Eleito para representar a população da capital do Acre, o prefeito Raimundo Angelim (PT) resolveu defender os interesses dos proprietários das empresas de transporte coletivo. Em entrevista ao jornal A Tribuna, edição desta sexta-feira, Angelim afirmou que empresário não vive de "filantropia", e que o aumento de tarifa "é uma questão de tempo". Hoje a tarifa de ônibus em Rio Branco é de R$ 1,75.
Mesmo não sendo filantropos com a população, como afirmou o prefeito petista, os empresários são caridosos quando lhes convém. O dono da real Norte, por exemplo, declarou à Justiça Eleitoral doação em 2004 de quase R$ 100 mil em camisetas à campanha de Angelim (conforme explicado no artigo aí de cima).
“Tenho que ver a situação dos usuários, a questão social, mas sem esquecer da viabilidade econômica das empresas. Os empresários não vivem de filantropia”, disse o prefeito ao repórter Jairo Barbosa.
A pérola da matéria fica por conta do seguinte raciocínio do prefeito de Rio Branco: se houver um esforço conjunto do governo federal, estados e municípios, o preço das passagens em todo o país pode ser reduzido, bastando que os governos diminuam a carga tributária que recai sobre as empresas. “Sou a favor no caso de uma decisão conjunta. O IPI e os encargos sobre as montadoras de ônibus e, principalmente, do combustível sendo reduzidos permitirá que as empresas diminuam o preço das passagens, porque terão logicamente menores despesas também”, analisou o Angelim.
Ora, o prefeito vai permitir a majoração da tarifa sob argumento de que seus amigos poderosos do andar de cima não fazem "filantropia", mas candidamente sugere que a maldade seja revertida com esforço conjunto do governo federal, estados e municípios. Trata-se de cometer um ato ruim com as próprias mãos e esperar que ele seja reparado pelas mãos alheias, cada vez mais ávidas pelos impostos. Alguém precisa avisar ao prefeito amigo da onça que o governo Lula manteve a cobrança da CPMF, o que mostra que nessipaiz ninguém quer abrir mão do dinheiro do zé povinho.
sexta-feira, 4 de maio de 2007
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