Mapeamento do MEC sobre situação do ensino básico e médio no estado não será visto nos jornais locais por uma razão simples: as informações confirmam que a educação acreana vai mal
Cinco dias após a divulgação dos dados reunidos pelo Ministério da Educação sobre a situação do ensino fundamental e médio nos estados e municípios brasileiros, os jornais do Acre não dedicaram ao tema nenhuma matéria. A explicação para o silêncio é simples: o levantamento confirma a suspeita de que algo está errado com o ensino acreano, fato antecipado pela pífia colocação no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), no qual o estado amargou a penúltima colocação e cuja eficiência como instrumento de avaliação o governo insiste em desqualificar.
O Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) é um indicador criado pelo governo federal para orientar o direcionamento de verbas da educação. O cumprimento das metas previstas resultará em mais dinheiro para que estados e municípios invistam no ensino. O levantamento foi dividido em duas fases: da 1ª a 4ª e da 5ª a 8ª série. E calculado com base em dados de 2005 do Prova Brasil e do Saeb (Sistema de Avaliação do Ensino Básico), realizados pelo MEC a cada dois anos.
O Brasil tem hoje Ideb médio de 3,8 na primeira fase (1ª a 4ª série), 3,5 na segunda fase (5ª a 8ª série) e 3,4 no ensino médio.
Segundo o levantamento, a situação atual do ensino no país é dramática. Das 4.349 cidades avaliadas, apenas 243 conseguiram média igual ou superior a 5 numa escala que vai de zero a dez. O Acre recebeu média 3,3 no ranking estadual, o equivalente a 12ª colocação. E nenhum município do estado atingiu 5 pontos.
O melhor desempenho é de Rio Branco na primeira fase (1ª a 4ª série), com média 4,2. Mas na segunda fase (5ª a 8ª série) o município recebeu decepcionantes 2,8 pontos. Em seguida aparece Cruzeiro do Sul, com médias 3,6 e 3,8. Xapuri figura em terceiro lugar, com médias 2,9 nas duas fases.
A pior colocação é do município de Manoel Urbano, com média 1,9 no ensino de 1ª a 4ª série.
Explicação necessária
Como em sua maioria os colegas jornalistas se acostumaram a receber tudo mastigado da assessoria de comunicação do governo, o assunto Ideb passou em branco. No universo jornalístico acreano todo tema que não gira na órbita oficial tem sido plenamente ignorado, o que demonstra o despreparo que reina na maioria das redações.
Pior do que isso apenas a atuação dos imprudentes por natureza, que saem a dar publicidade a qualquer boato que ouvem pelas esquinas. Sequer se dão ao trabalho de checar as informações que publicam, ou as corrigem após confirmação contrária.
Deveriam ficar restritos a seus blogs, afinal banidos dos meios de comunicação por comprovada inépcia profissional.
terça-feira, 1 de maio de 2007
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