quarta-feira, 2 de maio de 2007

O que vi no Acre

Caio Junqueira, no blog do jornalista Altino Machado

Vi no Acre, infelizmente, uma imprensa amarrada e com uma série de aberrações. Dou exemplos. Na terça-feira em que pela primeira vez amanheci em Rio Branco, as manchetes dos jornais locais eram a nota do governador Binho Marques à matéria da revista Veja que apontava um aumento do desmatamento no Estado. Ora, “nota à imprensa” elaborada por um governador não pode, na minha avaliação, ser manchete de jornal nem aqui nem na China. Aliás, na China até pode, porque lá há um regime autoritário instaurado, de fato e de direito. No Acre, como no Brasil, não. Ao menos “de direito”. Outra aberração são matérias semelhantes publicadas nos jornais, feitas provavelmente pelas assessorias de imprensa da classe política dominante em Rio Branco e em Brasília. Para quem é jornalista e ama a profissão, isso é uma prática altamente condenável. Publicar releases de políticos é um desrespeito ao leitor, uma vez que o priva de princípios básicos do jornalismo: a isenção e o senso crítico. Creio que os indicadores sociais do Estado não estariam em um nível tão baixo se a imprensa ficasse mais em cima de seus governantes nos últimos anos. Mas claro que a culpa não é só da imprensa. Políticos acostumados a esse expediente são tão culpados quanto os jornalistas que a aceitam. Mas com certeza para eles o negócio é bom. Não vale esperar deles a iniciativa por uma imprensa livre no Estado. Isso deve vir ou dos leitores ou dos jornais.

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