domingo, 6 de maio de 2007

A lógica da conveniência

Em entrevista ao jornal O Rio Branco deste domingo, o deputado comunista Moisés Diniz revela ser contra o aumento unificado para os servidores da educação, porque quem ganha mais teria, obviamente, maior vantagem no aumento.

O trecho da entrevista em que Diniz fala sobre o assunto é o seguinte:

O RIO BRANCO - O senhor defende, então, mais apoio para os que ganham menos?
MOISÉS DINIZ - O que mais me constrange é ver os governantes dando aumentos unificados. Um aumento de 10%, por exemplo, para quem ganha R$ 500, significa apenas R$ 50 a mais no bolso. Mas, para quem ganha R$ 6.000, haverá uma entrada robusta de R$ 600, ou seja, só o aumento do bacana é maior do que o salário do outro. Sou contra essas injustiças!


Moisés Diniz está correto no raciocínio. Mas como a lógica de alguns se ajusta facilmente às circunstâncias, é preciso lembrar que o senso de justiça do deputado é tão maleável quanto sua indignação. Para Diniz, é inconcebível dar aumento unificado aos professores, mas legítimo que a população inteira arque com a aposentadoria de ex-governadores.

O problema é que ao defender a vantagem dada pelos companheiros a si mesmos, o deputado avaliza o rombo de R$ 3,5 milhões por ano no combalido orçamento estadual. E por isso se desautoriza a falar em defesa de quem quer que seja.

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