos ou mais no índice que vai de zero a dez sequer foi mencionada pelo comunista. Esse seria o aspecto mais relevante da questão para quem deseja tratá-lo com seriedade. Começar por admitir que fomos reprovados no levantamento seria um gesto de grandeza que não se viu ainda em Moisés Diniz. Nele, infelizmente, o educador se apequena ante o político. Apressado em apresentar argumentos favoráveis ao governo dos companheiros, o parlamentar enfia o professor no bolso do paletó sempre que sobe à tribuna da Aleac.
Diniz se distingue pela frivolidade. Tem sido pródigo em apresentar projetos inócuos, como o que obriga o governo a dar publicidade às informações da Secretaria de Segurança Pública, dever a que o governo se vê obrigado por imposição constitucional. Ou aquele outro que permite a um empresário escorchado pela carga tributária adotar um estudante, fazendo as vezes de Estado enquanto o governo malbarata o dinheiro da patuléia em publicidade da Companhia de $elva.
A educação, como se vê, é um tema recorrente nos discursos do deputado Diniz. Professor de História com experiência em sala de aula, ele quer se mostrar atento às questões pertinentes ao assunto. Estou seguro de que sua atuação seria bem mais útil dentro da escola (onde poderia lutar para melhorar a colocação do Acre no Ideb e no Enem), que na Assembléia Legislativa.
É uma sugestão que deixo a seus eleitores.
A morte do garoto de Programa
Diogo Mainardi, da Veja
"O jornal Hora do Povo recomendou minha morte. Seus combatentes dizem saber o que o 'vil metal' significa para mim. Eu sei o que o 'vil metal' significa para eles. O MR-8 pulou heroicamente do terrorismo para o colo de Orestes Quércia. Passou por Anthony Garotinho. Fez negócios com Saddam Hussein. O lulismo está financiando o MR-8 com o 'vil metal' dos meus impostos. É como se eu pagasse para alguém me matar"
O jornal Hora do Povo recomendou minha morte. A fatwa foi publicada na semana passada, em artigo de primeira página:
Condenado com seus patrões da VEJA a pagar 30.000 reais ao ministro Franklin Martins, em processo por calúnia, o garoto de programa Diego Mainardi houve por bem se auto-intitular "o Bacuri do petismo". Bacuri foi martirizado por 109 dias seguidos no Deops e perdeu a vida em 1970 por negar-se a revelar aos algozes informações que pudessem prejudicar o andamento da luta revolucionária contra a ditadura. Foi um herói na plena acepção da palavra. Já o pequeno canalha perdeu apenas algum dinheiro. Sabemos o que o vil metal significa para certo tipo de pessoa. Ainda assim, ao que tudo indica ele está pedindo para perder algo mais. Pode ficar tranqüilo. Não faltarão almas pias para fazer a sua vontade.
Eu engulo ser chamado de garoto de programa ou de pequeno canalha. Já recebi ofensas piores. Fazem parte do meu trabalho. Mas dizer que estou pedindo para morrer é ir longe demais. O lulismo está cheio de almas pias. Há almas pias dispostas a roubar. Há almas pias dispostas a chantagear. Há almas pias dispostas a comprar deputados. Há almas pias dispostas a matar prefeitos. O risco é aparecer uma alma pia disposta a dar um teco nesse tal de "Diego".
A Hora do Povo é do MR-8. Durante o regime militar, o grupo se dedicou ao terrorismo. Especializou-se em assaltos a bancos e supermercados. Depois de sofrer uma série de derrotas para a ditadura, desistiu do terrorismo em 1972. A última ameaça de morte do MR-8 foi feita ao diplomata americano Charles Burke Elbrick, raptado por seus militantes em 1969. Só agora, 38 anos mais tarde, eles ganharam coragem para flertar novamente com o terrorismo, incitando algum desajustado a fazer comigo o que os assassinos do Deops fizeram com Bacuri.
Os combatentes da Hora do Povo dizem saber o que o "vil metal" significa para mim. Eu sei o que o "vil metal" significa para eles. O MR-8 pulou heroicamente do terrorismo para o colo de Orestes Quércia. Passou por Anthony Garotinho. Fez negócios com Saddam Hussein. Dois meses atrás, num editorial, o jornal mendigou uns trocados a Lula, reclamando da falta de publicidade federal desde 23 de agosto de 2006. Coincidentemente, como mostrou Reinaldo Azevedo em seu blog, os gastos em propaganda do governo na Hora do Povo foram retomados no número seguinte à ameaça de morte feita contra mim, com um anúncio de meia página da Receita Federal. O lulismo está financiando o MR-8 com o "vil metal" dos meus impostos. É como se eu pagasse para alguém me matar.
Eu sempre zombei dos lulistas. Mas há um aspecto inquietante nisso tudo. Um aspecto que vai muito além da bufonaria e da chanchada. O MR-8 defende publicamente a morte de um cronista da mesma maneira que defende publicamente o terceiro mandato de Lula. O lulismo desembestou. Os garotos de programa que se cuidem.
"O jornal Hora do Povo recomendou minha morte. Seus combatentes dizem saber o que o 'vil metal' significa para mim. Eu sei o que o 'vil metal' significa para eles. O MR-8 pulou heroicamente do terrorismo para o colo de Orestes Quércia. Passou por Anthony Garotinho. Fez negócios com Saddam Hussein. O lulismo está financiando o MR-8 com o 'vil metal' dos meus impostos. É como se eu pagasse para alguém me matar"
O jornal Hora do Povo recomendou minha morte. A fatwa foi publicada na semana passada, em artigo de primeira página:
Condenado com seus patrões da VEJA a pagar 30.000 reais ao ministro Franklin Martins, em processo por calúnia, o garoto de programa Diego Mainardi houve por bem se auto-intitular "o Bacuri do petismo". Bacuri foi martirizado por 109 dias seguidos no Deops e perdeu a vida em 1970 por negar-se a revelar aos algozes informações que pudessem prejudicar o andamento da luta revolucionária contra a ditadura. Foi um herói na plena acepção da palavra. Já o pequeno canalha perdeu apenas algum dinheiro. Sabemos o que o vil metal significa para certo tipo de pessoa. Ainda assim, ao que tudo indica ele está pedindo para perder algo mais. Pode ficar tranqüilo. Não faltarão almas pias para fazer a sua vontade.
Eu engulo ser chamado de garoto de programa ou de pequeno canalha. Já recebi ofensas piores. Fazem parte do meu trabalho. Mas dizer que estou pedindo para morrer é ir longe demais. O lulismo está cheio de almas pias. Há almas pias dispostas a roubar. Há almas pias dispostas a chantagear. Há almas pias dispostas a comprar deputados. Há almas pias dispostas a matar prefeitos. O risco é aparecer uma alma pia disposta a dar um teco nesse tal de "Diego".
A Hora do Povo é do MR-8. Durante o regime militar, o grupo se dedicou ao terrorismo. Especializou-se em assaltos a bancos e supermercados. Depois de sofrer uma série de derrotas para a ditadura, desistiu do terrorismo em 1972. A última ameaça de morte do MR-8 foi feita ao diplomata americano Charles Burke Elbrick, raptado por seus militantes em 1969. Só agora, 38 anos mais tarde, eles ganharam coragem para flertar novamente com o terrorismo, incitando algum desajustado a fazer comigo o que os assassinos do Deops fizeram com Bacuri.
Os combatentes da Hora do Povo dizem saber o que o "vil metal" significa para mim. Eu sei o que o "vil metal" significa para eles. O MR-8 pulou heroicamente do terrorismo para o colo de Orestes Quércia. Passou por Anthony Garotinho. Fez negócios com Saddam Hussein. Dois meses atrás, num editorial, o jornal mendigou uns trocados a Lula, reclamando da falta de publicidade federal desde 23 de agosto de 2006. Coincidentemente, como mostrou Reinaldo Azevedo em seu blog, os gastos em propaganda do governo na Hora do Povo foram retomados no número seguinte à ameaça de morte feita contra mim, com um anúncio de meia página da Receita Federal. O lulismo está financiando o MR-8 com o "vil metal" dos meus impostos. É como se eu pagasse para alguém me matar.
Eu sempre zombei dos lulistas. Mas há um aspecto inquietante nisso tudo. Um aspecto que vai muito além da bufonaria e da chanchada. O MR-8 defende publicamente a morte de um cronista da mesma maneira que defende publicamente o terceiro mandato de Lula. O lulismo desembestou. Os garotos de programa que se cuidem.
Augusto Nunes denuncia ofensiva do governo Lula contra jornalistas
Excelente o artigo do jornalista Augusto Nunes, no Jornal do Brasil deste domingo (para acessar é preciso fazer cadastro). Nunes trata da ameaça de morte do MR-8 ao colunista de Veja, Diogo Mainardi, publicada no jornal A Hora do Povo, anabolizado com dinheiro público via informe publicitário da Receita Federal. O articulista, um dos mais bem informados do Brasil, denuncia o que chama de atentado à democracia, e alerta para ofensiva contra jornalistas independentes iniciada junto com a Era Lula (também denunciada por Reinaldo Azevedo, de Veja, e pelo próprio Mainardi).
Augusto Nunes escreve com elegância e muita contundência. Vale a pena ler seus textos.
Augusto Nunes escreve com elegância e muita contundência. Vale a pena ler seus textos.
Morre o acreano Enéas Carneiro
Morreu de leucemia neste domingo, aos 68 anos de idade, o deputado federal Enéas Carneiro. Acreano de Rio Branco, Enéas criou o extinto Prona (Partido da Reedificação da Ordem Nacional) e ganhou projeção ao candidatar-se à presidência da República em 1989. Tinha apenas 17 segundos de tempo no horário eleitoral e o bordão "Meu nome é Enéas".
Eleito três vezes deputado federal por São Paulo, teve a maior votação da história do país: 1,7 milhão de votos.
A Câmara Federal decretou luto oficial e suspendeu a sessão de amanhã.
Eleito três vezes deputado federal por São Paulo, teve a maior votação da história do país: 1,7 milhão de votos.
A Câmara Federal decretou luto oficial e suspendeu a sessão de amanhã.
O poder desgasta. E muito
Da coluna Poronga, jornal Página 20:
Reflexo no município
Não são favas contadas a reeleição do prefeito Raimundo Angelim (PT). Quem se der o trabalho de andar nas ruas e conversar com as pessoas logo perceberá que há um grau de insatisfação muito grande. O curioso é que a insatisfação não é com a prefeitura, mas com o governo. O reflexo no campo municipal será inevitável.
Comentário do blog: Quando o jornal oficial do governo afirma uma coisa dessas, pode-se avaliar que é ainda maior o estrago político na imagem dos companheiros.
Reflexo no município
Não são favas contadas a reeleição do prefeito Raimundo Angelim (PT). Quem se der o trabalho de andar nas ruas e conversar com as pessoas logo perceberá que há um grau de insatisfação muito grande. O curioso é que a insatisfação não é com a prefeitura, mas com o governo. O reflexo no campo municipal será inevitável.
Comentário do blog: Quando o jornal oficial do governo afirma uma coisa dessas, pode-se avaliar que é ainda maior o estrago político na imagem dos companheiros.
A lógica da conveniência
Em entrevista ao jornal O Rio Branco deste domingo, o deputado comunista Moisés Diniz revela ser contra o aumento unificado para os servidores da educação, porque quem ganha mais teria, obviamente, maior vantagem no aumento.
O trecho da entrevista em que Diniz fala sobre o assunto é o seguinte:
O RIO BRANCO - O senhor defende, então, mais apoio para os que ganham menos?
MOISÉS DINIZ - O que mais me constrange é ver os governantes dando aumentos unificados. Um aumento de 10%, por exemplo, para quem ganha R$ 500, significa apenas R$ 50 a mais no bolso. Mas, para quem ganha R$ 6.000, haverá uma entrada robusta de R$ 600, ou seja, só o aumento do bacana é maior do que o salário do outro. Sou contra essas injustiças!
Moisés Diniz está correto no raciocínio. Mas como a lógica de alguns se ajusta facilmente às circunstâncias, é preciso lembrar que o senso de justiça do deputado é tão maleável quanto sua indignação. Para Diniz, é inconcebível dar aumento unificado aos professores, mas legítimo que a população inteira arque com a aposentadoria de ex-governadores.
O problema é que ao defender a vantagem dada pelos companheiros a si mesmos, o deputado avaliza o rombo de R$ 3,5 milhões por ano no combalido orçamento estadual. E por isso se desautoriza a falar em defesa de quem quer que seja.
O trecho da entrevista em que Diniz fala sobre o assunto é o seguinte:
O RIO BRANCO - O senhor defende, então, mais apoio para os que ganham menos?
MOISÉS DINIZ - O que mais me constrange é ver os governantes dando aumentos unificados. Um aumento de 10%, por exemplo, para quem ganha R$ 500, significa apenas R$ 50 a mais no bolso. Mas, para quem ganha R$ 6.000, haverá uma entrada robusta de R$ 600, ou seja, só o aumento do bacana é maior do que o salário do outro. Sou contra essas injustiças!
Moisés Diniz está correto no raciocínio. Mas como a lógica de alguns se ajusta facilmente às circunstâncias, é preciso lembrar que o senso de justiça do deputado é tão maleável quanto sua indignação. Para Diniz, é inconcebível dar aumento unificado aos professores, mas legítimo que a população inteira arque com a aposentadoria de ex-governadores.
O problema é que ao defender a vantagem dada pelos companheiros a si mesmos, o deputado avaliza o rombo de R$ 3,5 milhões por ano no combalido orçamento estadual. E por isso se desautoriza a falar em defesa de quem quer que seja.
O capitalismo em falta
Fernando Rodrigues, do uol
BRASÍLIA - Quem já vendeu um carro conhece a lógica do sistema capitalista. O dono sempre acha que o seu produto vale mais do que os compradores aceitam pagar. Entra-se então numa discussão bizantina sobre algo inexistente: qual deveria ser o "preço justo".
Num sistema liberal, onde estão em vigor as regras do mercado, não existe "preço justo". O que há é disponibilidade para pagar ou não.
Os ternos bem cortados de Lula possivelmente não seriam comprados pelos amigos metalúrgicos do petista no ABC. Uma peça de vestuário como as que veste o presidente fica na faixa dos R$ 4 mil a R$ 5 mil na rua Oscar Freire, em São Paulo. Muita gente considerará esse preço injusto. O Planalto deve pagar pelos costumes lulistas com o cartão de crédito corporativo da Presidência. Ninguém por lá ousa pensar em injustiça. Assim funciona o capitalismo.
Não sei se Lula já vendeu algum automóvel, mas ontem o presidente usou a expressão "preço justo". Foi num discurso palanqueiro sobre a imposição da licença compulsória ao remédio Efavirenz, utilizado por pacientes portadores do vírus da Aids. Eis a frase do petista:
"Hoje é o Efavirenz, mas amanhã pode ser qualquer outro comprimido, ou seja, se não estiver com os preços que são justos (...) nós temos que tomar essa decisão. Entre o nosso comércio e a nossa saúde, vamos cuidar da nossa saúde".
Lula foi aplaudido. Nada contra sua preocupação com a saúde. O ponto é outro. Se é mesmo verdade que o governo do Brasil esgotou todas as negociações com o laboratório dentro das regras, a quebra de patente não é motivo de comemoração -mas de lamento pelo fracasso dos limites estabelecidos. O presidente parecia ontem tomado de júbilo por intervir numa decisão de uma empresa privada. Um ato falho, talvez. Ficou alegre pela falta de capitalismo no país.
BRASÍLIA - Quem já vendeu um carro conhece a lógica do sistema capitalista. O dono sempre acha que o seu produto vale mais do que os compradores aceitam pagar. Entra-se então numa discussão bizantina sobre algo inexistente: qual deveria ser o "preço justo".
Num sistema liberal, onde estão em vigor as regras do mercado, não existe "preço justo". O que há é disponibilidade para pagar ou não.
Os ternos bem cortados de Lula possivelmente não seriam comprados pelos amigos metalúrgicos do petista no ABC. Uma peça de vestuário como as que veste o presidente fica na faixa dos R$ 4 mil a R$ 5 mil na rua Oscar Freire, em São Paulo. Muita gente considerará esse preço injusto. O Planalto deve pagar pelos costumes lulistas com o cartão de crédito corporativo da Presidência. Ninguém por lá ousa pensar em injustiça. Assim funciona o capitalismo.
Não sei se Lula já vendeu algum automóvel, mas ontem o presidente usou a expressão "preço justo". Foi num discurso palanqueiro sobre a imposição da licença compulsória ao remédio Efavirenz, utilizado por pacientes portadores do vírus da Aids. Eis a frase do petista:
"Hoje é o Efavirenz, mas amanhã pode ser qualquer outro comprimido, ou seja, se não estiver com os preços que são justos (...) nós temos que tomar essa decisão. Entre o nosso comércio e a nossa saúde, vamos cuidar da nossa saúde".
Lula foi aplaudido. Nada contra sua preocupação com a saúde. O ponto é outro. Se é mesmo verdade que o governo do Brasil esgotou todas as negociações com o laboratório dentro das regras, a quebra de patente não é motivo de comemoração -mas de lamento pelo fracasso dos limites estabelecidos. O presidente parecia ontem tomado de júbilo por intervir numa decisão de uma empresa privada. Um ato falho, talvez. Ficou alegre pela falta de capitalismo no país.
sexta-feira, 4 de maio de 2007
O PT não vai de ônibus
Archibaldo Antunes
O prefeito Raimundo Angelim cultiva amigos no comércio. Um deles, o dono da Real Norte, acha que esse tipo de amizade deve render ônus à patuléia. Generoso, Éder Pinheiro doou quase 100 mil reais em camisetas à campanha do então candidato petista, segundo notas fiscais enviadas à Justiça Eleitoral. Compradas da empresa Coteminas, do vice-presidente José Alencar, as camisetas vieram de boing. O povo, porém, só vai de ônibus.
Todos sabem que a amizade em torno do poder não é gratuita. Ambos – prefeito e empresário – têm consciência de que favores se pagam. Fiel aos financiadores de campanha, Angelim tratou de avalizar o aumento da tarifa de ônibus, que tunga mais uma vez o bolso do pobre. Também mostrou toda sua gratidão quando no início do mandato resolveu alugar, do amigo José Bestene, o prédio onde funciona a prefeitura.
A atitude do prefeito, camuflada sob as espertezas de quem faz cara de bonzinho ao cometer muitas maldades, revela um PT que se acostumou a tirar dos pobres para dar aos ricos. Uma espécie de Hobin Wood às avessas.
Feito o estrago, percutido nas ruas no apitaço dos estudantes descontentes, escalaram o assessor político da prefeitura de Rio Branco, Francisco Nepomuceno, para falar do aumento. “Carioca”, como é mais conhecido, repisou a lengalenga de que a culpa é da oposição. Atribuiu a Marcio Bittar o alvoroço que pôs em movimento o protesto legítimo. E minimizou o aumento como se o trabalhador brasileiro fosse obrigado a pagar as contas do PT.
Como ganha bem e não anda de ônibus, Carioca ironizou a tunga de R$ 3,90 que os empresários querem aplicar aos estudantes. Ridicularizou também os R$ 7,80 que os trabalhadores terão de desembolsar caso o aumento vigore. Não fez, porém, projeções realistas, já que numa única família pode haver até cinco pessoas que dependem dos coletivos.
Na lógica circense do professor Nepomuceno, Angelim é um herói por ter cortado o aumento pela metade. Era tal o entusiasmo na defesa do prefeito que um desavisado teria pensado se tratar de um desconto na tarifa.
Atribuir a Marcio Bittar a reação dos que se mostram indignados ante o aumento é mais uma sutileza petista. Mas como esperteza demais resulta em desdém à inteligência alheia, Carioca cometeu uma deselegância ao subestimar a compreensão dos que nada tem a ver com as querelas políticas. É no mínimo arrogante achar que a patuléia não distingue quem lhe enfia a mão no bolso, seja qual for o nome que queiram dar à tungada.
Creio, inclusive, que a oposição teria de ter capitalizado sim a refrega, como fez a petelhada a vida toda. PPS, PDT, PSOL, PFL, PMDB e PSDB deveriam ter politizado o movimento, exigindo também que os usuários do transporte coletivo não fossem penalizados pela simbiose entre a Real Norte e a Frente Popular do Acre.
Pois não se trata apenas de se aproveitar do desgaste político de quem tira do trabalhador para dar ao patrão, mas de mostrar que a ética petista, propalada aos quatro cantos deste país, mais uma vez está sendo jogada na lata do lixo da História.
Comentário: o artigo é de fevereiro de 2006, quando a passagem de ônibus passou de R$ 1,50 para R$ 1,75. Mas o tema continua atual, conforme explicado no post aí embaixo.
O prefeito Raimundo Angelim cultiva amigos no comércio. Um deles, o dono da Real Norte, acha que esse tipo de amizade deve render ônus à patuléia. Generoso, Éder Pinheiro doou quase 100 mil reais em camisetas à campanha do então candidato petista, segundo notas fiscais enviadas à Justiça Eleitoral. Compradas da empresa Coteminas, do vice-presidente José Alencar, as camisetas vieram de boing. O povo, porém, só vai de ônibus.
Todos sabem que a amizade em torno do poder não é gratuita. Ambos – prefeito e empresário – têm consciência de que favores se pagam. Fiel aos financiadores de campanha, Angelim tratou de avalizar o aumento da tarifa de ônibus, que tunga mais uma vez o bolso do pobre. Também mostrou toda sua gratidão quando no início do mandato resolveu alugar, do amigo José Bestene, o prédio onde funciona a prefeitura.
A atitude do prefeito, camuflada sob as espertezas de quem faz cara de bonzinho ao cometer muitas maldades, revela um PT que se acostumou a tirar dos pobres para dar aos ricos. Uma espécie de Hobin Wood às avessas.
Feito o estrago, percutido nas ruas no apitaço dos estudantes descontentes, escalaram o assessor político da prefeitura de Rio Branco, Francisco Nepomuceno, para falar do aumento. “Carioca”, como é mais conhecido, repisou a lengalenga de que a culpa é da oposição. Atribuiu a Marcio Bittar o alvoroço que pôs em movimento o protesto legítimo. E minimizou o aumento como se o trabalhador brasileiro fosse obrigado a pagar as contas do PT.
Como ganha bem e não anda de ônibus, Carioca ironizou a tunga de R$ 3,90 que os empresários querem aplicar aos estudantes. Ridicularizou também os R$ 7,80 que os trabalhadores terão de desembolsar caso o aumento vigore. Não fez, porém, projeções realistas, já que numa única família pode haver até cinco pessoas que dependem dos coletivos.
Na lógica circense do professor Nepomuceno, Angelim é um herói por ter cortado o aumento pela metade. Era tal o entusiasmo na defesa do prefeito que um desavisado teria pensado se tratar de um desconto na tarifa.
Atribuir a Marcio Bittar a reação dos que se mostram indignados ante o aumento é mais uma sutileza petista. Mas como esperteza demais resulta em desdém à inteligência alheia, Carioca cometeu uma deselegância ao subestimar a compreensão dos que nada tem a ver com as querelas políticas. É no mínimo arrogante achar que a patuléia não distingue quem lhe enfia a mão no bolso, seja qual for o nome que queiram dar à tungada.
Creio, inclusive, que a oposição teria de ter capitalizado sim a refrega, como fez a petelhada a vida toda. PPS, PDT, PSOL, PFL, PMDB e PSDB deveriam ter politizado o movimento, exigindo também que os usuários do transporte coletivo não fossem penalizados pela simbiose entre a Real Norte e a Frente Popular do Acre.
Pois não se trata apenas de se aproveitar do desgaste político de quem tira do trabalhador para dar ao patrão, mas de mostrar que a ética petista, propalada aos quatro cantos deste país, mais uma vez está sendo jogada na lata do lixo da História.
Comentário: o artigo é de fevereiro de 2006, quando a passagem de ônibus passou de R$ 1,50 para R$ 1,75. Mas o tema continua atual, conforme explicado no post aí embaixo.
Prefeito amigo da onça
Eleito para representar a população da capital do Acre, o prefeito Raimundo Angelim (PT) resolveu defender os interesses dos proprietários das empresas de transporte coletivo. Em entrevista ao jornal A Tribuna, edição desta sexta-feira, Angelim afirmou que empresário não vive de "filantropia", e que o aumento de tarifa "é uma questão de tempo". Hoje a tarifa de ônibus em Rio Branco é de R$ 1,75.
Mesmo não sendo filantropos com a população, como afirmou o prefeito petista, os empresários são caridosos quando lhes convém. O dono da real Norte, por exemplo, declarou à Justiça Eleitoral doação em 2004 de quase R$ 100 mil em camisetas à campanha de Angelim (conforme explicado no artigo aí de cima).
“Tenho que ver a situação dos usuários, a questão social, mas sem esquecer da viabilidade econômica das empresas. Os empresários não vivem de filantropia”, disse o prefeito ao repórter Jairo Barbosa.
A pérola da matéria fica por conta do seguinte raciocínio do prefeito de Rio Branco: se houver um esforço conjunto do governo federal, estados e municípios, o preço das passagens em todo o país pode ser reduzido, bastando que os governos diminuam a carga tributária que recai sobre as empresas. “Sou a favor no caso de uma decisão conjunta. O IPI e os encargos sobre as montadoras de ônibus e, principalmente, do combustível sendo reduzidos permitirá que as empresas diminuam o preço das passagens, porque terão logicamente menores despesas também”, analisou o Angelim.
Ora, o prefeito vai permitir a majoração da tarifa sob argumento de que seus amigos poderosos do andar de cima não fazem "filantropia", mas candidamente sugere que a maldade seja revertida com esforço conjunto do governo federal, estados e municípios. Trata-se de cometer um ato ruim com as próprias mãos e esperar que ele seja reparado pelas mãos alheias, cada vez mais ávidas pelos impostos. Alguém precisa avisar ao prefeito amigo da onça que o governo Lula manteve a cobrança da CPMF, o que mostra que nessipaiz ninguém quer abrir mão do dinheiro do zé povinho.
Mesmo não sendo filantropos com a população, como afirmou o prefeito petista, os empresários são caridosos quando lhes convém. O dono da real Norte, por exemplo, declarou à Justiça Eleitoral doação em 2004 de quase R$ 100 mil em camisetas à campanha de Angelim (conforme explicado no artigo aí de cima).
“Tenho que ver a situação dos usuários, a questão social, mas sem esquecer da viabilidade econômica das empresas. Os empresários não vivem de filantropia”, disse o prefeito ao repórter Jairo Barbosa.
A pérola da matéria fica por conta do seguinte raciocínio do prefeito de Rio Branco: se houver um esforço conjunto do governo federal, estados e municípios, o preço das passagens em todo o país pode ser reduzido, bastando que os governos diminuam a carga tributária que recai sobre as empresas. “Sou a favor no caso de uma decisão conjunta. O IPI e os encargos sobre as montadoras de ônibus e, principalmente, do combustível sendo reduzidos permitirá que as empresas diminuam o preço das passagens, porque terão logicamente menores despesas também”, analisou o Angelim.
Ora, o prefeito vai permitir a majoração da tarifa sob argumento de que seus amigos poderosos do andar de cima não fazem "filantropia", mas candidamente sugere que a maldade seja revertida com esforço conjunto do governo federal, estados e municípios. Trata-se de cometer um ato ruim com as próprias mãos e esperar que ele seja reparado pelas mãos alheias, cada vez mais ávidas pelos impostos. Alguém precisa avisar ao prefeito amigo da onça que o governo Lula manteve a cobrança da CPMF, o que mostra que nessipaiz ninguém quer abrir mão do dinheiro do zé povinho.
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